Ilda Figueiredo em Santiago do Cacém: comitiva de luxo em campanha numa feira quase deserta
Santiago e Sines, o concelho vizinho, são governadas por uma maioria absoluta da CDU, e a estas terras da coligação Ilda foi acompanhada de uma delegação de luxo: Carlos Carvalhas, Octávio Teixeira (o líder do grupo parlamentar do PCP), Joaquim Miranda (o número dois da lista para a Europa) e Carmen Francisco (deputada de Os Verdes com especial ligação a Sines). A recebê-los estiveram os presidentes das câmaras de Santiago do Cacém e de Sines, para uma visita feita às 5 horas da tarde do dia da inauguração da feira, que ainda estava deserta.
Foi uma visita que não pode ter constituído mais do que uma prova da consideração que a direcção do PCP tem por estes seus autarcas. O que, porém, não impediu a candidata de justificar a presença com a apreciação do «desenvolvimento desta zona do litoral alentejano», que «merece uma boa delegação do PCP, de Os Verdes, da CDU». Que «está melhor» mas precisa de «mais investimentos, nomeadamente fundos comunitários». E que tem uma população que «merece toda a atenção».
E em nome desta atenção, Ilda, sempre sorridente, sempre acompanhada de um Carvalhas particularmente bem disposto e descontraído, lá visitou os «stands» das rações, dos artigos em pele, dos colchões, dos tachos e frigideiras, dos doces, dos móveis, dos sumos - onde toda a Comunicação Social esperou, em vão, que oferecessem à candidata um néctar de laranja - e das «tascas», de onde o secretário-geral do PCP saiu com o livro Alguns Vocábulos de Minderico, com expressões da terra de Minde, em Santarém. Nessa altura, a candidata já teria dissipadas algumas dúvidas: «Dizem que não sou conhecida aqui no Alentejo...», confidenciou a um feirante, que, pressurosamente, a sossegou. Que não, que a conheciam «da televisão».
Depois, foi o tempo da parte verdadeiramente pecuária da feira. Com início nos porcos, passagem pelas ovelhas e vacas e termo nos cavalos, o ponto alto da tarde. Quanto a estes, lindíssimos na sua maioria, não se percebeu se gostaram, ou não, dos visitantes. O que é certo é que se mostraram agitadíssimos, «excitados com a visita», na interpretação de Octávio Teixeira. Foi o tempo de Carvalhas mostrar a sua bravura - ao acalmar um animal particularmente agitado - e Ilda Figueiredo a ternura - não resistiu a acariciar uma égua acompanhada do seu nervoso potrozinho.
Então, já quase todos os participantes na feira conheciam pessoalmente a candidata da CDU e o líder do PCP. Visitado o recinto, estava terminada a função. Carvalhas e Octávio Teixeira regressaram a Lisboa, Ilda Figueiredo deu uma entrevista a uma rádio local, jantou e rumou a Montemor. Para mais uma sessão pública da CDU.
TERESA OLIVEIRA
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Ilda Figueiredo em Santiago do Cacém: comitiva de luxo em campanha numa feira quase deserta
Santiago e Sines, o concelho vizinho, são governadas por uma maioria absoluta da CDU, e a estas terras da coligação Ilda foi acompanhada de uma delegação de luxo: Carlos Carvalhas, Octávio Teixeira (o líder do grupo parlamentar do PCP), Joaquim Miranda (o número dois da lista para a Europa) e Carmen Francisco (deputada de Os Verdes com especial ligação a Sines). A recebê-los estiveram os presidentes das câmaras de Santiago do Cacém e de Sines, para uma visita feita às 5 horas da tarde do dia da inauguração da feira, que ainda estava deserta.
Foi uma visita que não pode ter constituído mais do que uma prova da consideração que a direcção do PCP tem por estes seus autarcas. O que, porém, não impediu a candidata de justificar a presença com a apreciação do «desenvolvimento desta zona do litoral alentejano», que «merece uma boa delegação do PCP, de Os Verdes, da CDU». Que «está melhor» mas precisa de «mais investimentos, nomeadamente fundos comunitários». E que tem uma população que «merece toda a atenção».
E em nome desta atenção, Ilda, sempre sorridente, sempre acompanhada de um Carvalhas particularmente bem disposto e descontraído, lá visitou os «stands» das rações, dos artigos em pele, dos colchões, dos tachos e frigideiras, dos doces, dos móveis, dos sumos - onde toda a Comunicação Social esperou, em vão, que oferecessem à candidata um néctar de laranja - e das «tascas», de onde o secretário-geral do PCP saiu com o livro Alguns Vocábulos de Minderico, com expressões da terra de Minde, em Santarém. Nessa altura, a candidata já teria dissipadas algumas dúvidas: «Dizem que não sou conhecida aqui no Alentejo...», confidenciou a um feirante, que, pressurosamente, a sossegou. Que não, que a conheciam «da televisão».
Depois, foi o tempo da parte verdadeiramente pecuária da feira. Com início nos porcos, passagem pelas ovelhas e vacas e termo nos cavalos, o ponto alto da tarde. Quanto a estes, lindíssimos na sua maioria, não se percebeu se gostaram, ou não, dos visitantes. O que é certo é que se mostraram agitadíssimos, «excitados com a visita», na interpretação de Octávio Teixeira. Foi o tempo de Carvalhas mostrar a sua bravura - ao acalmar um animal particularmente agitado - e Ilda Figueiredo a ternura - não resistiu a acariciar uma égua acompanhada do seu nervoso potrozinho.
Então, já quase todos os participantes na feira conheciam pessoalmente a candidata da CDU e o líder do PCP. Visitado o recinto, estava terminada a função. Carvalhas e Octávio Teixeira regressaram a Lisboa, Ilda Figueiredo deu uma entrevista a uma rádio local, jantou e rumou a Montemor. Para mais uma sessão pública da CDU.
TERESA OLIVEIRA