EXPRESSO: País

22-03-2002
marcar artigo

29/12/2001

Populares em guerra aberta na preparação do Congresso José Ventura Nobre Guedes e Telmo Correia no Conselho Nacional do CDS/PP, no sábado, que marcou o Congresso para 19 e 20 de Janeiro A GUERRA entre Paulo Portas e Manuel Monteiro já está instalada com a preparação do Congresso dos populares. O primeiro tiro foi dado pela direcção de Portas, que se recusa a disponibilizar a lista de militantes filiados no partido a Manuel Monteiro, com o argumento de que tal constituiria uma «ilegalidade», dada a confidencialidade que está reservada aos dados pessoais. A GUERRA entre Paulo Portas e Manuel Monteiro já está instalada com a preparação do Congresso dos populares. O primeiro tiro foi dado pela direcção de Portas, que se recusa a disponibilizar a lista de militantes filiados no partido a Manuel Monteiro, com o argumento de que tal constituiria uma, dada a confidencialidade que está reservada aos dados pessoais. Mas os monteiristas recusam-se a aceitar esta justificação. «Quando uma pessoa se inscreve num partido está automaticamente a consentir que os seus dados pessoais sejam utilizados nas actividades internas do partido», argumenta Jorge Ferreira, acrescentando que «Manuel Monteiro tem todo o direito a utilizar esses dados para fazer campanha eleitoral, e a direcção só não os dá porque está com medo de perder o Congresso». As ameaças dos monteiristas Consciente de que parte em desvantagem para o Congresso -marcado para os dias 19 e 20 de Janeiro na FIL em Lisboa -, Monteiro tem reunido esforços para obter a garantia da transparência e democraticidade do conclave. Face à recusa da direcção popular em facultar o acesso à listagem de militantes, alguns dos seus colaboradores já ameaçam mesmo nem ir a Congresso. «Se a direcção do partido persistir em não dar igualdade de condições aos candidatos e continuar a recusar a entrega da lista dos militantes do partido, que são os eleitores, não sei se valerá a pena ir ao Congresso», afirmou Jorge Ferreira ao EXPRESSO. «Como podemos estar descansados quanto à transparência do Congresso se a pessoa que preside à Comissão Organizadora e que está a recusar informação essencial à candidatura de Manuel Monteiro é a mesma pessoa que afirmou ao EXPRESSO que Monteiro ia levar um banho?», acusa Jorge Ferreira. Já na declaração em que anunciou que iria recandidatar-se à liderança do partido, Manuel Monteiro havia alertado para a necessidade de aumentar o número de delegados eleitos de forma a compensar o aumento do número de delegados por inerência. E isto porque, entre o Congresso de Braga e aquele que se irá realizar daqui a três semanas, as inerências do número de delegados dos órgãos nacionais aumentaram em 42% - as inerências dos Conselheiros Nacionais duplicaram (de 25 para 50) e as da Comissão Política passaram de 30 para 40. Entretanto, no sábado à tarde, colaboradores de Manuel Monteiro enviaram um fax para a sede do partido, dirigido a João Rebelo, solicitando informações sobre o número, nome e morada dos militantes, sobre as concelhias e distritais, e sobre os autarcas eleitos. Contactado pelo EXPRESSO, João Rebelo reafirmou a impossibilidade de disponibilizar a listagem de militantes do partido, mas adiantou que, no dia 3 de Janeiro, Manuel Monteiro terá acesso aos cadernos eleitorais, ao número de delegados eleitos em cada concelho, à data/local/hora dos plenários concelhios e à constituição das inerências. O que, no entendimento da direcção popular, «é mais do que suficiente». Já que, segundo um dirigente do CDS/PP, Monteiro «terá muito mais do que Paulo Portas teve há três anos em Braga», pois nessa altura o actual líder e então candidato «só teve acesso à morada de todos os congressistas a 15 dias do Congresso e já depois de eleitos todos os delegados». Um pouco à margem destas «guerras», ambos os candidatos já começaram a preparar as respectivas moções de estratégia que irão levar ao Congresso. E, mal regresse de férias na Áustria (a 5 de Janeiro), Portas irá começar a elaborar a lista para a direcção, que não deverá apresentar alterações significativas. Maria José Nogueira Pinto - que disputou com Paulo Portas a liderança do CDS/PP no Congresso de Março de 1998 - promete estar presente no conclave dos populares, mas recusa-se, para já, a fazer qualquer comentário às candidaturas de Portas e Monteiro. Braga e Porto mais perto de Portas Entretanto, nas duas mais fortes distritais do PP (Porto e Braga), os monteiristas tentam reorganizar-se numa autêntica operação de contra-relógio. Mas já repararam que são poucos. O desânimo reina entre as hostes próximas de Monteiro, quando percebem que o actual líder do PP tem o partido controlado. António Pedras, um dos braços direitos e rosto da oposição a Paulo Portas, pondera não concorrer à eleição de delegados ao XIII Congresso, deixando ainda mais fragilizada a candidatura de Manuel Monteiro. No Porto, monteiristas como Carlos Abreu Amorim e Orlando Monteiro da Silva têm a difícil tarefa de tentar equilibrar as forças numa distrital que vale 1/5 dos votos em Congresso e onde Portas conta com o apoio do líder, Álvaro Castelo Branco.

