Vila Franca exige quadriplicação da linha em túnel

15-07-2001
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Vila Franca Exige Quadriplicação da Linha em Túnel

Por JORGE TALIXA

Sábado, 9 de Junho de 2001

Refer e CP faltaram ao debate promovido pela Assembleia Municipal

A ausência dos representantes da Refer e da CP e a defesa unânime da travessia ferroviária de Vila Franca de Xira em subterrâneo marcaram o debate sobre as opções para a quadriplicação da Linha do Norte naquela zona, realizado na quinta-feira à noite. A maioria dos participantes na sessão, promovida pela Assembleia Municipal, sustenta que o câmara não deverá assumir qualquer comparticipação nas obras de construção do túnel, porque o concelho já tem sido muito penalizado por via do seu papel de corredor por onde passam os principais acessos rodoviários e ferroviários e as grandes estruturas de abastecimento de água e de energia à Grande Lisboa.

Da sessão ressaltou a conclusão de que o município não deve aceitar qualquer outra solução que não seja a travessia subterrânea. O presidente da Assembleia, Vítor Carola, explicou que os conselhos de gerência da Refer e da CP declinaram o convite para estarem presentes por acharem o debate "inoportuno", dado que não terem estudos finais para apresentar.

Foi lida uma carta do presidente da Refer, Francisco Reis, explicando que, foi adjudicado ao gabinete do arquitecto Manuel Salgado "o estudo de propostas alternativas de traçado para a via férrea na área de Vila Franca e a análise do seu impacte em termos urbanos e de requalificação - estudo esse que só muito recentemente se iniciou e donde não é ainda possível retirar quaisquer conclusões". Já Crisóstomo Teixeira, presidente da CP, comunicou que desconhece "a natureza dos projectos de quadriplicação, bem como a sua localização e objectivo".

A presidente da autarquia, Maria da Luz Rosinha, revelou que, já no início deste ano, Manuel Salgado pensou numa solução que desvia o traçado da linha férrea a partir do Norte de Alhandra, de modo a voltar a entrar no actual percurso a Norte de Vila Franca. Uma opção que facilitaria as obras de construção do túnel, uma vez que este traçado se afasta das zonas mais problemáticas ao nível dos lençóis freáticos e dos pilares da ponte e evitaria as dificuldades de construção de um subterrâneo sob uma linha férrea em funcionamento. A autarca explicou que está prevista a construção de uma nova estação a Norte de Vila Franca, que deverá funcionar como um grande terminal para passageiros e mercadorias. "Existirá sempre uma estação dentro de Vila Franca para uso normal de passageiros", afiançou."Mesmo que se encontre uma solução ideal de desvio da linha, a actual estação manter-se-á sempre como museu ferroviário e espaço de apoio à zona ribeirinha".

A presidente da câmara admitiu que o município venha a contribuir para o diferencial entre os custos de uma solução à superfície e de uma solução em túnel.

"Temos que ser muito claros a dizer que só admitimos o enterramento, porque qualquer outra solução é cortar a ligação da cidade ao rio", defendeu Pedro Moutinho, eleito do PSD. O representante social democrata mostrou-se preocupado com o facto de o projecto de modernização da Linha do Norte estar a avançar entre Castanheira e Azambuja "sem acautelar as soluções na área de Vila Franca", o que pode dar, no futuro, "uma margem de manobra muito escassa".

Vila Franca Exige Quadriplicação da Linha em Túnel

Por JORGE TALIXA

Sábado, 9 de Junho de 2001

Refer e CP faltaram ao debate promovido pela Assembleia Municipal

A ausência dos representantes da Refer e da CP e a defesa unânime da travessia ferroviária de Vila Franca de Xira em subterrâneo marcaram o debate sobre as opções para a quadriplicação da Linha do Norte naquela zona, realizado na quinta-feira à noite. A maioria dos participantes na sessão, promovida pela Assembleia Municipal, sustenta que o câmara não deverá assumir qualquer comparticipação nas obras de construção do túnel, porque o concelho já tem sido muito penalizado por via do seu papel de corredor por onde passam os principais acessos rodoviários e ferroviários e as grandes estruturas de abastecimento de água e de energia à Grande Lisboa.

Da sessão ressaltou a conclusão de que o município não deve aceitar qualquer outra solução que não seja a travessia subterrânea. O presidente da Assembleia, Vítor Carola, explicou que os conselhos de gerência da Refer e da CP declinaram o convite para estarem presentes por acharem o debate "inoportuno", dado que não terem estudos finais para apresentar.

Foi lida uma carta do presidente da Refer, Francisco Reis, explicando que, foi adjudicado ao gabinete do arquitecto Manuel Salgado "o estudo de propostas alternativas de traçado para a via férrea na área de Vila Franca e a análise do seu impacte em termos urbanos e de requalificação - estudo esse que só muito recentemente se iniciou e donde não é ainda possível retirar quaisquer conclusões". Já Crisóstomo Teixeira, presidente da CP, comunicou que desconhece "a natureza dos projectos de quadriplicação, bem como a sua localização e objectivo".

A presidente da autarquia, Maria da Luz Rosinha, revelou que, já no início deste ano, Manuel Salgado pensou numa solução que desvia o traçado da linha férrea a partir do Norte de Alhandra, de modo a voltar a entrar no actual percurso a Norte de Vila Franca. Uma opção que facilitaria as obras de construção do túnel, uma vez que este traçado se afasta das zonas mais problemáticas ao nível dos lençóis freáticos e dos pilares da ponte e evitaria as dificuldades de construção de um subterrâneo sob uma linha férrea em funcionamento. A autarca explicou que está prevista a construção de uma nova estação a Norte de Vila Franca, que deverá funcionar como um grande terminal para passageiros e mercadorias. "Existirá sempre uma estação dentro de Vila Franca para uso normal de passageiros", afiançou."Mesmo que se encontre uma solução ideal de desvio da linha, a actual estação manter-se-á sempre como museu ferroviário e espaço de apoio à zona ribeirinha".

A presidente da câmara admitiu que o município venha a contribuir para o diferencial entre os custos de uma solução à superfície e de uma solução em túnel.

"Temos que ser muito claros a dizer que só admitimos o enterramento, porque qualquer outra solução é cortar a ligação da cidade ao rio", defendeu Pedro Moutinho, eleito do PSD. O representante social democrata mostrou-se preocupado com o facto de o projecto de modernização da Linha do Norte estar a avançar entre Castanheira e Azambuja "sem acautelar as soluções na área de Vila Franca", o que pode dar, no futuro, "uma margem de manobra muito escassa".

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