Internacional

31-08-1999
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NATO-JUGOSLÁVIA Via da paz aberta no Kosovo

E AO 79º dia as bombas deixaram de cair dos céus da Jugoslávia. Foi ontem, quinta-feira, que o secretário-geral da NATO, Javier Solana, ordenou a suspensão dos bombardeamentos, depois de verificado o começo da retirada das forças sérvias do Kosovo. Horas depois, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovava, com a abstenção da China, a resolução numero 1244, que autoriza o envio de uma força internacional de paz para aquela província e concede plenos poderes às Nações Unidas para administrar a província devastada pela guerra. «A ONU abre o caminho para um futuro melhor para os habitantes do Kosovo», palavras de Kofi Annan, secretário-geral 14.06.1999

Jugoslávia reclama compensações económicas 16.06.1999

Reconstrução do Kosovo custará milhões à Europa 17.06.1999

Pequim rejeita explicações dos EUA 17.06.1999

Rússia quer julgar Javier Solana

A guerra económica

A GUERRA do Kosovo é como uma «matriosca» russa: dentro dela há várias bonecas, e cada uma a um nível mais profundo. Ao abri-las, uma após outra, chega-se à conclusão de que a «guerra humanitária» é apenas mais uma roupagem para esconder as outras guerras que estão no seu interior. Os direitos humanos do povo albanês do Kosovo, reprimido há dez anos pelo regime de Belgrado, constituíram durante 11 semanas o aspecto visível do conflito. As terríveis imagens das filas de tractores fugindo do Kosovo e o desfiar diário das torturas e violências sofridas contribuíram de um modo decisivo para que a opinião pública ocidental, sensível e democrática, desse a sua anuência à guerra. Mas, por detrás deste primeiro nível de leitura, assomam muitas dúvidas, que constituem, por sua vez, outros possíveis níveis de compreensão do conflito.

O DESTINO INCERTO DE SLOBODAN MILOSEVIC

O dinheiro, os negócios...

O DINHEIRO da República Federal da Jugoslávia e da família Milosevic está em Chipre e na Rússia, tendo uma parte dele sido recentemente transferida para a África do Sul. Em Nicósia e Moscovo, encontram-se também as empresas financeiras através das quais Belgrado iludiu o embargo das Nações Unidas. A zona grega de Chipre é um dos paraísos fiscais mais importantes do mundo. O banco central da ilha registou 36.500 empresas estrangeiras, das quais «alguns milhares são administradas por sérvios», segundo uma fonte consultada por este semanário.

... e o futuro político

SLOBODAN Milosevic ainda tem futuro? Ontem, quinta-feira, foi ele que anunciou, na televisão, o fim da guerra: «O povo é o herói», disse. Foi também Milosevic que apresentou a sua justificação: «Nunca desistimos do Kosovo, nunca desistiremos. Hoje, a integridade territorial da Jugoslávia está garantida». O balanço da guerra contra a Jugoslávia está ainda por fazer. Setenta e nove dias de bombardeamentos ininterruptos destruíram o país. O seu regime, porém, mantém-se. Mestre na arte da sobrevivência, o Presidente jugoslavo não entregou ainda as cartas. Milosevic perdeu a guerra, mas não o poder.

PARLAMENTO EUROPEU Apatia domina eleições europeias

MILHÕES de pessoas dos quatro cantos da Europa vão às urnas neste fim-de-semana alargado, para escolherem o próximo Parlamento Europeu, o quinto desde o início deste tipo de eleição, em 1979. Mas dos 297 milhões de eleitores dos 15 países da União Europeia, poucos parecem preocupar-se com isso. A julgar pelo empenho e pela participação populares nas três eleições já realizadas (ontem, quinta-feira, realizaram-se as do Reino Unido, Holanda e Dinamarca), a jornada eleitoral terá sido tão ou mais desinteressante como a de há quatro anos. Na República da Irlanda, hoje, sexta-feira, a situação não deverá ser muito diferente. Alguns países receiam que a participação não chegue sequer aos 35%.

