Uma fábrica de mestres

30-09-1999
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Sérgio Rocha

«As coisas começam, de facto, a ser diferentes. Já não se vai jogar os mundiais de juniores como eu fui, sozinho e usando o 'inter-rail'», diz o campeão nacional em título, Fernando Ribeiro, acrescentando: «Aproveitávamos para dar umas voltas de comboio e quando chegávamos, na véspera dos jogos, descobríamos que os adversários já lá estavam, com os treinadores, há uma semana.»

Ribeiro conquistou em Loures a sua terceira e última norma para Mestre Internacional. Um sistema de atribuição de títulos que exige ao jogador três mínimos de pontuação noutros tantos torneios entre MI's. O «score» mínimo é fixado pela média de «rating» dos adversários presentes. A título de exemplo, para realizar uma norma de MI no último torneio de Mestres, disputado nas Caldas da Felgueira, era necessário fazer pelo menos seis pontos dos nove possíveis.

«Começa a haver torneios a sério em Portugal, portanto, é natural que comecem a surgir os resultados», resume o MI Sérgio Rocha, 25 anos, que também realizou uma das suas normas nos torneios internacionais organizados em Loures nos últimos dois anos. Rocha era, desde há vários anos, um talento consumado na modalidade. Obteve o título depois de ter ganho uma medalha de prata e outra de bronze em campeonatos mundiais de jovens em 1993 e 1995.

Tal como Fernando Ribeiro, também Sérgio Rocha se dedica ao xadrez num regime quase profissional, jogando e ensinando crianças nas escolas da margem sul. Um caso diferente é o de Carlos Pereira dos Santos, um licenciado em Matemáticas que, aos 25 anos, reparte um respeitável currículo de numerosos títulos nacionais com a actividade de professor liceal. Apesar de só este ano a cadência de torneios internacionais no nosso país lhe ter permitido chegar ao título de MI, Santos obtivera já um extraordinário quinto lugar nos mundiais de juniores, em 89.

Carlos Pereira Santos

No final do Torneio de Mestres, José Armando Silva, presidente da Federação Portuguesa de Xadrez (FPX), considerou que a nova conjuntura «introduz claros sinais de progressão e mudança». Para o MI Ribeiro, a coisa não é, para já, tão definitiva. «Vamos a ver», limita-se a comentar.

Actualmente, há projectos em desenvolvimento para o lançamento de uma rede de xadrez escolar, iniciativa que conta, segundo dirigentes federativos, com «fortes sensibilidades favoráveis no próprio Governo». Enquanto ao nível privado palavras como as de um responsável pela estância de Caldas da Felgueira ganham impacto pelo seu ineditismo: «Para a indústria turística, tal como a concebemos, o xadrez é um elemento promocional estratégico.»

Rui Pereira

Sérgio Rocha

«As coisas começam, de facto, a ser diferentes. Já não se vai jogar os mundiais de juniores como eu fui, sozinho e usando o 'inter-rail'», diz o campeão nacional em título, Fernando Ribeiro, acrescentando: «Aproveitávamos para dar umas voltas de comboio e quando chegávamos, na véspera dos jogos, descobríamos que os adversários já lá estavam, com os treinadores, há uma semana.»

Ribeiro conquistou em Loures a sua terceira e última norma para Mestre Internacional. Um sistema de atribuição de títulos que exige ao jogador três mínimos de pontuação noutros tantos torneios entre MI's. O «score» mínimo é fixado pela média de «rating» dos adversários presentes. A título de exemplo, para realizar uma norma de MI no último torneio de Mestres, disputado nas Caldas da Felgueira, era necessário fazer pelo menos seis pontos dos nove possíveis.

«Começa a haver torneios a sério em Portugal, portanto, é natural que comecem a surgir os resultados», resume o MI Sérgio Rocha, 25 anos, que também realizou uma das suas normas nos torneios internacionais organizados em Loures nos últimos dois anos. Rocha era, desde há vários anos, um talento consumado na modalidade. Obteve o título depois de ter ganho uma medalha de prata e outra de bronze em campeonatos mundiais de jovens em 1993 e 1995.

Tal como Fernando Ribeiro, também Sérgio Rocha se dedica ao xadrez num regime quase profissional, jogando e ensinando crianças nas escolas da margem sul. Um caso diferente é o de Carlos Pereira dos Santos, um licenciado em Matemáticas que, aos 25 anos, reparte um respeitável currículo de numerosos títulos nacionais com a actividade de professor liceal. Apesar de só este ano a cadência de torneios internacionais no nosso país lhe ter permitido chegar ao título de MI, Santos obtivera já um extraordinário quinto lugar nos mundiais de juniores, em 89.

Carlos Pereira Santos

No final do Torneio de Mestres, José Armando Silva, presidente da Federação Portuguesa de Xadrez (FPX), considerou que a nova conjuntura «introduz claros sinais de progressão e mudança». Para o MI Ribeiro, a coisa não é, para já, tão definitiva. «Vamos a ver», limita-se a comentar.

Actualmente, há projectos em desenvolvimento para o lançamento de uma rede de xadrez escolar, iniciativa que conta, segundo dirigentes federativos, com «fortes sensibilidades favoráveis no próprio Governo». Enquanto ao nível privado palavras como as de um responsável pela estância de Caldas da Felgueira ganham impacto pelo seu ineditismo: «Para a indústria turística, tal como a concebemos, o xadrez é um elemento promocional estratégico.»

Rui Pereira

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