EXPRESSO

05-12-2000
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A morte pela morte

«A Herri Batasuna é, por assim dizer, a prova viva da superioridade moral da democracia e, em particular, da grande maturidade da democracia espanhola. Em nome da liberdade, que é a sua pedra angular, ela consente e dá voz até aos que a querem estrangular calando a tiro a voz dos outros.»

TERREIRO DO PAÇO O cavalo de D. José

«A conclusão a que, pouco a pouco, se vai chegando é a de que houve negligência, descuido, incompetência ou simples aventureirismo partilhados por várias entidades supostamente responsáveis, como os empreiteiros, o consórcio construtor, a administração do Metro e, no topo da responsabilidade, o Ministério do Equipamento. Isto é, o Governo de que fala Durão Barroso, que, justiça lhe seja feita, tem sido o único dirigente político a dar sinais de preocupação e a pedir explicações sobre o que se passa debaixo do chão do Terreiro do Paço.» ALENTEJO Por que se matam os velhos?

«Enquanto o Alentejo espera pelo futuro, era bom que alguém se lembrasse de não descurar o presente. Para que à difícil pergunta 'porque se matam tanto os alentejanos?', não tenhamos de responder: apenas porque os deixamos morrer.» CANAVEZES A soberba

«Avelino Ferreira Torres foi procurado pela Justiça a fim de responder por suspeita de ilícitos criminais enquanto autarca. No dia em que os jornais deram a notícia, apareceu nas televisões, com a farronca habitual e a bazófia do costume, a rir-se do Tribunal.» INCÊNDIOS Cheiro a esturro

«Já cansa ouvir falar das soluções que o PS prometeu na oposição, mas não cumpriu no Governo e dos remédios que as oposições de hoje anunciam com tanta clarividência, mas não revelaram ontem, antes do fogo, e custa a crer que os apliquem amanhã, no caso de chegarem ao Governo. Nos incêndios, como em tantas outras matérias, os discursos políticos cheiram demais a esturro.»

JOSÉ SÓCRATES

JOSÉ PEDRO AGUIAR-BRANCO

PINTO DA COSTA

ARSÉNIO CATUNA

NUNO CARDOSO

JOÃO CARLOS SILVA Por FERNANDO DIOGO

Pequenos truques da vida

«Os culpados desta trapalhada (faltas aos exames em Guimarães) não são apenas os estudantes e os médicos que lhes deram os atestados. São também, e em parte substancial, os queridos pais destes alunos. E se o Ministério faz bem em não ceder (ver-se-á se terá coragem de os chumbar se persistirem nas faltas), tem pela frente um enorme desafio: educar estes encarregados de educação. É que, com pais destes, não há filhos que resistam.»

O dom da duplicidade

«Não há dúvida de que, por vezes, a manifesta iliteracia económico-financeira da esmagadora maioria da população dá muito jeito aos políticos, tanto aos do Governo como aos da oposição. É que, nem eles se entendem, nem nós os entendemos quanto à dimensão do 'buraco' orçamental.» Corrupção e sigilo II

Saldanha Sanches «O sindicato dos trabalhadores dos impostos vai ter de se ocupar com a defesa da honorabilidade da sua classe.» Que futuro para os operadores de telefones fixos?

Nuno Cádima

Economista Apesar de tudo espera-se que os primeiros anos de concorrência não estrangulem de tal forma o mercado das telecomunicações que o tornem num mercado estéril a novos investimentos, tão necessários nesta área de actividade. (...) o interessante e singular em Portugal é que os concorrentes aparecem todos ao mesmo tempo, o que não se passou em outros países e o que é teoricamente favorável à Portugal Telecom.» Para um salto qualitativo da nossa Economia

Vitor Ramalho

Secretário de Estado-adjunto do ministro da Economia «A superação dos factores que bloqueiam a produtividade e a competitividade impõe que caracterizemos os que respeitam à própria empresa e aqueles que têm a ver com o meio ambiente em que actuam.» Harmonização fiscal: uma caixa de Pandora?