Unidos pela indiferença

O QUE é que eu tenho a ver com isso? Tal como há quatro anos, deverá voltar a ser esta, na prática, a resposta da maior parte dos 297 milhões de eleitores dos 15 países da União Europeia que são chamados desde ontem, quinta-feira (e até domingo), a eleger os 626 deputados do Parlamento Europeu (PE). Nos países que deram o pontapé de saída para as europeias deste ano - Grã-Bretanha, Holanda e Dinamarca, onde as eleições se realizaram ontem -, o desinteresse e a apatia geral voltaram a dominar e a abstenção foi de novo o grande «vencedor». Os boletins de voto nestes três países (e na República da Irlanda, que vota hoje) só começam a ser contados no domingo, após o fecho das urnas nos outros 11 membros da União Europeia. Segundo as sondagens, os socialistas (PSE) deverão continuar a ser a maior «família» política do PE.

BÉLGICA «Pavor dos frangos» põe belgas a jejuar

«POSSO dar uma olhadela no seu carrinho? Não sei o que hei-de fazer para o jantar! Esta situação está a destruir a minha criatividade culinária!» - A volumosa loira, nos seus quarenta e tais, sorria. Os belgas, e em especial os flamengos, não costumam falar com desconhecidos no supermercado. Mas o pavor das dioxinas está a provocar algumas atitudes e formas de comportamento estranhas. Se há alguma coisa em comum nas duas nações que vivem «juntas-separadas» (flamengos e valões) neste pequeno reino é a paixão comum pelo garfo e pelo copo. Os belgas, tanto os flamengos (de língua holandesa) como os valões (francófonos), adoram tomar uma boa refeição, em casa ou num restaurante. 14.06.1999

UE debate crise das dioxinas 17.06.1999

Austrália retira alimentos belgas do mercado

Frangos «matam» canalizador?

OS BELGAS vão eleger neste domingo os seus representantes nas duas câmaras do Parlamento federal, nos conselhos provinciais, nos parlamentos regionais, e no Parlamento Europeu. Por isto, quando a televisão flamenga noticiou, em finais de Maio, que elevados níveis de dioxinas cancerígenas tinham sido encontradas em ovos e frangos, todas as redacções começaram a ferver. «Isto é um pesadelo!» exclamaram os jornalistas, conscientes das consequências deste novo escândalo para o fragilizado sistema político belga.

VATICANO A sétima «viagem à terra»

É A SÉTIMA vez que Karol Wojtyla chega à Polónia como autoridade suprema da Igreja Católica, mas os polacos não parecem estar cansados das suas visitas. Pelo contrário, as multidões inundam de novo as ruas e praças por onde passa o cortejo papal, ou estas ficam vazias quando as pessoas podem ver na televisão as missas celebradas pelo Sumo Pontífice. Quando anteontem Andrzej, um operário de 28 anos, dizia que era impossível ir trabalhar no dia seguinte, porque na sua cidade havia «uma festa», o seu chefe não teve a menor dúvida: era a chegada do Papa a Siedice, uma pobre e pequena cidade do Leste da Polónia.

ÁFRICA DO SUL O pai do «renascimento»

NA PRÓXIMA quarta-feira, o bem falante Thabo Mbeki vai emergir por trás da sua habitual capa de fumador de cachimbo para tomar posse como segundo Presidente democraticamente eleito da África do Sul. Na sequência da vitória esmagadora nas eleições nacionais e provinciais da semana passada, o novo líder do Congresso Nacional Africano (ANC) está seguro de que terá aplausos fervorosos. Numa altura em que muitos punditas previam que o antigo movimento de libertação começaria a desintegrar-se sob o peso das suas próprias contradições internas, Mbeki conservou a unidade e conduziu o partido dentro de uma faixa de dois terços do eleitorado - uma margem ainda maior que os 62% conseguidos pelo seu antecessor, Nelson Mandela, em 1994. 16.06.1999

