Gama prepara «dança» de diplomatas

11-09-1999
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Dez dos 14 embaixadores em países da União Europeia vão ser substituídos no âmbito de um movimento que envolve 50 diplomatas e alterações em 37 representações

Assim, são substituídos dez dos 14 embaixadores na UE: Madrid, Paris, Bona, Roma, Atenas, Haia, Bruxelas, Estocolmo, Viena e Luxemburgo. A dança de cadeiras inclui ainda Washington, Nato, Tóquio, Maputo, Bissau e a Cidade da Praia.

Por ordem alfabética dos postos no estrangeiro, são os seguintes os novos embaixadores:

Abidjan - Henriques da Silva, colocado há pouco mais de um ano em Bissau, onde por força da guerra se tornou um dos diplomatas mais mediáticos. Vai para a pacífica Costa do Marfim, onde rende Barreiros Martins, chamado a Lisboa.

Atenas - Syder Santiago, que está no Luxemburgo e que irá terminar a sua carreira. Há mais de cinco anos na capital grega, Simões Coelho regressa à Secretaria de Estado.

Banguecoque - José Tadeu Soares deixa de ser o número dois da Missão Permanente de Portugal na ONU e voa para a Tailândia. Mesquita de Brito retorna às Necessidades.

Belgrado - António Tânger vai ter de ficar mais um par de anos na ex-Jugoslávia. Depois de ter aberto o escritório português em Sarajevo (na Bósnia), vai agora para a vizinha Sérvia.

Bissau - António Dias troca o Instituto da Cooperação pela desconfortável Guiné-Bissau.

Bona - Embaixador em Roma há mais de cinco anos, João Diogo Nunes Barata muda-se para a Alemanha. É seguramente um dos diplomatas lusos mais prestigiados, tendo beneficiado da experiência junto de Mário Soares. Será ele a abrir a futura embaixada em Berlim. Rende Pazos Alonso, que aguarda colocação.

Bruxelas - O chefe do Protocolo de Estado, Quevedo Crespo, vai para o reino da Bélgica.

Budapeste - João Versteeg, que deixa os cenários complicados a que se habituou. Está em vias de completar quatro anos em Kinshasa, depois de ter passado por Belgrado e Teerão.

Caracas - Castro Brandão, vindo de Islamabad, a capital do Paquistão. Da Venezuela, Júlio Mascarenhas retorna a Lisboa.

Cidade do México - António Antas de Campos, que estava na Secretaria de Estado, onde foi um dos responsáveis pela organização da Cimeira Ibero-Americana do Porto.

Cidade da Praia - Rui Quartin Santos, que está há 13 anos consecutivos em Lisboa, onde foi chefe de gabinete do ministro Deus Pinheiro e é director-geral dos Assuntos Multilaterais. Mas onde Quartin Santos mais se destacou foi no acompanhamento do «dossier» de Timor. De Cabo Verde vem Anacoreta Correia, um dos últimos embaixadores políticos, convidado para presidente do Instituto da Cooperação Portuguesa.

Dacar - João Niza Pinheiro, que é o chefe de gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Lello.

Estocolmo - Vindo do Conselho da Europa, em Estrasburgo, vem o ex-jornalista e escritor Álvaro Guerra. É mais uma experiência diferente, a somar à Jugoslávia, ao Zaire e à Índia.

Genebra - Ex-chefe de gabinete do ministro Durão Barroso, Álvaro Mendonça e Moura muda-se de Viena para a Missão Permanente junto dos Organismos e Organizações Internacionais em Genebra e do Departamento Europeu das Nações Unidas. É um dos locais prioritários no combate por Timor-Leste.

Haia - Gonçalo Santa Clara Gomes, que vai interromper quase uma década de trabalho na diplomacia multilateral - primeiro, no Conselho da Europa, e depois nas Nações Unidas.

Harare - Carlos Neves Ferreira larga a presidência do Instituto da Cooperação e faz as malas para o Zimbabwe, onde rende José Vieira Branco, que será o primeiro diplomata a integrar a administração do ICEP.

Havana - Alfredo Duarte Costa, que durante mais de um ano assegurou a ligação com a Expo-98, vai para Cuba.

