DN Presidenciais 96

13-06-1997
marcar artigo

PCP ANUNCIA ESPERADA DESISTÊNCIA À CANDIDATURA PRESIDENCIAL Para arrumar Cavaco à primeira

Jerónimo de Sousa fez ontem o que já se esperava: apelou ao voto em Sampaio, «um democrata com provas dadas». Para «arrumar» as presidenciais já no domingo e «derrotar» Cavaco Silva, um candidato com «falta de ética», que quer «enganar os eleitores».

Os comunistas presentes na sala do hotel de Lisboa levantaram-se e gritaram «PCP, PCP» no momento em que o «seu» candidato leu as sete linhas em que anunciou o fim da sua «corrida» à Presidência da República.

O candidato do PCP deu o «toque a reunir», dramatizou, pediu para que «ninguém descanse» e apelou ao voto no ex-presidente da Câmara de Lisboa.

«Por um voto se podem perder ou ganhar as eleições presidenciais.» Ao lado do secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, e do líder histórico dos comunistas, Álvaro Cunhal, o candidato fez um balanço exaustivo de dois meses de campanha eleitoral, para, no final, dizer que o voto dos comunistas «e dos que confiam no PCP é decisivo para a eleição de um democrata para a Presidência da República».

Uma forma de defender e reforçar a democracia e concretizar uma «vontade nacional de mudança», argumentou.

Apesar das «diferenças políticas», Jerónimo admitiu que foi possível «obter clarificações positivas» - o compromisso do candidato apoiado pelo PS de que vai «exercer a Presidência da República de uma forma independente e respeitadora da Constituição».

Cavaco, pelo contrário, não dá, nas palavras de Jerónimo, «quaisquer garantias aos Portugueses» e a sua eleição seria uma revanche para o PSD recuperar «parte do poder que perdeu nas legislativas» e que criaria «muito maiores dificuldades à luta por uma nova política».

Além disso, Cavaco Silva é um candidato com «falta de ética».

E explicou-se: «Candidato que tudo faz para esconder o que é e parecer o que não é, só para enganar os eleitores.» Ao último acto da sua candidatura, Jerónimo de Sousa chegou a pé e com quase uma hora de atraso.

O candidato deixou a sede da Soeiro Pereira Gomes após a reunião habitual da Comissão Política dos comunistas, em que foi decidida a sua desistência, e foi «apanhado» pelo trânsito, efeito das chuvadas, e teve de seguir a pé da Fontes Pereira de Melo até ao Hotel Altis.

Sem negociações

Reafirmando mais uma vez o seu objectivo desde «o primeiro dia» - «Vencer a direita, lutar pela mudança» -, Jerónimo de Sousa quis deixar claro que a decisão de desistir, cenário que «perseguia» o candidato também desde «o primeiro dia», foi tomada sem «seguidismo e sem negociar quaisquer contrapartidas» e sim «na base da própria avaliação sobre o interesse global da democracia».

Por outro lado, a decisão, assegurou, foi tomada «num quadro de forte afirmação do papel do PCP na vida nacional e na sociedade portuguesa».

O candidato operário referiu também na sua declaração as impressões do contacto com os trabalhadores por todo o País, constatando «o estado deplorável em que a política de direita de Cavaco Silva deixou o País».

A partir de amanhã, quando formalizar a desistência no Tribunal Constitucional, as acções de campanha do candidato comunista são canceladas, mas o PCP já convocou «um grande comício» para quinta-feira, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, que terá como oradores o próprio Jerónimo de Sousa e o líder do partido, Carlos Carvalhas.

Apesar de não fazer mais campanha, Jerónimo de Sousa garantiu que «não terminou o empenho do PCP na batalha das presidenciais», anunciando mesmo que a «sua intervenção» vai ser «intensificada nos próximos dias».

Aliás, a encerrar a declaração de dez páginas, Jerónimo lembrou que a sua retirada não elimina o seu nome e fotografia do boletim de voto, e por isso pediu «muita atenção», porque «os ®votos¯ que recebesse seriam anulados e não ajudariam à derrota de Cavaco Silva».

