Subidas, mudanças e novidades

03-09-1999
marcar artigo

A nível de ministros, há apenas a considerar a excepção de Veiga Simão. Os restantes são ministros que passaram a acumular pastas - os casos de Jorge Coelho e Ferro Rodrigues -, ou de secretários de Estado promovidos a um posto mais elevado.

Quanto aos novos secretários de Estado, foram, em grande maioria, recrutados nos gabinetes dos ministros ou de secretários de Estado. Outros provêm de direcções-gerais, cargos para os quais já tinham sido nomeados pelos actuais ministros (é o caso de Francisco Ramos e José Guerreiro). São poucos os que vêm de fora do Governo ou da Administração Pública.

VEIGA SIMÃO (ministro da Defesa) - É o único novo ministro que ainda não pertencia ao Executivo. Já com experiência governativa foi titular da pasta da Educação de 1970 a 1974, no Governo de Marcelo Caetano. Em 1983 tornou-se militante do PS, ano em que voltou a integrar um Executivo, desta vez comandado por Mário Soares. Foi ministro da Indústria e Energia de 1983 a 1985.

JORGE COELHO (ministro Adjunto e da Administração Interna) - Foi promovido à categoria de «super-ministro», acumulando duas pastas. Do seu antigo Ministério este fiel guterrista manteve as secretarias de Estado da Comunicação Social e da Administração Pública, tendo abandonado a Juventude e Desporto, que passaram para José Sócrates.

JOSÉ SÓCRATES (ministro-adjunto) - De secretário de Estado do Ambiente, onde se tornou conhecido através do «dossier» da defesa do consumidor, sobe a ministro-adjunto com a tutela da Juventude, Toxicodependência e Desporto... sem esquecer a mediática Defesa do Consumidor, que traz consigo da secretaria de Estado do Ambiente. A sua carreira política teve início na JSD, mas desde 1981 que milita no PS. As suas fortes ligações a Guterres vêm já de 1984, quando se uniram para ganhar a Federação de Castelo Branco aos soaristas.

ANTÓNIO COSTA (ministro dos Assuntos Parlamentares) - Militante socialista desde os 14 anos, advogado, fez o estágio no escritório de Jorge Sampaio, a quem dirigiu a campanha da candidatura presidencial. Deputado desde Outubro de 1991, ficou conhecido pelo episódio do burro e do «Ferrari», quando se candidatou à Câmara de Loures. Subiu de secretário de Estado a ministro, juntando aos assuntos parlamentares a tutela da Expo-98. É um dos sampaístas do elenco governativo, tido como indispensável nas negociações com a oposição parlamentar.

PINA MOURA (ministro da Economia) - Comunista desde 1972, abandonou o PCP em 1991, como protesto contra a reacção do partido face à tentativa de golpe de Estado na URSS. Depois fundou a Plataforma de Esquerda, tendo aderido ao PS em 1995. Tido como o ideólogo dos «Estado Gerais para a Nova Maioria», é conhecido como «O Cardeal», pela influência que tem junto de António Guterres. Promovido de secretário de Estado-adjunto a ministro da Economia, conta no seu currículo com a resolução de alguns problemas relacionados com o seu novo pelouro, como a Lisnave. Curiosamente, esteve ligado ao chamado Plano Mateus, a iniciativa menos bem sucedida do ministro que agora substitui.

FERRO RODRIGUES (ministro da Solidariedade, Segurança Social, Qualificação e Emprego) - É outro dos ministros de Guterres muito ligado a Jorge Sampaio. Fundador e dirigente do Movimento da Esquerda Socialista (MES), foi um dos mais próximos colaboradores do actual Presidente da República quando este foi secretário-geral do PS. Tal como Jorge Coelho, foi promovido a «super-ministro», sendo um dos casos de maior sucesso deste Executivo, reconhecido pela oposição, graças ao sucesso do Rendimento Mínimo Garantido e à reorganização da segurança social.

ANTÓNIO JOSÉ SEGURO (secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro) - Sobe de secretário de Estado da Juventude para adjunto de António Guterres. Junto a Jorge Coelho e José Sócrates é outro dos «homens da Beira Baixa», o núcleo mais duro dos guterristas. Sacrificou a sua vida profissional a uma carreira política na Juventude Socialista. É o actual coordenador autárquico socialista e, graças à saída de Jorge Coelho, também foi promovido no aparelho partidário: passa a coordenador da comissão permanente do PS, o órgão executivo dos socialistas.