Kiev - Faria e Maia, que esteve em Belém com Soares e é vice-presidente do Instituto Camões. Da capital da Ucrânia, sai Manuel Corte-Real, promovido a presidente do Instituto Diplomático. Para vice do Camões seguirá Ana Paula Zacarias, outra «soarista» e que dirige o Gabinete de Informação e Imprensa do MNE.

Kinshasa - Falcão Machado, que se limita a passar a fronteira da Zâmbia para o Zaire.

Lagos - Para a Nigéria está indigitado António Ramalho Ortigão, cônsul-geral em Joanesburgo. Filipe Albuquerque retorna à Secretaria de Estado.

Luxemburgo - Paulo Barbosa, proveniente de Telavive.

Madrid - António Martins da Cruz troca a representação na NATO pela capital espanhola, uma chancelaria de importância crescente. Durante quase dez anos foi o influente assessor diplomático de Cavaco Silva.

Maputo - António Valente, outro ex-assessor de Soares, abandona Rabat e regressa à capital de Moçambique, onde já foi cônsul-geral.

Nairobi - José Lameiras, que é o inspector diplomático adjunto. Do Quénia vem, para director-geral das Relações Bilaterais, José Costa Pereira.

NATO - O representante permanente junto do Conselho do Atlântico Norte passa a ser Fernando Andersen Guimarães, que sai de Washington. Em Bruxelas, além da NATO, irá acumular com a União Europeia Ocidental (UEO).

Paris - Leonardo Mathias troca a capital espanhola pela francesa. É o último posto deste embaixador, oriundo de uma família de diplomatas com pergaminhos e que foi secretário de Estado dos Estrangeiros dos dois governos de Pinto Balsemão.

Rabat - Rui Brito e Cunha, vindo de Maputo. A troca de Moçambique por Marrocos é vista como uma não promoção.

Riade - Descontente com o seu desempenho aquando do repatriamento dos portugueses de Bissau para Lisboa, Jaime Gama decidiu retirar Jorge Preto do Senegal e enviá-lo para a Arábia Saudita. Substitui Vasconcelos e Castro, escolhido para subchefe do Protocolo de Estado.

Roma - Será muito provavelmente o último posto de José Paulouro das Neves. Um dos mais cotados diplomatas portugueses vem de Paris. Antes, chefiara as legações em Maputo e Madrid e a representação permanente junto das Comunidades Europeias (a REPER).

Sófia - Carvalho Faria, que estava em Havana e que ocupará o posto de Maia e Silva, a aguardar colocação em Lisboa

Telavive - José Moraes Cabral abandona a Presidência da República, onde era assessor para as relações internacionais.

Tóquio - Gervásio Leite deixa de ser o inspector diplomático e consular e ruma ao Japão, para o lugar de Rui Ávila, futuro chefe do Protocolo de Estado.

Varsóvia - António Gonçalves Pereira é o novo representante na Polónia. Vem do México e renderá o macaense Manuel Barreiros, nomeado inspector diplomático e consular.

Viena de Áustria - João Rosa Lã, que viaja a partir de Haia.

Washington - João Rocha Páris é o futuro embaixador nos Estados Unidos. Vindo de Bruxelas, estivera em Luanda.

Zagrebe - Ana Barata, chamada a abrir a primeira embaixada na Croácia. Assessora de Soares em S. Bento, é subdirectora geral dos Assuntos Multilaterais. Após Maria do Carmo Allegro, é a segunda mulher a atingir o topo da carreira diplomática.

Paralelamente a este movimento, Jaime Gama assinou esta semana as promoções de seis ministros à categoria de embaixador. Os promovidos, que já estavam à frente de embaixadas (mas sem possuírem a categoria correspondente) são Manuel Barreiros (Varsóvia), Duarte de Jesus (Otava), João Vallera (Dublin), Fernandes Pereira (Pretória), José Luís Gomes (Moscovo) e Moya Ribera (Copenhaga). Por fim, Vasco Bramão Ramos trocou o seu lugar na Comissão Europeia pelo de director-geral dos Assuntos Multilaterais.

