Alexandra Monjardino

11-09-1999
marcar artigo

Alexandra, advogada, 27 anos frescos e decididos, estava um dia na sua casa de Lisboa a ver televisão com o marido, Pedro Monjardino, e depararam com uma reportagem sobre Moçambique. Ficou-lhes na cabeça o «e... porque não?» Sem filhos nem entraves, em princípio de vida e recém-casados, aquela específica África, politicamente estabilizada, com bons índices de desenvolvimento, uma moeda - o metical - com saúde, e onde além do mais se fala português, era um excelente ponto de partida para esse apetite de contornos indefinidos onde a sedução do desconhecido levava a melhor sobre o resto.

Meses depois aportavam a Maputo. No seu apartamento, sentada numa cadeira de verga, por entre almofadas forradas de tecido africano, bibelôs africanos e fotografias da família, Alexandra conta: «Havia esse fascínio de uma vida diferente... e a altura era boa, ainda não temos filhos nem grandes responsabilidades, era agora ou nunca. Mas também nos importava não estagnarmos profissionalmente. Aqui represento os interesses de uma sociedade de advogados portugueses, Carlos Sousa Brito e Associados, com quem trabalhei em Lisboa durante oito meses, antes de partir.»

O embate foi fácil, a instalação também, nada os surpreendeu, porque vinham sem ideias preconcebidas: «O que vimos encaixou-se naquilo que imaginávamos.»

Alexandra, muito jovem e além disso dona de uma personalidade pragmática, aterrou descabida de nostalgias. «Tenho a certeza de que estou aqui descomplexadamente», afirma sem pestanejar.

Sobre o que é mais difícil em Maputo, teve uma leve hesitação: «Embora a base da legislação seja a portuguesa, não é exactamente a mesma coisa que exercer em Portugal. Há recolhas a fazer, o ritmo é outro.»

Mas nada disto se interpõe na escolha que ambos fizeram há um ano. Pelo contrário; vivem num arejado andar, viajam, («há tanto para conhecer»), têm um sólido círculo de amigos no qual se contam muitos portugueses como eles, dão-se com moçambicanos e com estrangeiros... a vida segue o seu curso, parecem felizes.

Pedro Monjardino, marido de Alexandra, tem 31 anos e é açoriano de gema e pronúncia. Tem-se ocupado na «prospecção na área dos combustíveis» e na análise «das possibilidades de investimento na prestação de serviços». Muito em breve essa auscultação dará lugar à decisão: «Não está nas minhas mãos decidir, mas se estivesse seria favorável. Como a Alexandra, também acredito no futuro de Moçambique e nas suas potencialidades. E depois, sinto-me bem aqui; é um país que possibilita contínuas descobertas.»

Alexandra, advogada, 27 anos frescos e decididos, estava um dia na sua casa de Lisboa a ver televisão com o marido, Pedro Monjardino, e depararam com uma reportagem sobre Moçambique. Ficou-lhes na cabeça o «e... porque não?» Sem filhos nem entraves, em princípio de vida e recém-casados, aquela específica África, politicamente estabilizada, com bons índices de desenvolvimento, uma moeda - o metical - com saúde, e onde além do mais se fala português, era um excelente ponto de partida para esse apetite de contornos indefinidos onde a sedução do desconhecido levava a melhor sobre o resto.

Meses depois aportavam a Maputo. No seu apartamento, sentada numa cadeira de verga, por entre almofadas forradas de tecido africano, bibelôs africanos e fotografias da família, Alexandra conta: «Havia esse fascínio de uma vida diferente... e a altura era boa, ainda não temos filhos nem grandes responsabilidades, era agora ou nunca. Mas também nos importava não estagnarmos profissionalmente. Aqui represento os interesses de uma sociedade de advogados portugueses, Carlos Sousa Brito e Associados, com quem trabalhei em Lisboa durante oito meses, antes de partir.»

O embate foi fácil, a instalação também, nada os surpreendeu, porque vinham sem ideias preconcebidas: «O que vimos encaixou-se naquilo que imaginávamos.»

Alexandra, muito jovem e além disso dona de uma personalidade pragmática, aterrou descabida de nostalgias. «Tenho a certeza de que estou aqui descomplexadamente», afirma sem pestanejar.

Sobre o que é mais difícil em Maputo, teve uma leve hesitação: «Embora a base da legislação seja a portuguesa, não é exactamente a mesma coisa que exercer em Portugal. Há recolhas a fazer, o ritmo é outro.»

Mas nada disto se interpõe na escolha que ambos fizeram há um ano. Pelo contrário; vivem num arejado andar, viajam, («há tanto para conhecer»), têm um sólido círculo de amigos no qual se contam muitos portugueses como eles, dão-se com moçambicanos e com estrangeiros... a vida segue o seu curso, parecem felizes.

Pedro Monjardino, marido de Alexandra, tem 31 anos e é açoriano de gema e pronúncia. Tem-se ocupado na «prospecção na área dos combustíveis» e na análise «das possibilidades de investimento na prestação de serviços». Muito em breve essa auscultação dará lugar à decisão: «Não está nas minhas mãos decidir, mas se estivesse seria favorável. Como a Alexandra, também acredito no futuro de Moçambique e nas suas potencialidades. E depois, sinto-me bem aqui; é um país que possibilita contínuas descobertas.»

marcar artigo