JORNAL PUBLICO: Carvalhas desafia PS

10-10-1999
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06/08/95

Programa de Governo dos industrias na mira do PCP

Carvalhas desafia PS

Idálio Revez

Carlos Carvalhas, a passar férias perto de Monte Gordo, advertiu os seus camaradas para que não caiam na "onda" de basta correr com o PSD. O líder dos comunistas também "piscou o olho" aos socialistas e desafiou Guterres a dizer se subscreve ou não o programa de Governo, apresentado pelos industriais do Porto.

O secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas desafiou, ontem, os socialistas a dizerem "preto no branco" se estão de acordo com o programa de Governo apresentado pela Associação Industrial Portuense. É que, no entender do líder comunista, esse documento consubstancia a possibilidade de o patronado retirar os principais direitos dos trabalhadores e de poder despedir sem justa causa. Por isso, dirigindo-se aos militantes do PS, Carvalhas apelou: "Se querem que o Partido Socialista tenha uma politica de esquerda, reforcem a CDU".

Carlos Carvalhas aproveitou a "onda" de Verão e facto de estar a passar férias na Manta Rota, Algarve, para participar num convívio no parque de merendas da mata de Monte Gordo, para confraternizar com os seus camaradas e "piscar o olho" aos socialistas. Para os comunistas não é apenas necessária uma mudança na chefia do Governo em Outubro: "É preciso que o PSD e o CDS fiquem em minoria". E para obter os 116 " deputados democráticos", é também indidpensável "que nenhum voto de esquerda mude de campo". Uma chamada de atenção quanto à fidelidade de voto e uma advertência aos que é pensam que "basta correr com o PSD".

Por outro lado, criticou a teoria dos defendem que é "preciso mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma", apontando para os que "estão sentados à mesa do orçamento e vivem dos fundos estruturais". Em contraponto, denunciou as fracas condições de vida dos pescadores e de outras classes mais desfavorecidas que têm vindo a perder poder compra e a serem lançadas no desemprego ou no trabalho precário.

Por seu lado, Luís Figueira,o cabeça de lista dos candidatos a deputados por Faro, chamou também a atenção para o facto de nesta altura, não se notarem as grandes mazelas da região. Mas passada a época alta do turismo, "volta o calvário" do desemprego e do trabalho precário. Pela falta de uma política de desenvolvimento regional responsabilizou os "senhores" da Comissão de Coordenação Regional (CCRA) que deveriam ser "demitidos, apanharem o primeiro combóio e não voltarem ao Algarve tão cedo". Carlos Luís Figueira entende que, naquele organismo, " é preciso vasculhar as gavetas para ver se os fumos de corrupção não correspondem a fogo".

Carlos Carvalhas considerou ainda que o PS e o PSD têm a mesma política económica para a agricultura, pescas, saúde e ensino. E para esconder essa "coincidência", acusou, falam do acessório, numa disputa verbal, através de metáforas, sobre a formiga e a cigarra. Perante este quadro, "não nos surpreenderemos que até Outubro outras histórias da carcochinha apareçam".

Em relação à festa do Pontal, Carvalhas acha que pelo tom dos discursos que se tem ouvido, Cavaco e Nogueira aparecerão a "declamar o velho, o rapaz e o burro para concluirem que o povo e as oposições falam de tudo tenham ou não razão". O líder dos comunistas enumerou, de seguida, um conjunto de problemas de carácter económico e social cuja solução "passa por uma política de esquerda e não pela continuação da mesma política com outras caras".

06/08/95

Programa de Governo dos industrias na mira do PCP

Carvalhas desafia PS

Idálio Revez

Carlos Carvalhas, a passar férias perto de Monte Gordo, advertiu os seus camaradas para que não caiam na "onda" de basta correr com o PSD. O líder dos comunistas também "piscou o olho" aos socialistas e desafiou Guterres a dizer se subscreve ou não o programa de Governo, apresentado pelos industriais do Porto.

O secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas desafiou, ontem, os socialistas a dizerem "preto no branco" se estão de acordo com o programa de Governo apresentado pela Associação Industrial Portuense. É que, no entender do líder comunista, esse documento consubstancia a possibilidade de o patronado retirar os principais direitos dos trabalhadores e de poder despedir sem justa causa. Por isso, dirigindo-se aos militantes do PS, Carvalhas apelou: "Se querem que o Partido Socialista tenha uma politica de esquerda, reforcem a CDU".

Carlos Carvalhas aproveitou a "onda" de Verão e facto de estar a passar férias na Manta Rota, Algarve, para participar num convívio no parque de merendas da mata de Monte Gordo, para confraternizar com os seus camaradas e "piscar o olho" aos socialistas. Para os comunistas não é apenas necessária uma mudança na chefia do Governo em Outubro: "É preciso que o PSD e o CDS fiquem em minoria". E para obter os 116 " deputados democráticos", é também indidpensável "que nenhum voto de esquerda mude de campo". Uma chamada de atenção quanto à fidelidade de voto e uma advertência aos que é pensam que "basta correr com o PSD".

Por outro lado, criticou a teoria dos defendem que é "preciso mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma", apontando para os que "estão sentados à mesa do orçamento e vivem dos fundos estruturais". Em contraponto, denunciou as fracas condições de vida dos pescadores e de outras classes mais desfavorecidas que têm vindo a perder poder compra e a serem lançadas no desemprego ou no trabalho precário.

Por seu lado, Luís Figueira,o cabeça de lista dos candidatos a deputados por Faro, chamou também a atenção para o facto de nesta altura, não se notarem as grandes mazelas da região. Mas passada a época alta do turismo, "volta o calvário" do desemprego e do trabalho precário. Pela falta de uma política de desenvolvimento regional responsabilizou os "senhores" da Comissão de Coordenação Regional (CCRA) que deveriam ser "demitidos, apanharem o primeiro combóio e não voltarem ao Algarve tão cedo". Carlos Luís Figueira entende que, naquele organismo, " é preciso vasculhar as gavetas para ver se os fumos de corrupção não correspondem a fogo".

Carlos Carvalhas considerou ainda que o PS e o PSD têm a mesma política económica para a agricultura, pescas, saúde e ensino. E para esconder essa "coincidência", acusou, falam do acessório, numa disputa verbal, através de metáforas, sobre a formiga e a cigarra. Perante este quadro, "não nos surpreenderemos que até Outubro outras histórias da carcochinha apareçam".

Em relação à festa do Pontal, Carvalhas acha que pelo tom dos discursos que se tem ouvido, Cavaco e Nogueira aparecerão a "declamar o velho, o rapaz e o burro para concluirem que o povo e as oposições falam de tudo tenham ou não razão". O líder dos comunistas enumerou, de seguida, um conjunto de problemas de carácter económico e social cuja solução "passa por uma política de esquerda e não pela continuação da mesma política com outras caras".

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