José Pedro Castanheira

Dez dos 14 embaixadores em países da União Europeia vão ser substituídos no âmbito de um movimento que envolve 50 diplomatas e alterações em 37 representações

Assim, são substituídos dez dos 14 embaixadores na UE: Madrid, Paris, Bona, Roma, Atenas, Haia, Bruxelas, Estocolmo, Viena e Luxemburgo. A dança de cadeiras inclui ainda Washington, Nato, Tóquio, Maputo, Bissau e a Cidade da Praia.

Por ordem alfabética dos postos no estrangeiro, são os seguintes os novos embaixadores:

Abidjan - Henriques da Silva, colocado há pouco mais de um ano em Bissau, onde por força da guerra se tornou um dos diplomatas mais mediáticos. Vai para a pacífica Costa do Marfim, onde rende Barreiros Martins, chamado a Lisboa.

Atenas - Syder Santiago, que está no Luxemburgo e que irá terminar a sua carreira. Há mais de cinco anos na capital grega, Simões Coelho regressa à Secretaria de Estado.

Banguecoque - José Tadeu Soares deixa de ser o número dois da Missão Permanente de Portugal na ONU e voa para a Tailândia. Mesquita de Brito retorna às Necessidades.

Belgrado - António Tânger vai ter de ficar mais um par de anos na ex-Jugoslávia. Depois de ter aberto o escritório português em Sarajevo (na Bósnia), vai agora para a vizinha Sérvia.

Bissau - António Dias troca o Instituto da Cooperação pela desconfortável Guiné-Bissau.

Bona - Embaixador em Roma há mais de cinco anos, João Diogo Nunes Barata muda-se para a Alemanha. É seguramente um dos diplomatas lusos mais prestigiados, tendo beneficiado da experiência junto de Mário Soares. Será ele a abrir a futura embaixada em Berlim. Rende Pazos Alonso, que aguarda colocação.

Bruxelas - O chefe do Protocolo de Estado, Quevedo Crespo, vai para o reino da Bélgica.

Budapeste - João Versteeg, que deixa os cenários complicados a que se habituou. Está em vias de completar quatro anos em Kinshasa, depois de ter passado por Belgrado e Teerão.

Caracas - Castro Brandão, vindo de Islamabad, a capital do Paquistão. Da Venezuela, Júlio Mascarenhas retorna a Lisboa.

Cidade do México - António Antas de Campos, que estava na Secretaria de Estado, onde foi um dos responsáveis pela organização da Cimeira Ibero-Americana do Porto.

Cidade da Praia - Rui Quartin Santos, que está há 13 anos consecutivos em Lisboa, onde foi chefe de gabinete do ministro Deus Pinheiro e é director-geral dos Assuntos Multilaterais. Mas onde Quartin Santos mais se destacou foi no acompanhamento do «dossier» de Timor. De Cabo Verde vem Anacoreta Correia, um dos últimos embaixadores políticos, convidado para presidente do Instituto da Cooperação Portuguesa.

Dacar - João Niza Pinheiro, que é o chefe de gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Lello.

Estocolmo - Vindo do Conselho da Europa, em Estrasburgo, vem o ex-jornalista e escritor Álvaro Guerra. É mais uma experiência diferente, a somar à Jugoslávia, ao Zaire e à Índia.

Genebra - Ex-chefe de gabinete do ministro Durão Barroso, Álvaro Mendonça e Moura muda-se de Viena para a Missão Permanente junto dos Organismos e Organizações Internacionais em Genebra e do Departamento Europeu das Nações Unidas. É um dos locais prioritários no combate por Timor-Leste.

Haia - Gonçalo Santa Clara Gomes, que vai interromper quase uma década de trabalho na diplomacia multilateral - primeiro, no Conselho da Europa, e depois nas Nações Unidas.

Harare - Carlos Neves Ferreira larga a presidência do Instituto da Cooperação e faz as malas para o Zimbabwe, onde rende José Vieira Branco, que será o primeiro diplomata a integrar a administração do ICEP.

Havana - Alfredo Duarte Costa, que durante mais de um ano assegurou a ligação com a Expo-98, vai para Cuba.