Manuel Pires

Professor universitário «Óbvio é não existir qualquer perspectiva de união fiscal e também não implicarem as referidas regras a eliminação dos paraísos fiscais. Não existe a perspectiva de união fiscal, porque não se visa tal, porque não é necessário; nem nos Estados Unidos há união fiscal, a não ser que se entenda esta como a repartição ou o resultado de repartição do poder fiscal, o que se não afigura correcto.» Um enigma chamado Putin

Por Mário Soares

De Bruxelas «Terminada essa primeira fase de concentração de poder, (Putin) procura agora dominar os poderosos oligarcas, que se enriqueceram fabulosamente sob o regime de Ieltsin. Trata-se de criar uma espécie de monarquia imperial, supercentralizada, sob o seu estreito controlo. Será isto útil para a Rússia? Talvez seja, visto que visa criar um poderoso Estado russo, capaz de travar e impedir a anarquia dominante. Mas em que medida é que nesse objectivo entra a democracia e o respeito pelos direitos dos cidadãos? Eis uma incógnita... Daí ser tão estranha e talvez mesmo insensata a recepção, calorosa e sem reservas, que lhe foi reservada por Clinton na Cimeira do G8, no Japão.» Terceira via é pouco ambiciosa

F. Pereira Marques

Professor universitário «Do ponto de vista ideológico, a 'terceira via' - 'lato sensu' - corresponde a qualquer coisa de invertebrado que não abre caminho à necessária renovação da esquerda democrática. Antes pelo contrário. Num contexto mais geral de crise dos instrumentos de representação, acaba por contribuir, com as ambiguidades, as flutuações tácticas e o oportunismo das clientelas que alimenta, não só para o descrédito da ideia socialista, mas também para o enfraquecimento das instituições democráticas.» Foz do Arelho ameaçada

Manuel Alegre «O 'Big Brother' não é só um programa televisivo, o 'Big Brother' está aí, onde menos se espera, na praia, na rua, por toda a parte. É a invasão da privacidade, a destruição do silêncio, a imposição de barulhos, de movimentos, de animações que quase sempre rimam com perturbações e confusões. Querem ocupar à força os nossos tempos livres, querem obrigar-nos a ouvir, a participar, a pular na areia. As praias já não são praias, são campos de reeducação.» Como se liberaliza na Saúde

Cipriano Justo

Membro da direcção do Sindicato dos Médicos da Zona Sul «Para trás fica uma paixão do Governo, um programa partidário, juras de fidelidade do primeiro-ministro ao SNS21 - a parafernália do faz-de-conta que antecede os grandes momentos de tirar o coelho da cartola. E este coelho tem nome de baptismo: liberalização. Nem o PSD em dez anos se atreveu a tanto.» Imprensa: museu ameaçado

Luís Humberto Marcos

Director do Museu Nacional da Imprensa «De umas ruínas faz-se um museu nacional com grande singularidade europeia; a Câmara viola os direitos do museu, traçando um jardim sobre o seu espaço - e, depois, culpa o museu de ser um obstáculo ao desenvolvimento da própria ilegalidade! Uma boa oportunidade para se aprofundar a democracia. Ou não será?» Imobiliário militar em saldo

J. Varela Gomes

Coronel na reforma «Na realidade, as Forças Armadas que restituíram a liberdade, e alguma perdida honra, à Nação Portuguesa encontram-se hoje na paradoxal situação de estarem não apenas subordinadas ao poder civil político (como é da regra democrática), mas uns graus abaixo, na posição de atenta obediência. Como ordenanças do poder, figuras apagadas no fundo do cenário.» OLHO VIVO Contra o Orçamento

Manuel Monteiro «Penso ser impensável que quer o PSD quer o CDS, possam ter outra atitude que não a de rejeitar a futura proposta orçamental socialista. Ninguém entenderia que um partido que votou contra o programa de Governo e outro que recentemente lhe apresentou uma moção de censura pudessem agora dar o dito por não dito. Há então, consequentemente, uma clara obrigação perante os portugueses e perante o futuro Presidente da República. Apresentar-lhes uma solução governativa credível, que substitua a actual equipa.»