Sucessor de Mandela toma posse

INDONÉSIA Uma longa espera

DIARIAMENTE, desde a passada segunda-feira, Gaspar Sarmento fica sentado à espera que os seus subalternos somem as várias páginas com resultados parciais, vindas dos 13 concelhos de Timor-Leste, para poder assinar o balanço final de votos - com mais umas dezenas de urnas apuradas - e os enviar para Jacarta. Para o responsável pela contagem dos votos para a eleição indonésia na «província» de Timor-Leste - que também é candidato do Golkar - a pressa parece ser pouca. «O sistema é complicado e demora muito tempo. Volte amanhã», sugere, justificando o pouco avanço na contagem desde o dia anterior.

GUINÉ-BISSAU O exílio de Nino Vieira

NINO Vieira já se encontra em Portugal, provavelmente por muito pouco tempo. O ex-presidente da Guiné-Bissau já manifestou a intenção de viajar nos próximos dias para Paris, para receber tratamento no Hospital Militar do Val de Grâce, onde esteve internado várias vezes nos últimos anos.Nino Vieira deixou Banjul e o continente africano na quinta-feira, a bordo do Falcon enviado pelo Governo português e que esperava desde o passado domingo a autorização das autoridades gambianas para o ir recolher. 14.06.1999

Junta Militar adverte classe política guineense

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Um desenvolvimento complicado

A UNIÃO Europeia financia este ano cinco projectos em São Tomé e Príncipe - num valor global de 7 milhões de dólares -, três dos quais ligados à captação, tratamento e abastecimento de água potável e os outros dois relacionados com a construção de estradas. Segundo o representante da União Europeia em São Tomé e Príncipe, Neill Crumbie, dois dos projectos de abastecimento de água estão a arrancar, iniciando-se o terceiro no primeiro semestre do próximo ano, tal como o da construção das estradas.

CABINDA Reféns lançam SOS

«A ANGÚSTIA não é boa conselheira», escrevem os familiares de António José Dias Bettencourt numa carta dirigida ao secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Lello, acusando o Governo de falta de solidariedade e de «paternalismo laxo» em relação aos dois portugueses raptados a 10 de Março, em Cabinda, por elementos armados da Frente de Libertação de Cabinda-Renovada (FLEC-R).

CABO VERDE Um «Cidadão» prestes a surgir

«O CIDADÃO» é o novo jornal, com sede na cidade do Mindelo (ilha de S. Vicente) a engrossar a lista dos periódicos de cariz nacional em circulação em Cabo Verde. Propriedade da Sociedade Editorial Mindelense, o semanário está prestes a sair para as bancas, segundo o seu director, Joaquim Rosário. A linha editorial da nova publicação privilegiará «o interesse público e a imparcialidade». A Sociedade Mindelense é também proprietária da rádio Morabeze, que se prepara para o arranque definitivo da emissão a partir de São Vicente.

ÁFRICA CENTRAL Santa aliança contra os rebeldes

A GUERRA marca passo em Angola, alastra no Corno de África e, na República Democrática do Congo (RDC), aliados e adversários do regime de Laurent- -Désiré Kabila procuram uma via para sair do conflito que consome homens, material e recursos. A «Grande Guerra Africana», ou a «Guerra das sete nações» como é também chamada, pelo número de países envolvidos militarmente no ex-Zaire, continua no centro das atenções. Esta semana, cada uma das coligações - pró e anti-Kabila - fizeram o ponto da situação e gizaram novas estratégias, após o acordo de cessar-fogo concluído em Abril, em Sirta (Líbia) entre Kabila e o Presidente ugandês, Yoweri Museveni, e o cessar-fogo unilateral anunciado há dez dias pelo Ruanda. 15.06.1999