Kiev - Faria e Maia, que esteve em Belém com Soares e é vice-presidente do Instituto Camões. Da capital da Ucrânia, sai Manuel Corte-Real, promovido a presidente do Instituto Diplomático. Para vice do Camões seguirá Ana Paula Zacarias, outra «soarista» e que dirige o Gabinete de Informação e Imprensa do MNE.

Kinshasa - Falcão Machado, que se limita a passar a fronteira da Zâmbia para o Zaire.

Lagos - Para a Nigéria está indigitado António Ramalho Ortigão, cônsul-geral em Joanesburgo. Filipe Albuquerque retorna à Secretaria de Estado.

Luxemburgo - Paulo Barbosa, proveniente de Telavive.

Madrid - António Martins da Cruz troca a representação na NATO pela capital espanhola, uma chancelaria de importância crescente. Durante quase dez anos foi o influente assessor diplomático de Cavaco Silva.

Maputo - António Valente, outro ex-assessor de Soares, abandona Rabat e regressa à capital de Moçambique, onde já foi cônsul-geral.

Nairobi - José Lameiras, que é o inspector diplomático adjunto. Do Quénia vem, para director-geral das Relações Bilaterais, José Costa Pereira.

NATO - O representante permanente junto do Conselho do Atlântico Norte passa a ser Fernando Andersen Guimarães, que sai de Washington. Em Bruxelas, além da NATO, irá acumular com a União Europeia Ocidental (UEO).

Paris - Leonardo Mathias troca a capital espanhola pela francesa. É o último posto deste embaixador, oriundo de uma família de diplomatas com pergaminhos e que foi secretário de Estado dos Estrangeiros dos dois governos de Pinto Balsemão.

Rabat - Rui Brito e Cunha, vindo de Maputo. A troca de Moçambique por Marrocos é vista como uma não promoção.

Riade - Descontente com o seu desempenho aquando do repatriamento dos portugueses de Bissau para Lisboa, Jaime Gama decidiu retirar Jorge Preto do Senegal e enviá-lo para a Arábia Saudita. Substitui Vasconcelos e Castro, escolhido para subchefe do Protocolo de Estado.

Roma - Será muito provavelmente o último posto de José Paulouro das Neves. Um dos mais cotados diplomatas portugueses vem de Paris. Antes, chefiara as legações em Maputo e Madrid e a representação permanente junto das Comunidades Europeias (a REPER).

Sófia - Carvalho Faria, que estava em Havana e que ocupará o posto de Maia e Silva, a aguardar colocação em Lisboa

Telavive - José Moraes Cabral abandona a Presidência da República, onde era assessor para as relações internacionais.

Tóquio - Gervásio Leite deixa de ser o inspector diplomático e consular e ruma ao Japão, para o lugar de Rui Ávila, futuro chefe do Protocolo de Estado.

Varsóvia - António Gonçalves Pereira é o novo representante na Polónia. Vem do México e renderá o macaense Manuel Barreiros, nomeado inspector diplomático e consular.

Viena de Áustria - João Rosa Lã, que viaja a partir de Haia.

Washington - João Rocha Páris é o futuro embaixador nos Estados Unidos. Vindo de Bruxelas, estivera em Luanda.

Zagrebe - Ana Barata, chamada a abrir a primeira embaixada na Croácia. Assessora de Soares em S. Bento, é subdirectora geral dos Assuntos Multilaterais. Após Maria do Carmo Allegro, é a segunda mulher a atingir o topo da carreira diplomática.

Paralelamente a este movimento, Jaime Gama assinou esta semana as promoções de seis ministros à categoria de embaixador. Os promovidos, que já estavam à frente de embaixadas (mas sem possuírem a categoria correspondente) são Manuel Barreiros (Varsóvia), Duarte de Jesus (Otava), João Vallera (Dublin), Fernandes Pereira (Pretória), José Luís Gomes (Moscovo) e Moya Ribera (Copenhaga). Por fim, Vasco Bramão Ramos trocou o seu lugar na Comissão Europeia pelo de director-geral dos Assuntos Multilaterais.

José Pedro Castanheira

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