MIGUEL FONTES (secretário de Estado da Juventude) - Este independente era o adjunto do primeiro-ministro para as questões da Educação e Juventude. Sociólogo, tem 26 anos e já presidiu ao Movimento Católico de Estudantes (MCE). Foi no seu «consulado» à frente do MCE que este organismo elaborou um documento sobre a sexualidade que lhe valeu reparos sérios por parte da hierarquia católica, com parte desta a defender a expulsão do Movimento da Igreja Católica.

ARMANDO VARA (secretário de Estado-adjunto do ministro da Administração Interna) - Depois de ter admitido pontos de vista diferentes em relação ao antigo titular da Administração Interna, Alberto Costa, Vara mantém-se neste Ministério, sendo promovido a secretário de Estado-adjunto. Líder dos socialistas de Trás-os-Montes era um dos próximos de Jaime Gama, enquanto esteve no Parlamento. Depois da sua entrada para o Governo passou a ser tido como pertencente ao círculo de Guterres.

LUÍS PARREIRÃO (secretário de Estado da Administração Interna) - 38 anos, chefiava o gabinete do secretário de Estado da Administração Pública, Fausto Correia. Militante socialista, membro do Secretariado do PS/Coimbra (liderado por Fausto Correia), já presidiu à Associação Académica de Coimbra e é vereador da Câmara de Soure, para a qual chegou a ser dado como candidato a presidente.

LUÍS AMADO (secretário de Estado da Cooperação) - Dizem que se aproximou de Jaime Gama no final da última legislatura, uma ligação que pode ser determinante para o seu sucesso à frente da Cooperação (ao contrário do seu antecessor no cargo, José Lamego, um fiel de João Soares e António Guterres). Luís Amado transita da Administração Interna, onde era secretário de Estado-adjunto, e iniciou as suas funções, ontem, no Conselho de Ministros da Cooperação da União Europeia, com um dos seus «dossiers» mais difíceis: a situação político-militar em Angola.

JOSÉ PENEDOS (secretário de Estado da Defesa) - Era o secretário de Estado da Indústria e Energia de Augusto Mateus, depois de ter sido o secretário de Estado da Energia de Daniel Bessa. Saiu do Governo com a entrada de Pina Moura para a Economia e regressou 48 horas depois, aceitando o convite do seu ex-professor, Veiga Simão, para a Defesa. Pertence aos quadros da EDP, de que já foi administrador e defendeu a construção da barragem de Foz Côa. Também ficaram conhecidas as suas polémicas com Augusto Mateus. Tem 52 anos e foi o último nome a ser escolhido para integrar o elenco deste XIII Governo remodelado.

MARIA JOSÉ CONSTÂNCIO (secretária de Estado do Desenvolvimento Regional) - Casada com o ex-secretário-geral do PS e ex-governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, ainda há pouco tempo tinha recusado um outro convite de João Cravinho. Desde 1987 que era directora do Gabinete de Estudos Económicos, Cooperação e Informação da Caixa Geral de Depósitos, onde agora também chefiava um centro de informação sobre o euro. Já foi directora-geral da Indústria de 1984 a 1987.

VÍTOR RAMALHO (secretário de Estado-adjunto do ministro da Economia) - É um homem com larga experiência política. Em termos governativos começou a carreira como secretario de Estado do Trabalho no IX Governo Constitucional, chefiado por Mário Soares. E foi também com Soares que chegou à Presidência da República, onde ocupou as funções de consultor na assessoria Económica e Social da sua Casa Civil. Actualmente era assessor para as questões sociais e laborais, no gabinete do primeiro-ministro, onde começou a trabalhar com o seu actual ministro, Pina Moura. Uma série de pastas «quentes» do Ministério da Economia já são suas «velhas conhecidas».

OSVALDO CASTRO (secretário de Estado do Comércio) - Era vice-presidente da bancada parlamentar socialista, este homem que, com Pina Moura, fez o trajecto do PCP ao PS, passando pela Plataforma de Esquerda. Militante comunista desde 1969, abandonou o partido - através do qual foi deputado, na II Legislatura - em 1991. Este advogado de 51 anos é membro da Assembleia Municipal da Marinha Grande.

VÍTOR NETO (secretário de Estado do Turismo) - Tal como Pina Moura e Osvaldo Castro, vem do PCP e da Plataforma de Esquerda. Este algarvio de 54 anos - parente próximo do ex-governador civil de Faro, o social-democrata Cabrita Neto - foi o responsável máximo dos comunistas do Algarve e o criador da «abelha» que é o símbolo da CDU. Em 1988 abandonou o PCP, divergindo, nomeadamente, da posição do partido quanto à integração na CEE. Empresário, tinha há poucas semanas sido eleito como presidente da Associação Empresarial da Região do Algarve.