Rebeldes congoleses somam e seguem

NATO-JUGOSLÁVIA Via da paz aberta no Kosovo

E AO 79º dia as bombas deixaram de cair dos céus da Jugoslávia. Foi ontem, quinta-feira, que o secretário-geral da NATO, Javier Solana, ordenou a suspensão dos bombardeamentos, depois de verificado o começo da retirada das forças sérvias do Kosovo. Horas depois, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovava, com a abstenção da China, a resolução numero 1244, que autoriza o envio de uma força internacional de paz para aquela província e concede plenos poderes às Nações Unidas para administrar a província devastada pela guerra. «A ONU abre o caminho para um futuro melhor para os habitantes do Kosovo», palavras de Kofi Annan, secretário-geral 14.06.1999

Jugoslávia reclama compensações económicas 16.06.1999

Reconstrução do Kosovo custará milhões à Europa 17.06.1999

Pequim rejeita explicações dos EUA 17.06.1999

Rússia quer julgar Javier Solana

A guerra económica

A GUERRA do Kosovo é como uma «matriosca» russa: dentro dela há várias bonecas, e cada uma a um nível mais profundo. Ao abri-las, uma após outra, chega-se à conclusão de que a «guerra humanitária» é apenas mais uma roupagem para esconder as outras guerras que estão no seu interior. Os direitos humanos do povo albanês do Kosovo, reprimido há dez anos pelo regime de Belgrado, constituíram durante 11 semanas o aspecto visível do conflito. As terríveis imagens das filas de tractores fugindo do Kosovo e o desfiar diário das torturas e violências sofridas contribuíram de um modo decisivo para que a opinião pública ocidental, sensível e democrática, desse a sua anuência à guerra. Mas, por detrás deste primeiro nível de leitura, assomam muitas dúvidas, que constituem, por sua vez, outros possíveis níveis de compreensão do conflito.

O DESTINO INCERTO DE SLOBODAN MILOSEVIC

O dinheiro, os negócios...

O DINHEIRO da República Federal da Jugoslávia e da família Milosevic está em Chipre e na Rússia, tendo uma parte dele sido recentemente transferida para a África do Sul. Em Nicósia e Moscovo, encontram-se também as empresas financeiras através das quais Belgrado iludiu o embargo das Nações Unidas. A zona grega de Chipre é um dos paraísos fiscais mais importantes do mundo. O banco central da ilha registou 36.500 empresas estrangeiras, das quais «alguns milhares são administradas por sérvios», segundo uma fonte consultada por este semanário.

... e o futuro político

SLOBODAN Milosevic ainda tem futuro? Ontem, quinta-feira, foi ele que anunciou, na televisão, o fim da guerra: «O povo é o herói», disse. Foi também Milosevic que apresentou a sua justificação: «Nunca desistimos do Kosovo, nunca desistiremos. Hoje, a integridade territorial da Jugoslávia está garantida». O balanço da guerra contra a Jugoslávia está ainda por fazer. Setenta e nove dias de bombardeamentos ininterruptos destruíram o país. O seu regime, porém, mantém-se. Mestre na arte da sobrevivência, o Presidente jugoslavo não entregou ainda as cartas. Milosevic perdeu a guerra, mas não o poder.

PARLAMENTO EUROPEU Apatia domina eleições europeias

MILHÕES de pessoas dos quatro cantos da Europa vão às urnas neste fim-de-semana alargado, para escolherem o próximo Parlamento Europeu, o quinto desde o início deste tipo de eleição, em 1979. Mas dos 297 milhões de eleitores dos 15 países da União Europeia, poucos parecem preocupar-se com isso. A julgar pelo empenho e pela participação populares nas três eleições já realizadas (ontem, quinta-feira, realizaram-se as do Reino Unido, Holanda e Dinamarca), a jornada eleitoral terá sido tão ou mais desinteressante como a de há quatro anos. Na República da Irlanda, hoje, sexta-feira, a situação não deverá ser muito diferente. Alguns países receiam que a participação não chegue sequer aos 35%.

