DN-Politica

13-06-1997
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PS E PSD CONVERGEM NOS PRAZOS PARA O EURO

Socialistas e sociais-democratas unirão vozes no apelo à firmeza do Governo português na defesa do timing estabelecido para a moeda-única.

Se bem que o debate decorra a pedido do PP, que apresentará as suas propostas de reforma institucional da União Europeia, a discussão deverá deslocar-se para a problemática do emprego/pacto de estabilidade/moeda-única.

Carlos Zorrinho (PS), um dos intervenientes no debate, disse ontem ao DN que "o recente resultado das eleições na Europa, demonstram que os cidadãos querem ter mais voz no processo de construção europeia".

Na sua opinião, a UE tem que ter bases sólidas tanto a nível financeiro como social. Contudo, sustentou, "a reflexão sobre o pacto de estabilidade, que acenta no crescimento do emprego, não deve atrasar a moeda-única".

Zorrinho considera que a "ousadia social", defendida pelos franceses, e a "estabilidade financeira", defendida pelos alemães, não se devem opôr, antes conciliar.

Neste ponto o PSD vai coincidir. Carlos Encarnação, vice-presidente da bancada laranja, também vai sustentar que "qualquer atraso na realização da terceira fase da UEM será prejudicial a Portugal", que tem cumprido os critérios de convergência.

Um "aliado" das incertezas causadas pela posição dos franceses vai ser o PCP. Ontem, num projecto de resolução entregue na mesa da AR, os comunistas sublinham: "Não pode deixar de ser assinalada a importância da decisão do governo da Suécia de se juntar ao Reino Unido e à Dinamarca em não integrar o grupo dos fundadores do Euro.

Nem se pode deixar de assinalar a posição do governo francês face ao pacto de estabilidade, nomeadamente a crítica à completa ausência de uma dimensão social".

O PP, responsável pelo debate, deverá ater-se mais às propostas de revisão do Tratado da UE ao nível do ordenamento institucional. Manuel Monteiro, terá oportunidade para defender em plenário um modelo de União Europeia intergovernamental, em que a Comissão Europeia daria lugar a um Conselho de Ministros permanente, com representantes de todos os Estados-membros.

Não foi por acaso que O PCP escolheu precisamente o dia do debate sobre as alternativas ao Tratado de Maastricht para entregar no Parlamento uma petição, com milhares de assinaturas, em que reclama a realização de um referendo sobre a participação de Portugal na moeda única.

Embora promovida pelos comunistas, esta iniciativa transcende o âmbito partidário. Entre os signatários da petição estão Fernando Rosas, Francisco Louçã e José Cardoso Pires. Figuras de esquerda que não se confundem com o PCP.

O arquitecto Siza Vieira, o historiador António Borges Coelho e os escritores José Saramago, Mário de Carvalho e Óscar Lopes também subscrevem esta petição. Há cerca de um mês, também o PP entregou no Parlamento um abaixo-assinado sobre o assunto.

PS E PSD CONVERGEM NOS PRAZOS PARA O EURO

Socialistas e sociais-democratas unirão vozes no apelo à firmeza do Governo português na defesa do timing estabelecido para a moeda-única.

Se bem que o debate decorra a pedido do PP, que apresentará as suas propostas de reforma institucional da União Europeia, a discussão deverá deslocar-se para a problemática do emprego/pacto de estabilidade/moeda-única.

Carlos Zorrinho (PS), um dos intervenientes no debate, disse ontem ao DN que "o recente resultado das eleições na Europa, demonstram que os cidadãos querem ter mais voz no processo de construção europeia".

Na sua opinião, a UE tem que ter bases sólidas tanto a nível financeiro como social. Contudo, sustentou, "a reflexão sobre o pacto de estabilidade, que acenta no crescimento do emprego, não deve atrasar a moeda-única".

Zorrinho considera que a "ousadia social", defendida pelos franceses, e a "estabilidade financeira", defendida pelos alemães, não se devem opôr, antes conciliar.

Neste ponto o PSD vai coincidir. Carlos Encarnação, vice-presidente da bancada laranja, também vai sustentar que "qualquer atraso na realização da terceira fase da UEM será prejudicial a Portugal", que tem cumprido os critérios de convergência.

Um "aliado" das incertezas causadas pela posição dos franceses vai ser o PCP. Ontem, num projecto de resolução entregue na mesa da AR, os comunistas sublinham: "Não pode deixar de ser assinalada a importância da decisão do governo da Suécia de se juntar ao Reino Unido e à Dinamarca em não integrar o grupo dos fundadores do Euro.

Nem se pode deixar de assinalar a posição do governo francês face ao pacto de estabilidade, nomeadamente a crítica à completa ausência de uma dimensão social".

O PP, responsável pelo debate, deverá ater-se mais às propostas de revisão do Tratado da UE ao nível do ordenamento institucional. Manuel Monteiro, terá oportunidade para defender em plenário um modelo de União Europeia intergovernamental, em que a Comissão Europeia daria lugar a um Conselho de Ministros permanente, com representantes de todos os Estados-membros.

Não foi por acaso que O PCP escolheu precisamente o dia do debate sobre as alternativas ao Tratado de Maastricht para entregar no Parlamento uma petição, com milhares de assinaturas, em que reclama a realização de um referendo sobre a participação de Portugal na moeda única.

Embora promovida pelos comunistas, esta iniciativa transcende o âmbito partidário. Entre os signatários da petição estão Fernando Rosas, Francisco Louçã e José Cardoso Pires. Figuras de esquerda que não se confundem com o PCP.

O arquitecto Siza Vieira, o historiador António Borges Coelho e os escritores José Saramago, Mário de Carvalho e Óscar Lopes também subscrevem esta petição. Há cerca de um mês, também o PP entregou no Parlamento um abaixo-assinado sobre o assunto.

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