FERNANDO PACHECO (secretário de Estado da Indústria e Energia) - Professor da Universidade Católica, onde estudou e foi coordenador do curso de Economia, era consultor para os assuntos económicos no gabinete de Guterres, onde trabalhava com Pina Moura. Foi director-geral do departamento Central de Planeamento, sob a alçada de Isabel Mota, num dos governos de Cavaco Silva, período em que também foi membro do Comité de Política Económica da UE, em representação de Portugal. Já houve quem o desse como cavaquista mas enquanto estudante universitário tinha a alcunha de «Marx».

FRANCISCO RAMOS (secretário de Estado da Saúde) - Entrou ao serviço do Ministério de Maria de Belém pela mão directa do homem-forte da ministra, Constantino Sakellarides, e com o conselho indirecto do socialista Correia de Campos. Começou por se dedicar ao acompanhamento do Amadora-Sintra e acabou em sub-director-geral da Saúde. Ramos é um independente, que passa ao lado da política. E vai ser o financeiro de um ministério que perdeu o norte orçamental. Tem todas as competências técnicas, como um dos poucos especialistas em economia da Saúde do país, para fazer um bom lugar.

PAULO PEDROSO (secretário de Estado-adjunto do ministro da Solidariedade, Segurança Social, Qualificação e Emprego) - Tem 32 anos este professor universitário, licenciado e mestre em sociologia. É um dos «sampaístas» deste Governo, dos mais «puros e duros». Além dos seus trabalhos em matéria de círculos uninominais, era o Presidente da Comissão Nacional do Rendimento Mínimo Garantido - o «ex-líbris» do Ministério da Solidariedade Social, de Ferro Rodrigues - e membro do Conselho Económico e Social.

JOSÉ GUERREIRO (secretário de Estado do Ambiente) - Doutorado em Ecologia e Biossistemática na área de biologia marinha, entrou para o Ministério do Ambiente como Presidente do Instituto de Promoção Ambiental. Em Outubro foi nomeado por Elisa Ferreira para director-geral do Ambiente. Com a saída de Sócrates sobe à Secretaria de Estado do Ambiente. É um ambientalista que não gosta de ser catalogado partidariamente.

TERESA OLIVEIRA

com GRAÇA ROSENDO

A nível de ministros, há apenas a considerar a excepção de Veiga Simão. Os restantes são ministros que passaram a acumular pastas - os casos de Jorge Coelho e Ferro Rodrigues -, ou de secretários de Estado promovidos a um posto mais elevado.

Quanto aos novos secretários de Estado, foram, em grande maioria, recrutados nos gabinetes dos ministros ou de secretários de Estado. Outros provêm de direcções-gerais, cargos para os quais já tinham sido nomeados pelos actuais ministros (é o caso de Francisco Ramos e José Guerreiro). São poucos os que vêm de fora do Governo ou da Administração Pública.

VEIGA SIMÃO (ministro da Defesa) - É o único novo ministro que ainda não pertencia ao Executivo. Já com experiência governativa foi titular da pasta da Educação de 1970 a 1974, no Governo de Marcelo Caetano. Em 1983 tornou-se militante do PS, ano em que voltou a integrar um Executivo, desta vez comandado por Mário Soares. Foi ministro da Indústria e Energia de 1983 a 1985.

JORGE COELHO (ministro Adjunto e da Administração Interna) - Foi promovido à categoria de «super-ministro», acumulando duas pastas. Do seu antigo Ministério este fiel guterrista manteve as secretarias de Estado da Comunicação Social e da Administração Pública, tendo abandonado a Juventude e Desporto, que passaram para José Sócrates.

JOSÉ SÓCRATES (ministro-adjunto) - De secretário de Estado do Ambiente, onde se tornou conhecido através do «dossier» da defesa do consumidor, sobe a ministro-adjunto com a tutela da Juventude, Toxicodependência e Desporto... sem esquecer a mediática Defesa do Consumidor, que traz consigo da secretaria de Estado do Ambiente. A sua carreira política teve início na JSD, mas desde 1981 que milita no PS. As suas fortes ligações a Guterres vêm já de 1984, quando se uniram para ganhar a Federação de Castelo Branco aos soaristas.

ANTÓNIO COSTA (ministro dos Assuntos Parlamentares) - Militante socialista desde os 14 anos, advogado, fez o estágio no escritório de Jorge Sampaio, a quem dirigiu a campanha da candidatura presidencial. Deputado desde Outubro de 1991, ficou conhecido pelo episódio do burro e do «Ferrari», quando se candidatou à Câmara de Loures. Subiu de secretário de Estado a ministro, juntando aos assuntos parlamentares a tutela da Expo-98. É um dos sampaístas do elenco governativo, tido como indispensável nas negociações com a oposição parlamentar.

