Elisa recusou o Porto por causa da "guerra" entre Ferro e Narciso

12-02-2002
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Elisa Recusou o Porto por Causa da "Guerra" Entre Ferro e Narciso

Por ALEXANDRE PRAÇA

Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2002 Cabeça de lista do PS em Braga Ministra diz que ponderou não entrar em nenhuma lista, mas a "solidariedade" com Ferro foi mais forte A hipótese de a ministra Elisa Ferreira ser a cabeça de lista do PS no Porto fracassou por causa das "guerras" internas no partido. Foi a própria "companheira de caminhada" dos socialistas - esteve seis anos no Governo como independente - quem o confessou, pois não queria tornar-se numa arma de arremesso na luta entre a distrital portuense, liderada por Narciso Miranda, e o novo secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues. "Qualquer opção que eu tomasse seria interpretada [por via das notícias na comunicação social] como o resultado de um braço-de-ferro entre a distrital e o secretário-geral. A partir desse momento, tornei-me totalmente indisponível para jogar esse jogo. Não estou de todo disponível para ser instrumento de uma estratégia dessas", frisou a ministra do Planeamento, na altura em que apresentou no Tribunal de Braga a candidatura do PS no distrito, cuja lista encabeça. Ao mesmo tempo que vai assegurando que não fazia questão de liderar a lista do Porto, Elisa Ferreira adianta que apenas exigiu que "algumas condições fossem cumpridas, nomeadamente algumas dinâmicas de renovação [de listas]", de forma "a inverter a grande derrota autárquica" sofrida pelo PS no Porto. Sem o dizer explicitamente, dá a entender que isso não terá sucedido. E foi por estar a ser vítima da conflitualidade interna nos socialistas que a ministra revela mesmo que chegou a pensar em "não participar em nada". Ou seja, em nenhuma lista. Depois, tanto "a solidariedade" com Ferro Rodrigues como "a necessidade de responder positivamente ao interesse manifestado pela distrital de Braga" levaram Elisa a "transferir-se" para o "único distrito" - para além do Porto, o seu "espaço natural", cuja lista integrou em 1999 no 19.º lugar - em que aceitaria ser candidata, de modo a não poder ser considerada uma "pára-quedista". Isto, conforme argumenta, dadas as relações pessoais, familiares e profissionais (entre outras actividades, chegou a estar à frente da OID para o Vale do Ave) que a ligam a este distrito minhoto. Partidos mudam de cabeças de lista em Braga Elisa Ferreira é, assim, uma das caras novas a liderar as listas em Braga, um distrito que vai eleger mais um deputado (passando assim a 18) e que foi ganho, em 1999, pelo PS, com oito, contra sete do PSD, um da CDU e outro do CDS/PP. É que, no que concerne aos partidos com representação parlamentar, apenas a CDU mantém o mesmo cabeça de lista (Agostinho Lopes), eleito em 1999. Assim sendo, para além do PS (que troca Mesquita Machado por Elisa Ferreira), também o PSD muda de José Manuel Fernandes para Tavares Moreira, ex-governador do Banco de Portugal, vice-presidente do PSD e "ministro-sombra" de Durão Barroso. Tanto o PS como o PSD - que nas últimas legislativas apresentaram como cabeças de lista dois autarcas - foram obrigados a mudar por causa da nova legislação, que obriga os autarcas-deputados a escolher apenas um desses cargos ao fim de meio ano. O CDS/PP promoveu o "número dois" da lista anterior, liderada por Ribeiro e Castro, a primeiro candidato, sendo certo que Nuno Melo já foi o deputado que exerceu funções na legislatura cessante. Também o BE (ver texto nesta página) muda de candidato: antes foi António Lima (presidente do Sindicato do Comércio no distrito), agora é José Maria Cardoso. Os eleitores bracarenses podem ainda optar pelas candidaturas do MPT (liderada pelo professor universitário Miguel Bandeira, conhecido activista nas áreas do ambiente e do urbanismo), PPM (Pedro Borges de Macedo, um jovem engenheiro mecânico), PCTP-MRPP (António Teixeira, membro da Assembleia Municipal de Guimarães), Partido Humanista (Maria Vítor Mota, uma estudante de Comunicação Social na Universidade do Minho) e o POUS, o que perfaz um total de dez candidaturas. A elaboração das listas, como é hábito, levantou algumas polémicas e insatisfações. No PS, por causa de colocar em lugar elegível Teresa Venda, do Movimento Humanismo e Democracia, o presidente da "jota" distrital, Jorge Faria, foi relegado para o 11.º lugar, o que não dá eleição directa. A JS ficou "em estado de choque", como admitiu o presidente da federação do PS-Braga, Joaquim Barreto - que até assume publicamente que não concordou com essa decisão da direcção nacional. No PSD, realça-se o afastamento do já "histórico" deputado Miguel Macedo, um "mendista" que foi sacrificado, tal como os restantes apoiantes de Marques Mendes. Também a concelhia de Braga não ficou muito satisfeita com o sétimo lugar atribuído a Goretti Machado (curiosamente a terceira escolha da secção). Quanto ao PP, a maior resistência à escolha de Nuno Melo (líder distrital) veio precisamente do seu congénere da JP, Carlos Veloso, que propôs vários nomes - incluindo Manuel Monteiro -, menos o de Melo. OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Farmácias sociais vendidas de forma ilegal a privados

Correia de Campos ameaça com fim do monopólio farmacêutico

Venda de medicamentos à unidade é "terceiro-mundista"

BE quer mudar círculos eleitorais

Redução de impostos é irrealista, diz Miguel Beleza

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PS-Porto encerra polémica das listas

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