Unidos pela indiferença

O QUE é que eu tenho a ver com isso? Tal como há quatro anos, deverá voltar a ser esta, na prática, a resposta da maior parte dos 297 milhões de eleitores dos 15 países da União Europeia que são chamados desde ontem, quinta-feira (e até domingo), a eleger os 626 deputados do Parlamento Europeu (PE). Nos países que deram o pontapé de saída para as europeias deste ano - Grã-Bretanha, Holanda e Dinamarca, onde as eleições se realizaram ontem -, o desinteresse e a apatia geral voltaram a dominar e a abstenção foi de novo o grande «vencedor». Os boletins de voto nestes três países (e na República da Irlanda, que vota hoje) só começam a ser contados no domingo, após o fecho das urnas nos outros 11 membros da União Europeia. Segundo as sondagens, os socialistas (PSE) deverão continuar a ser a maior «família» política do PE.

BÉLGICA «Pavor dos frangos» põe belgas a jejuar

«POSSO dar uma olhadela no seu carrinho? Não sei o que hei-de fazer para o jantar! Esta situação está a destruir a minha criatividade culinária!» - A volumosa loira, nos seus quarenta e tais, sorria. Os belgas, e em especial os flamengos, não costumam falar com desconhecidos no supermercado. Mas o pavor das dioxinas está a provocar algumas atitudes e formas de comportamento estranhas. Se há alguma coisa em comum nas duas nações que vivem «juntas-separadas» (flamengos e valões) neste pequeno reino é a paixão comum pelo garfo e pelo copo. Os belgas, tanto os flamengos (de língua holandesa) como os valões (francófonos), adoram tomar uma boa refeição, em casa ou num restaurante. 14.06.1999

UE debate crise das dioxinas 17.06.1999

Austrália retira alimentos belgas do mercado

Frangos «matam» canalizador?

OS BELGAS vão eleger neste domingo os seus representantes nas duas câmaras do Parlamento federal, nos conselhos provinciais, nos parlamentos regionais, e no Parlamento Europeu. Por isto, quando a televisão flamenga noticiou, em finais de Maio, que elevados níveis de dioxinas cancerígenas tinham sido encontradas em ovos e frangos, todas as redacções começaram a ferver. «Isto é um pesadelo!» exclamaram os jornalistas, conscientes das consequências deste novo escândalo para o fragilizado sistema político belga.

VATICANO A sétima «viagem à terra»

É A SÉTIMA vez que Karol Wojtyla chega à Polónia como autoridade suprema da Igreja Católica, mas os polacos não parecem estar cansados das suas visitas. Pelo contrário, as multidões inundam de novo as ruas e praças por onde passa o cortejo papal, ou estas ficam vazias quando as pessoas podem ver na televisão as missas celebradas pelo Sumo Pontífice. Quando anteontem Andrzej, um operário de 28 anos, dizia que era impossível ir trabalhar no dia seguinte, porque na sua cidade havia «uma festa», o seu chefe não teve a menor dúvida: era a chegada do Papa a Siedice, uma pobre e pequena cidade do Leste da Polónia.

ÁFRICA DO SUL O pai do «renascimento»

NA PRÓXIMA quarta-feira, o bem falante Thabo Mbeki vai emergir por trás da sua habitual capa de fumador de cachimbo para tomar posse como segundo Presidente democraticamente eleito da África do Sul. Na sequência da vitória esmagadora nas eleições nacionais e provinciais da semana passada, o novo líder do Congresso Nacional Africano (ANC) está seguro de que terá aplausos fervorosos. Numa altura em que muitos punditas previam que o antigo movimento de libertação começaria a desintegrar-se sob o peso das suas próprias contradições internas, Mbeki conservou a unidade e conduziu o partido dentro de uma faixa de dois terços do eleitorado - uma margem ainda maior que os 62% conseguidos pelo seu antecessor, Nelson Mandela, em 1994. 16.06.1999