PINA MOURA (ministro da Economia) - Comunista desde 1972, abandonou o PCP em 1991, como protesto contra a reacção do partido face à tentativa de golpe de Estado na URSS. Depois fundou a Plataforma de Esquerda, tendo aderido ao PS em 1995. Tido como o ideólogo dos «Estado Gerais para a Nova Maioria», é conhecido como «O Cardeal», pela influência que tem junto de António Guterres. Promovido de secretário de Estado-adjunto a ministro da Economia, conta no seu currículo com a resolução de alguns problemas relacionados com o seu novo pelouro, como a Lisnave. Curiosamente, esteve ligado ao chamado Plano Mateus, a iniciativa menos bem sucedida do ministro que agora substitui.

FERRO RODRIGUES (ministro da Solidariedade, Segurança Social, Qualificação e Emprego) - É outro dos ministros de Guterres muito ligado a Jorge Sampaio. Fundador e dirigente do Movimento da Esquerda Socialista (MES), foi um dos mais próximos colaboradores do actual Presidente da República quando este foi secretário-geral do PS. Tal como Jorge Coelho, foi promovido a «super-ministro», sendo um dos casos de maior sucesso deste Executivo, reconhecido pela oposição, graças ao sucesso do Rendimento Mínimo Garantido e à reorganização da segurança social.

ANTÓNIO JOSÉ SEGURO (secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro) - Sobe de secretário de Estado da Juventude para adjunto de António Guterres. Junto a Jorge Coelho e José Sócrates é outro dos «homens da Beira Baixa», o núcleo mais duro dos guterristas. Sacrificou a sua vida profissional a uma carreira política na Juventude Socialista. É o actual coordenador autárquico socialista e, graças à saída de Jorge Coelho, também foi promovido no aparelho partidário: passa a coordenador da comissão permanente do PS, o órgão executivo dos socialistas.

MIGUEL FONTES (secretário de Estado da Juventude) - Este independente era o adjunto do primeiro-ministro para as questões da Educação e Juventude. Sociólogo, tem 26 anos e já presidiu ao Movimento Católico de Estudantes (MCE). Foi no seu «consulado» à frente do MCE que este organismo elaborou um documento sobre a sexualidade que lhe valeu reparos sérios por parte da hierarquia católica, com parte desta a defender a expulsão do Movimento da Igreja Católica.

ARMANDO VARA (secretário de Estado-adjunto do ministro da Administração Interna) - Depois de ter admitido pontos de vista diferentes em relação ao antigo titular da Administração Interna, Alberto Costa, Vara mantém-se neste Ministério, sendo promovido a secretário de Estado-adjunto. Líder dos socialistas de Trás-os-Montes era um dos próximos de Jaime Gama, enquanto esteve no Parlamento. Depois da sua entrada para o Governo passou a ser tido como pertencente ao círculo de Guterres.

LUÍS PARREIRÃO (secretário de Estado da Administração Interna) - 38 anos, chefiava o gabinete do secretário de Estado da Administração Pública, Fausto Correia. Militante socialista, membro do Secretariado do PS/Coimbra (liderado por Fausto Correia), já presidiu à Associação Académica de Coimbra e é vereador da Câmara de Soure, para a qual chegou a ser dado como candidato a presidente.

LUÍS AMADO (secretário de Estado da Cooperação) - Dizem que se aproximou de Jaime Gama no final da última legislatura, uma ligação que pode ser determinante para o seu sucesso à frente da Cooperação (ao contrário do seu antecessor no cargo, José Lamego, um fiel de João Soares e António Guterres). Luís Amado transita da Administração Interna, onde era secretário de Estado-adjunto, e iniciou as suas funções, ontem, no Conselho de Ministros da Cooperação da União Europeia, com um dos seus «dossiers» mais difíceis: a situação político-militar em Angola.

JOSÉ PENEDOS (secretário de Estado da Defesa) - Era o secretário de Estado da Indústria e Energia de Augusto Mateus, depois de ter sido o secretário de Estado da Energia de Daniel Bessa. Saiu do Governo com a entrada de Pina Moura para a Economia e regressou 48 horas depois, aceitando o convite do seu ex-professor, Veiga Simão, para a Defesa. Pertence aos quadros da EDP, de que já foi administrador e defendeu a construção da barragem de Foz Côa. Também ficaram conhecidas as suas polémicas com Augusto Mateus. Tem 52 anos e foi o último nome a ser escolhido para integrar o elenco deste XIII Governo remodelado.