ESTE novo Governo socialista, que ainda nem um ano de vida completou, está a provar que o que nasce torto raramente se endireita (a liderança de Durão Barroso no PSD é, aliás, outro exemplo notório de comprovação desta mesma tese). E vem demonstrar, ainda, a pertinência de um outro princípio bem conhecido dos políticos: quando as coisas começam a correr mal, não melhoram, só têm tendência a piorar (e Durão Barroso dá, uma vez mais, um contributo singular para a observância deste princípio). Chegados a meio do Verão, enquanto o Governo do PS naufraga nos fundos de maior impopularidade das sondagens, António Guterres deixou quebrar a corrente de simpatia que estabelecera com o eleitorado e é hoje olhado com desconfiança ou indiferença pela maioria dos portugueses. «A melhor maneira de combater a guerrilha é com a contra-guerrilha e não com o exército clássico» Alberto João Jardim, sobre a questão basca, «DN», 11/8/00

A grande desilusão

«Mas o lamentável, é que este Governo traiu princípios essenciais - encharcando a administração pública com os seus apaniguados, não por serem competentes, mas por serem apenas militantes ou amigos dos militantes do partido.»

A morte da instituição

«A perda de autonomia e de sentido crítico de 'L'Unità' em relação ao 'sistema' condenou-o a um desaparecimento extremamente rápido.» A Violência e os Seus Efeitos na Economia... Identificar as causas e reforçar segurança

Semear ventos, colher tempestades

«O que o vulgar cidadão não pode esperar é que se ataque a questão sociológica e se reconheçam e enfrentem os problemas estruturais subjacentes à violência.» «A violência não se resolve recuando no tempo, mas melhorando a qualidade da gestão e da organização da economia e do Estado, acabando de vez com a retórica, nas decisões políticas.»

A solidão do não poder

«Verifico que Durão Barroso surge a enregelar, só com o nariz de fora, imerso nas dantescas águas do Lago Cocito. (...) Ouvem-no em silêncio à temperatura das águas.»

A grande tragédia das férias

«Na grande tragédia das férias, os jornais são superiores às televisões, que esgotam o assunto em meia dúzia de imagens, enquanto os jornais abrem a porta das dúvidas e das especulações, da variação infinita dos factos, como um caleidoscópio de hipóteses de horror. O jornal dá a coloração completa do grito, invoca estados de alma, estende relatos técnicos. O cidadão fica a saber tudo sobre o Concorde e conclui, filosófico, que não tem pena de nunca ter viajado nele.»

A luta por um táxi

«No Algarve há poucos táxis e a maioria dos condutores pratica uma política racista, preterindo os portugueses em favor dos estrangeiros.»

A morte pela morte

«A Herri Batasuna é, por assim dizer, a prova viva da superioridade moral da democracia e, em particular, da grande maturidade da democracia espanhola. Em nome da liberdade, que é a sua pedra angular, ela consente e dá voz até aos que a querem estrangular calando a tiro a voz dos outros.»

TERREIRO DO PAÇO O cavalo de D. José

«A conclusão a que, pouco a pouco, se vai chegando é a de que houve negligência, descuido, incompetência ou simples aventureirismo partilhados por várias entidades supostamente responsáveis, como os empreiteiros, o consórcio construtor, a administração do Metro e, no topo da responsabilidade, o Ministério do Equipamento. Isto é, o Governo de que fala Durão Barroso, que, justiça lhe seja feita, tem sido o único dirigente político a dar sinais de preocupação e a pedir explicações sobre o que se passa debaixo do chão do Terreiro do Paço.» ALENTEJO Por que se matam os velhos?

«Enquanto o Alentejo espera pelo futuro, era bom que alguém se lembrasse de não descurar o presente. Para que à difícil pergunta 'porque se matam tanto os alentejanos?', não tenhamos de responder: apenas porque os deixamos morrer.» CANAVEZES A soberba

«Avelino Ferreira Torres foi procurado pela Justiça a fim de responder por suspeita de ilícitos criminais enquanto autarca. No dia em que os jornais deram a notícia, apareceu nas televisões, com a farronca habitual e a bazófia do costume, a rir-se do Tribunal.» INCÊNDIOS Cheiro a esturro

«Já cansa ouvir falar das soluções que o PS prometeu na oposição, mas não cumpriu no Governo e dos remédios que as oposições de hoje anunciam com tanta clarividência, mas não revelaram ontem, antes do fogo, e custa a crer que os apliquem amanhã, no caso de chegarem ao Governo. Nos incêndios, como em tantas outras matérias, os discursos políticos cheiram demais a esturro.»