PCP ANUNCIA ESPERADA DESISTÊNCIA À CANDIDATURA PRESIDENCIAL Para arrumar Cavaco à primeira

Jerónimo de Sousa fez ontem o que já se esperava: apelou ao voto em Sampaio, «um democrata com provas dadas». Para «arrumar» as presidenciais já no domingo e «derrotar» Cavaco Silva, um candidato com «falta de ética», que quer «enganar os eleitores».

Os comunistas presentes na sala do hotel de Lisboa levantaram-se e gritaram «PCP, PCP» no momento em que o «seu» candidato leu as sete linhas em que anunciou o fim da sua «corrida» à Presidência da República.

O candidato do PCP deu o «toque a reunir», dramatizou, pediu para que «ninguém descanse» e apelou ao voto no ex-presidente da Câmara de Lisboa.

«Por um voto se podem perder ou ganhar as eleições presidenciais.» Ao lado do secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, e do líder histórico dos comunistas, Álvaro Cunhal, o candidato fez um balanço exaustivo de dois meses de campanha eleitoral, para, no final, dizer que o voto dos comunistas «e dos que confiam no PCP é decisivo para a eleição de um democrata para a Presidência da República».

Uma forma de defender e reforçar a democracia e concretizar uma «vontade nacional de mudança», argumentou.

Apesar das «diferenças políticas», Jerónimo admitiu que foi possível «obter clarificações positivas» - o compromisso do candidato apoiado pelo PS de que vai «exercer a Presidência da República de uma forma independente e respeitadora da Constituição».

Cavaco, pelo contrário, não dá, nas palavras de Jerónimo, «quaisquer garantias aos Portugueses» e a sua eleição seria uma revanche para o PSD recuperar «parte do poder que perdeu nas legislativas» e que criaria «muito maiores dificuldades à luta por uma nova política».

Além disso, Cavaco Silva é um candidato com «falta de ética».

E explicou-se: «Candidato que tudo faz para esconder o que é e parecer o que não é, só para enganar os eleitores.» Ao último acto da sua candidatura, Jerónimo de Sousa chegou a pé e com quase uma hora de atraso.

O candidato deixou a sede da Soeiro Pereira Gomes após a reunião habitual da Comissão Política dos comunistas, em que foi decidida a sua desistência, e foi «apanhado» pelo trânsito, efeito das chuvadas, e teve de seguir a pé da Fontes Pereira de Melo até ao Hotel Altis.

Sem negociações

Reafirmando mais uma vez o seu objectivo desde «o primeiro dia» - «Vencer a direita, lutar pela mudança» -, Jerónimo de Sousa quis deixar claro que a decisão de desistir, cenário que «perseguia» o candidato também desde «o primeiro dia», foi tomada sem «seguidismo e sem negociar quaisquer contrapartidas» e sim «na base da própria avaliação sobre o interesse global da democracia».

Por outro lado, a decisão, assegurou, foi tomada «num quadro de forte afirmação do papel do PCP na vida nacional e na sociedade portuguesa».

O candidato operário referiu também na sua declaração as impressões do contacto com os trabalhadores por todo o País, constatando «o estado deplorável em que a política de direita de Cavaco Silva deixou o País».

A partir de amanhã, quando formalizar a desistência no Tribunal Constitucional, as acções de campanha do candidato comunista são canceladas, mas o PCP já convocou «um grande comício» para quinta-feira, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, que terá como oradores o próprio Jerónimo de Sousa e o líder do partido, Carlos Carvalhas.

Apesar de não fazer mais campanha, Jerónimo de Sousa garantiu que «não terminou o empenho do PCP na batalha das presidenciais», anunciando mesmo que a «sua intervenção» vai ser «intensificada nos próximos dias».

Aliás, a encerrar a declaração de dez páginas, Jerónimo lembrou que a sua retirada não elimina o seu nome e fotografia do boletim de voto, e por isso pediu «muita atenção», porque «os ®votos¯ que recebesse seriam anulados e não ajudariam à derrota de Cavaco Silva».

marcar artigo