MARIA JOSÉ CONSTÂNCIO (secretária de Estado do Desenvolvimento Regional) - Casada com o ex-secretário-geral do PS e ex-governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, ainda há pouco tempo tinha recusado um outro convite de João Cravinho. Desde 1987 que era directora do Gabinete de Estudos Económicos, Cooperação e Informação da Caixa Geral de Depósitos, onde agora também chefiava um centro de informação sobre o euro. Já foi directora-geral da Indústria de 1984 a 1987.

VÍTOR RAMALHO (secretário de Estado-adjunto do ministro da Economia) - É um homem com larga experiência política. Em termos governativos começou a carreira como secretario de Estado do Trabalho no IX Governo Constitucional, chefiado por Mário Soares. E foi também com Soares que chegou à Presidência da República, onde ocupou as funções de consultor na assessoria Económica e Social da sua Casa Civil. Actualmente era assessor para as questões sociais e laborais, no gabinete do primeiro-ministro, onde começou a trabalhar com o seu actual ministro, Pina Moura. Uma série de pastas «quentes» do Ministério da Economia já são suas «velhas conhecidas».

OSVALDO CASTRO (secretário de Estado do Comércio) - Era vice-presidente da bancada parlamentar socialista, este homem que, com Pina Moura, fez o trajecto do PCP ao PS, passando pela Plataforma de Esquerda. Militante comunista desde 1969, abandonou o partido - através do qual foi deputado, na II Legislatura - em 1991. Este advogado de 51 anos é membro da Assembleia Municipal da Marinha Grande.

VÍTOR NETO (secretário de Estado do Turismo) - Tal como Pina Moura e Osvaldo Castro, vem do PCP e da Plataforma de Esquerda. Este algarvio de 54 anos - parente próximo do ex-governador civil de Faro, o social-democrata Cabrita Neto - foi o responsável máximo dos comunistas do Algarve e o criador da «abelha» que é o símbolo da CDU. Em 1988 abandonou o PCP, divergindo, nomeadamente, da posição do partido quanto à integração na CEE. Empresário, tinha há poucas semanas sido eleito como presidente da Associação Empresarial da Região do Algarve.

FERNANDO PACHECO (secretário de Estado da Indústria e Energia) - Professor da Universidade Católica, onde estudou e foi coordenador do curso de Economia, era consultor para os assuntos económicos no gabinete de Guterres, onde trabalhava com Pina Moura. Foi director-geral do departamento Central de Planeamento, sob a alçada de Isabel Mota, num dos governos de Cavaco Silva, período em que também foi membro do Comité de Política Económica da UE, em representação de Portugal. Já houve quem o desse como cavaquista mas enquanto estudante universitário tinha a alcunha de «Marx».

FRANCISCO RAMOS (secretário de Estado da Saúde) - Entrou ao serviço do Ministério de Maria de Belém pela mão directa do homem-forte da ministra, Constantino Sakellarides, e com o conselho indirecto do socialista Correia de Campos. Começou por se dedicar ao acompanhamento do Amadora-Sintra e acabou em sub-director-geral da Saúde. Ramos é um independente, que passa ao lado da política. E vai ser o financeiro de um ministério que perdeu o norte orçamental. Tem todas as competências técnicas, como um dos poucos especialistas em economia da Saúde do país, para fazer um bom lugar.

PAULO PEDROSO (secretário de Estado-adjunto do ministro da Solidariedade, Segurança Social, Qualificação e Emprego) - Tem 32 anos este professor universitário, licenciado e mestre em sociologia. É um dos «sampaístas» deste Governo, dos mais «puros e duros». Além dos seus trabalhos em matéria de círculos uninominais, era o Presidente da Comissão Nacional do Rendimento Mínimo Garantido - o «ex-líbris» do Ministério da Solidariedade Social, de Ferro Rodrigues - e membro do Conselho Económico e Social.

JOSÉ GUERREIRO (secretário de Estado do Ambiente) - Doutorado em Ecologia e Biossistemática na área de biologia marinha, entrou para o Ministério do Ambiente como Presidente do Instituto de Promoção Ambiental. Em Outubro foi nomeado por Elisa Ferreira para director-geral do Ambiente. Com a saída de Sócrates sobe à Secretaria de Estado do Ambiente. É um ambientalista que não gosta de ser catalogado partidariamente.

TERESA OLIVEIRA

com GRAÇA ROSENDO

marcar artigo