SOFIA RAINHO, com PAULO SOUSA e RICARDO JORGE PINTO

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

4 comentários 1 a 4

30 de Dezembro de 2001 às 01:24

euroluso

QUE OS MONTEIRISTAS NÄO DESISPEREM PORUE QUE QUANDO O SR. DR. PAULO POTAS MODAR, E TOMAR CONTA DO PSD. ELES TOMARÂO CONTA DO PARTIDO CDS S/ PP. MAS AGORA ESPEREM ATÉ QUE "ASSALTO" AO PSD ACONTEÇA.

O MUNDO ESTA A VIRAR A DIREITA MAS COM CDS`s DESTA DIMENÇÂO O SENHOR PORTAS SABE COMO NOS QUE NÂO VAI LA:

29 de Dezembro de 2001 às 17:53

Anacoreta

Que gente tão execrável. Ambos prometem uma AD que Cavaco já fez saber que não haverá. O fim será anunciado a 17 de Março.

29 de Dezembro de 2001 às 16:13

OMSilva ( orlandomsilva@mail.telepac.pt )

Tendo sido neste artigo referido o meu nome como um dos que " têm a difícil tarefa de tentar equilibrar as forças na distrital do Porto do CDS/PP", queria dar conhecimento aos autores da notícia, bem como aos leitores do Expresso, que estou desfiliado do CDS/PP há cerca de um ano e que não estou nem pretendo estar envolvido em qualquer tipo de actividade político-partidária, muito menos nos termos referidos na notícia.

Atenciosamente:

Orlando Monteiro da Silva

29 de Dezembro de 2001 às 13:45

Koala ( 080acf@oninet.pt )

hPortas manobrará ao máximo para impedir que Monteiro se afirme. Só assim ganha. Será que os militantes do CDS-PP estão cegos?