JOSÉ SÓCRATES

JOSÉ PEDRO AGUIAR-BRANCO

PINTO DA COSTA

ARSÉNIO CATUNA

NUNO CARDOSO

JOÃO CARLOS SILVA Por FERNANDO DIOGO

Pequenos truques da vida

«Os culpados desta trapalhada (faltas aos exames em Guimarães) não são apenas os estudantes e os médicos que lhes deram os atestados. São também, e em parte substancial, os queridos pais destes alunos. E se o Ministério faz bem em não ceder (ver-se-á se terá coragem de os chumbar se persistirem nas faltas), tem pela frente um enorme desafio: educar estes encarregados de educação. É que, com pais destes, não há filhos que resistam.»

O dom da duplicidade

«Não há dúvida de que, por vezes, a manifesta iliteracia económico-financeira da esmagadora maioria da população dá muito jeito aos políticos, tanto aos do Governo como aos da oposição. É que, nem eles se entendem, nem nós os entendemos quanto à dimensão do 'buraco' orçamental.» Corrupção e sigilo II

Saldanha Sanches «O sindicato dos trabalhadores dos impostos vai ter de se ocupar com a defesa da honorabilidade da sua classe.» Que futuro para os operadores de telefones fixos?

Nuno Cádima

Economista Apesar de tudo espera-se que os primeiros anos de concorrência não estrangulem de tal forma o mercado das telecomunicações que o tornem num mercado estéril a novos investimentos, tão necessários nesta área de actividade. (...) o interessante e singular em Portugal é que os concorrentes aparecem todos ao mesmo tempo, o que não se passou em outros países e o que é teoricamente favorável à Portugal Telecom.» Para um salto qualitativo da nossa Economia

Vitor Ramalho

Secretário de Estado-adjunto do ministro da Economia «A superação dos factores que bloqueiam a produtividade e a competitividade impõe que caracterizemos os que respeitam à própria empresa e aqueles que têm a ver com o meio ambiente em que actuam.» Harmonização fiscal: uma caixa de Pandora?

Manuel Pires

Professor universitário «Óbvio é não existir qualquer perspectiva de união fiscal e também não implicarem as referidas regras a eliminação dos paraísos fiscais. Não existe a perspectiva de união fiscal, porque não se visa tal, porque não é necessário; nem nos Estados Unidos há união fiscal, a não ser que se entenda esta como a repartição ou o resultado de repartição do poder fiscal, o que se não afigura correcto.» Um enigma chamado Putin

Por Mário Soares

De Bruxelas «Terminada essa primeira fase de concentração de poder, (Putin) procura agora dominar os poderosos oligarcas, que se enriqueceram fabulosamente sob o regime de Ieltsin. Trata-se de criar uma espécie de monarquia imperial, supercentralizada, sob o seu estreito controlo. Será isto útil para a Rússia? Talvez seja, visto que visa criar um poderoso Estado russo, capaz de travar e impedir a anarquia dominante. Mas em que medida é que nesse objectivo entra a democracia e o respeito pelos direitos dos cidadãos? Eis uma incógnita... Daí ser tão estranha e talvez mesmo insensata a recepção, calorosa e sem reservas, que lhe foi reservada por Clinton na Cimeira do G8, no Japão.» Terceira via é pouco ambiciosa

F. Pereira Marques

Professor universitário «Do ponto de vista ideológico, a 'terceira via' - 'lato sensu' - corresponde a qualquer coisa de invertebrado que não abre caminho à necessária renovação da esquerda democrática. Antes pelo contrário. Num contexto mais geral de crise dos instrumentos de representação, acaba por contribuir, com as ambiguidades, as flutuações tácticas e o oportunismo das clientelas que alimenta, não só para o descrédito da ideia socialista, mas também para o enfraquecimento das instituições democráticas.» Foz do Arelho ameaçada

Manuel Alegre «O 'Big Brother' não é só um programa televisivo, o 'Big Brother' está aí, onde menos se espera, na praia, na rua, por toda a parte. É a invasão da privacidade, a destruição do silêncio, a imposição de barulhos, de movimentos, de animações que quase sempre rimam com perturbações e confusões. Querem ocupar à força os nossos tempos livres, querem obrigar-nos a ouvir, a participar, a pular na areia. As praias já não são praias, são campos de reeducação.» Como se liberaliza na Saúde