Sucessor de Mandela toma posse

INDONÉSIA Uma longa espera

DIARIAMENTE, desde a passada segunda-feira, Gaspar Sarmento fica sentado à espera que os seus subalternos somem as várias páginas com resultados parciais, vindas dos 13 concelhos de Timor-Leste, para poder assinar o balanço final de votos - com mais umas dezenas de urnas apuradas - e os enviar para Jacarta. Para o responsável pela contagem dos votos para a eleição indonésia na «província» de Timor-Leste - que também é candidato do Golkar - a pressa parece ser pouca. «O sistema é complicado e demora muito tempo. Volte amanhã», sugere, justificando o pouco avanço na contagem desde o dia anterior.

GUINÉ-BISSAU O exílio de Nino Vieira

NINO Vieira já se encontra em Portugal, provavelmente por muito pouco tempo. O ex-presidente da Guiné-Bissau já manifestou a intenção de viajar nos próximos dias para Paris, para receber tratamento no Hospital Militar do Val de Grâce, onde esteve internado várias vezes nos últimos anos.Nino Vieira deixou Banjul e o continente africano na quinta-feira, a bordo do Falcon enviado pelo Governo português e que esperava desde o passado domingo a autorização das autoridades gambianas para o ir recolher. 14.06.1999

Junta Militar adverte classe política guineense

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Um desenvolvimento complicado

A UNIÃO Europeia financia este ano cinco projectos em São Tomé e Príncipe - num valor global de 7 milhões de dólares -, três dos quais ligados à captação, tratamento e abastecimento de água potável e os outros dois relacionados com a construção de estradas. Segundo o representante da União Europeia em São Tomé e Príncipe, Neill Crumbie, dois dos projectos de abastecimento de água estão a arrancar, iniciando-se o terceiro no primeiro semestre do próximo ano, tal como o da construção das estradas.

CABINDA Reféns lançam SOS

«A ANGÚSTIA não é boa conselheira», escrevem os familiares de António José Dias Bettencourt numa carta dirigida ao secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Lello, acusando o Governo de falta de solidariedade e de «paternalismo laxo» em relação aos dois portugueses raptados a 10 de Março, em Cabinda, por elementos armados da Frente de Libertação de Cabinda-Renovada (FLEC-R).

CABO VERDE Um «Cidadão» prestes a surgir

«O CIDADÃO» é o novo jornal, com sede na cidade do Mindelo (ilha de S. Vicente) a engrossar a lista dos periódicos de cariz nacional em circulação em Cabo Verde. Propriedade da Sociedade Editorial Mindelense, o semanário está prestes a sair para as bancas, segundo o seu director, Joaquim Rosário. A linha editorial da nova publicação privilegiará «o interesse público e a imparcialidade». A Sociedade Mindelense é também proprietária da rádio Morabeze, que se prepara para o arranque definitivo da emissão a partir de São Vicente.

ÁFRICA CENTRAL Santa aliança contra os rebeldes

A GUERRA marca passo em Angola, alastra no Corno de África e, na República Democrática do Congo (RDC), aliados e adversários do regime de Laurent- -Désiré Kabila procuram uma via para sair do conflito que consome homens, material e recursos. A «Grande Guerra Africana», ou a «Guerra das sete nações» como é também chamada, pelo número de países envolvidos militarmente no ex-Zaire, continua no centro das atenções. Esta semana, cada uma das coligações - pró e anti-Kabila - fizeram o ponto da situação e gizaram novas estratégias, após o acordo de cessar-fogo concluído em Abril, em Sirta (Líbia) entre Kabila e o Presidente ugandês, Yoweri Museveni, e o cessar-fogo unilateral anunciado há dez dias pelo Ruanda. 15.06.1999

Rebeldes congoleses somam e seguem

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