DN Presidenciais 96

13-06-1997
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CDS/PP SERÁ «TRAVÃO» DE ABUSO DE PODERES Monteiro à defesa

Cavaco, por exclusão de partes. A cinco dias das eleições Monteiro anunciou que será o guardião do equilíbrio de poderes, quer ganhe Sampaio ou Cavaco.

Ontem, durante a tarde, os telefones não pararam de tocar no Caldas. Eram dirigentes e militantes populares apoiantes de uma e outra candidatura a exercerem pressão sobre o partido. Lá dentro, decorria a reunião da Comissão Politica Nacional destinada a analisar a campanha eleitoral.

O que se discutia era o apoio do partido a Cavaco Silva ou a manutenção da posição de liberdade de voto. E a divisão do partido foi notória. Apesar do vice-presidente Nuno Abecasis afirmar que a Comissão Política optou «unanimemente» pelo reforço da liberdade de voto a verdade é o número de dirigentes que se bateu por uma e outra opção, andou perto, sendo escassa a vantagem que fez a diferença.

Mas a declaração final, saída ao fim de quatro horas de reunião, deixava um sinal evidente de que Manuel Monteiro não quer ter o ónus de ter contribuido para eleger um presidente de esquerda. «Não recomendamos o voto no professor Cavaco Silva, por causa dos principios dele, nunca recomendaríamos o voto em Jorge Sampaio. Estamos à direita dos dois e sabemos que nesta eleição, a direita não escolhe, quanto muito elimina...» Por isso, o PP chama a si um papel moderador. «Travão» de excessos. «Como não há maioria na Assembleia da República usaremos a nossa força para que Sampaio, se for eleito, a direita seja um travão contra a concentração de poderes; e para que, se for Cavaco a ser eleito, esse travão, à direita, impeça a vingança dos que perderam em Outubro». Monteiro afirma-se como garante de «abuso» de poderes.

Se, por um lado, esta reunião serviu para que não houvesse «aproveitamento» pela esquerda da posição do CDS/PP, como disse ao DN Nuno Abecasis, serviu também para Manuel Monteiro rebater a equidistância de que vem sendo acusado. O partido, disse está «à direita dos dois candidatose nunca a meio caminho».

Abecasis teve ainda uma palavra para os populares que dão a cara pela candidatura de Cavaco Silva e Jorge Sampaio. «Vimos ao lado de Jorge Sampaio pessoas que abandonaram o CDS quando este mais precisava de coragem; e vimos do lado de Cavaco Silva súbitos apelos ao PP, feitos por quem mais nos combateu e nos ofendeu. Olhamos para uns e outros com serenidade e sem ressentimento».

Reconhecendo as pressões das duas candidaturas, os populares reafirmaram ontem a posição de há dois meses atrás, lamentando a «pobreza confrangedora» que tem marcado a campanha.

CDS/PP SERÁ «TRAVÃO» DE ABUSO DE PODERES Monteiro à defesa

Cavaco, por exclusão de partes. A cinco dias das eleições Monteiro anunciou que será o guardião do equilíbrio de poderes, quer ganhe Sampaio ou Cavaco.

Ontem, durante a tarde, os telefones não pararam de tocar no Caldas. Eram dirigentes e militantes populares apoiantes de uma e outra candidatura a exercerem pressão sobre o partido. Lá dentro, decorria a reunião da Comissão Politica Nacional destinada a analisar a campanha eleitoral.

O que se discutia era o apoio do partido a Cavaco Silva ou a manutenção da posição de liberdade de voto. E a divisão do partido foi notória. Apesar do vice-presidente Nuno Abecasis afirmar que a Comissão Política optou «unanimemente» pelo reforço da liberdade de voto a verdade é o número de dirigentes que se bateu por uma e outra opção, andou perto, sendo escassa a vantagem que fez a diferença.

Mas a declaração final, saída ao fim de quatro horas de reunião, deixava um sinal evidente de que Manuel Monteiro não quer ter o ónus de ter contribuido para eleger um presidente de esquerda. «Não recomendamos o voto no professor Cavaco Silva, por causa dos principios dele, nunca recomendaríamos o voto em Jorge Sampaio. Estamos à direita dos dois e sabemos que nesta eleição, a direita não escolhe, quanto muito elimina...» Por isso, o PP chama a si um papel moderador. «Travão» de excessos. «Como não há maioria na Assembleia da República usaremos a nossa força para que Sampaio, se for eleito, a direita seja um travão contra a concentração de poderes; e para que, se for Cavaco a ser eleito, esse travão, à direita, impeça a vingança dos que perderam em Outubro». Monteiro afirma-se como garante de «abuso» de poderes.

Se, por um lado, esta reunião serviu para que não houvesse «aproveitamento» pela esquerda da posição do CDS/PP, como disse ao DN Nuno Abecasis, serviu também para Manuel Monteiro rebater a equidistância de que vem sendo acusado. O partido, disse está «à direita dos dois candidatose nunca a meio caminho».

Abecasis teve ainda uma palavra para os populares que dão a cara pela candidatura de Cavaco Silva e Jorge Sampaio. «Vimos ao lado de Jorge Sampaio pessoas que abandonaram o CDS quando este mais precisava de coragem; e vimos do lado de Cavaco Silva súbitos apelos ao PP, feitos por quem mais nos combateu e nos ofendeu. Olhamos para uns e outros com serenidade e sem ressentimento».

Reconhecendo as pressões das duas candidaturas, os populares reafirmaram ontem a posição de há dois meses atrás, lamentando a «pobreza confrangedora» que tem marcado a campanha.

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