ENVIAR COMENTÁRIO

ANTERIOR TOPO

29/12/2001

Populares em guerra aberta na preparação do Congresso José Ventura Nobre Guedes e Telmo Correia no Conselho Nacional do CDS/PP, no sábado, que marcou o Congresso para 19 e 20 de Janeiro A GUERRA entre Paulo Portas e Manuel Monteiro já está instalada com a preparação do Congresso dos populares. O primeiro tiro foi dado pela direcção de Portas, que se recusa a disponibilizar a lista de militantes filiados no partido a Manuel Monteiro, com o argumento de que tal constituiria uma «ilegalidade», dada a confidencialidade que está reservada aos dados pessoais. A GUERRA entre Paulo Portas e Manuel Monteiro já está instalada com a preparação do Congresso dos populares. O primeiro tiro foi dado pela direcção de Portas, que se recusa a disponibilizar a lista de militantes filiados no partido a Manuel Monteiro, com o argumento de que tal constituiria uma, dada a confidencialidade que está reservada aos dados pessoais. Mas os monteiristas recusam-se a aceitar esta justificação. «Quando uma pessoa se inscreve num partido está automaticamente a consentir que os seus dados pessoais sejam utilizados nas actividades internas do partido», argumenta Jorge Ferreira, acrescentando que «Manuel Monteiro tem todo o direito a utilizar esses dados para fazer campanha eleitoral, e a direcção só não os dá porque está com medo de perder o Congresso». As ameaças dos monteiristas Consciente de que parte em desvantagem para o Congresso -marcado para os dias 19 e 20 de Janeiro na FIL em Lisboa -, Monteiro tem reunido esforços para obter a garantia da transparência e democraticidade do conclave. Face à recusa da direcção popular em facultar o acesso à listagem de militantes, alguns dos seus colaboradores já ameaçam mesmo nem ir a Congresso. «Se a direcção do partido persistir em não dar igualdade de condições aos candidatos e continuar a recusar a entrega da lista dos militantes do partido, que são os eleitores, não sei se valerá a pena ir ao Congresso», afirmou Jorge Ferreira ao EXPRESSO. «Como podemos estar descansados quanto à transparência do Congresso se a pessoa que preside à Comissão Organizadora e que está a recusar informação essencial à candidatura de Manuel Monteiro é a mesma pessoa que afirmou ao EXPRESSO que Monteiro ia levar um banho?», acusa Jorge Ferreira. Já na declaração em que anunciou que iria recandidatar-se à liderança do partido, Manuel Monteiro havia alertado para a necessidade de aumentar o número de delegados eleitos de forma a compensar o aumento do número de delegados por inerência. E isto porque, entre o Congresso de Braga e aquele que se irá realizar daqui a três semanas, as inerências do número de delegados dos órgãos nacionais aumentaram em 42% - as inerências dos Conselheiros Nacionais duplicaram (de 25 para 50) e as da Comissão Política passaram de 30 para 40. Entretanto, no sábado à tarde, colaboradores de Manuel Monteiro enviaram um fax para a sede do partido, dirigido a João Rebelo, solicitando informações sobre o número, nome e morada dos militantes, sobre as concelhias e distritais, e sobre os autarcas eleitos. Contactado pelo EXPRESSO, João Rebelo reafirmou a impossibilidade de disponibilizar a listagem de militantes do partido, mas adiantou que, no dia 3 de Janeiro, Manuel Monteiro terá acesso aos cadernos eleitorais, ao número de delegados eleitos em cada concelho, à data/local/hora dos plenários concelhios e à constituição das inerências. O que, no entendimento da direcção popular, «é mais do que suficiente». Já que, segundo um dirigente do CDS/PP, Monteiro «terá muito mais do que Paulo Portas teve há três anos em Braga», pois nessa altura o actual líder e então candidato «só teve acesso à morada de todos os congressistas a 15 dias do Congresso e já depois de eleitos todos os delegados». Um pouco à margem destas «guerras», ambos os candidatos já começaram a preparar as respectivas moções de estratégia que irão levar ao Congresso. E, mal regresse de férias na Áustria (a 5 de Janeiro), Portas irá começar a elaborar a lista para a direcção, que não deverá apresentar alterações significativas. Maria José Nogueira Pinto - que disputou com Paulo Portas a liderança do CDS/PP no Congresso de Março de 1998 - promete estar presente no conclave dos populares, mas recusa-se, para já, a fazer qualquer comentário às candidaturas de Portas e Monteiro. Braga e Porto mais perto de Portas Entretanto, nas duas mais fortes distritais do PP (Porto e Braga), os monteiristas tentam reorganizar-se numa autêntica operação de contra-relógio. Mas já repararam que são poucos. O desânimo reina entre as hostes próximas de Monteiro, quando percebem que o actual líder do PP tem o partido controlado. António Pedras, um dos braços direitos e rosto da oposição a Paulo Portas, pondera não concorrer à eleição de delegados ao XIII Congresso, deixando ainda mais fragilizada a candidatura de Manuel Monteiro. No Porto, monteiristas como Carlos Abreu Amorim e Orlando Monteiro da Silva têm a difícil tarefa de tentar equilibrar as forças numa distrital que vale 1/5 dos votos em Congresso e onde Portas conta com o apoio do líder, Álvaro Castelo Branco.

SOFIA RAINHO, com PAULO SOUSA e RICARDO JORGE PINTO

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

4 comentários 1 a 4

30 de Dezembro de 2001 às 01:24

euroluso

QUE OS MONTEIRISTAS NÄO DESISPEREM PORUE QUE QUANDO O SR. DR. PAULO POTAS MODAR, E TOMAR CONTA DO PSD. ELES TOMARÂO CONTA DO PARTIDO CDS S/ PP. MAS AGORA ESPEREM ATÉ QUE "ASSALTO" AO PSD ACONTEÇA.

O MUNDO ESTA A VIRAR A DIREITA MAS COM CDS`s DESTA DIMENÇÂO O SENHOR PORTAS SABE COMO NOS QUE NÂO VAI LA:

29 de Dezembro de 2001 às 17:53

Anacoreta

Que gente tão execrável. Ambos prometem uma AD que Cavaco já fez saber que não haverá. O fim será anunciado a 17 de Março.

29 de Dezembro de 2001 às 16:13

OMSilva ( orlandomsilva@mail.telepac.pt )

Tendo sido neste artigo referido o meu nome como um dos que " têm a difícil tarefa de tentar equilibrar as forças na distrital do Porto do CDS/PP", queria dar conhecimento aos autores da notícia, bem como aos leitores do Expresso, que estou desfiliado do CDS/PP há cerca de um ano e que não estou nem pretendo estar envolvido em qualquer tipo de actividade político-partidária, muito menos nos termos referidos na notícia.

Atenciosamente:

Orlando Monteiro da Silva

29 de Dezembro de 2001 às 13:45

Koala ( 080acf@oninet.pt )

hPortas manobrará ao máximo para impedir que Monteiro se afirme. Só assim ganha. Será que os militantes do CDS-PP estão cegos?

ENVIAR COMENTÁRIO

ANTERIOR TOPO

marcar artigo