Cipriano Justo

Membro da direcção do Sindicato dos Médicos da Zona Sul «Para trás fica uma paixão do Governo, um programa partidário, juras de fidelidade do primeiro-ministro ao SNS21 - a parafernália do faz-de-conta que antecede os grandes momentos de tirar o coelho da cartola. E este coelho tem nome de baptismo: liberalização. Nem o PSD em dez anos se atreveu a tanto.» Imprensa: museu ameaçado

Luís Humberto Marcos

Director do Museu Nacional da Imprensa «De umas ruínas faz-se um museu nacional com grande singularidade europeia; a Câmara viola os direitos do museu, traçando um jardim sobre o seu espaço - e, depois, culpa o museu de ser um obstáculo ao desenvolvimento da própria ilegalidade! Uma boa oportunidade para se aprofundar a democracia. Ou não será?» Imobiliário militar em saldo

J. Varela Gomes

Coronel na reforma «Na realidade, as Forças Armadas que restituíram a liberdade, e alguma perdida honra, à Nação Portuguesa encontram-se hoje na paradoxal situação de estarem não apenas subordinadas ao poder civil político (como é da regra democrática), mas uns graus abaixo, na posição de atenta obediência. Como ordenanças do poder, figuras apagadas no fundo do cenário.» OLHO VIVO Contra o Orçamento

Manuel Monteiro «Penso ser impensável que quer o PSD quer o CDS, possam ter outra atitude que não a de rejeitar a futura proposta orçamental socialista. Ninguém entenderia que um partido que votou contra o programa de Governo e outro que recentemente lhe apresentou uma moção de censura pudessem agora dar o dito por não dito. Há então, consequentemente, uma clara obrigação perante os portugueses e perante o futuro Presidente da República. Apresentar-lhes uma solução governativa credível, que substitua a actual equipa.»

ESTE novo Governo socialista, que ainda nem um ano de vida completou, está a provar que o que nasce torto raramente se endireita (a liderança de Durão Barroso no PSD é, aliás, outro exemplo notório de comprovação desta mesma tese). E vem demonstrar, ainda, a pertinência de um outro princípio bem conhecido dos políticos: quando as coisas começam a correr mal, não melhoram, só têm tendência a piorar (e Durão Barroso dá, uma vez mais, um contributo singular para a observância deste princípio). Chegados a meio do Verão, enquanto o Governo do PS naufraga nos fundos de maior impopularidade das sondagens, António Guterres deixou quebrar a corrente de simpatia que estabelecera com o eleitorado e é hoje olhado com desconfiança ou indiferença pela maioria dos portugueses. «A melhor maneira de combater a guerrilha é com a contra-guerrilha e não com o exército clássico» Alberto João Jardim, sobre a questão basca, «DN», 11/8/00

A grande desilusão

«Mas o lamentável, é que este Governo traiu princípios essenciais - encharcando a administração pública com os seus apaniguados, não por serem competentes, mas por serem apenas militantes ou amigos dos militantes do partido.»

A morte da instituição

«A perda de autonomia e de sentido crítico de 'L'Unità' em relação ao 'sistema' condenou-o a um desaparecimento extremamente rápido.» A Violência e os Seus Efeitos na Economia... Identificar as causas e reforçar segurança

Semear ventos, colher tempestades

«O que o vulgar cidadão não pode esperar é que se ataque a questão sociológica e se reconheçam e enfrentem os problemas estruturais subjacentes à violência.» «A violência não se resolve recuando no tempo, mas melhorando a qualidade da gestão e da organização da economia e do Estado, acabando de vez com a retórica, nas decisões políticas.»

A solidão do não poder

«Verifico que Durão Barroso surge a enregelar, só com o nariz de fora, imerso nas dantescas águas do Lago Cocito. (...) Ouvem-no em silêncio à temperatura das águas.»

A grande tragédia das férias

«Na grande tragédia das férias, os jornais são superiores às televisões, que esgotam o assunto em meia dúzia de imagens, enquanto os jornais abrem a porta das dúvidas e das especulações, da variação infinita dos factos, como um caleidoscópio de hipóteses de horror. O jornal dá a coloração completa do grito, invoca estados de alma, estende relatos técnicos. O cidadão fica a saber tudo sobre o Concorde e conclui, filosófico, que não tem pena de nunca ter viajado nele.»

A luta por um táxi

«No Algarve há poucos táxis e a maioria dos condutores pratica uma política racista, preterindo os portugueses em favor dos estrangeiros.»

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