Trabalhadores da Vouga-Têxtil projectam marcha lenta no IP5

21-02-2002
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Trabalhadores da Vouga-Têxtil Projectam Marcha Lenta no IP5

Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2002

Maior empresa do concelho em Vouzela

Cerca de 300 trabalhadores com salários em atraso. Sindicato procura investidores para salvar a fábrica

Os trabalhadores das confecções Vouga-Têxtil, de Vouzela, ameaçam fazer uma marcha lenta no Itinerário Principal n.º 5, se até amanhã não aparecer um investidor interessado em viabilizar a empresa. Depois de terem feito anteontem uma marcha entre as instalações da empresa e a Câmara Municipal de Vouzela, os trabalhadores reuniram-se em plenário para delinear novas formas de luta.

Carlos João, do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta, disse à Agência Lusa que a primeira medida que os cerca de 300 trabalhadores vão tomar se não surgir um interessado até amanha é, nesse mesmo dia, suspenderem os contratos de trabalho com base na lei dos salários em atraso. "Depois, na próxima semana, ainda sem data marcada, em princípio no próximo dia 7, será organizada uma marcha lenta de carro no IP5 desde Vouzela até Viseu (cerca de 30 quilómetros) e os trabalhadores irão até ao Governo Civil", acrescentou.

Durante o plenário ficou também decidido que, se não houver quem viabilize a Vouga-Têxtil, os trabalhadores e familiares não votam nas próximas eleições legislativas, havendo quem avente a possibilidade do acto eleitoral ser boicotado em algumas freguesias. Todas as acções de protesto estão dependentes do resultado dos contactos efectuados pelo presidente da Câmara de Vouzela, Telmo Antunes, com o objectivo de manter a maior empresa do concelho aberta.

Telmo Antunes afirmou ter estado reunido na passada segunda-feira com possíveis interessados no Norte do país, que darão uma resposta definitiva até ao final da semana. No entanto, apesar de estar empenhado na procura de uma solução, o autarca preferiu não criar grandes expectativas nos trabalhadores e alertou-os para a necessidade de estarem preparados "para a pior situação possível".

A Vouga-Têxtil está desde Dezembro sem administrador, uma vez que o único então existente se demitiu alegando motivos de saúde. Neste final do mês, os trabalhadores ficam com dois meses de salários em atraso, a que acresce o subsídio de Natal.

Um paquete sem comandante

A assembleia de accionistas da Vouga Têxtil marcada para sábado passado ficou sem feito, "porque não apareceu ninguém". Quem são os proprietários? Carlos João, do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta, responde não conhecer todos. "É uma sociedade por quotas". O administrador foi-se embora em Novembro passado e, compara o dirigente sindical, "a empresa ficou como aqueles paquetes que vão no alto mar e de repente ficam sem comandante". "A justificação que nos deu foi que tinha problemas de saúde".

A.M.

Trabalhadores da Vouga-Têxtil Projectam Marcha Lenta no IP5

Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2002

Maior empresa do concelho em Vouzela

Cerca de 300 trabalhadores com salários em atraso. Sindicato procura investidores para salvar a fábrica

Os trabalhadores das confecções Vouga-Têxtil, de Vouzela, ameaçam fazer uma marcha lenta no Itinerário Principal n.º 5, se até amanhã não aparecer um investidor interessado em viabilizar a empresa. Depois de terem feito anteontem uma marcha entre as instalações da empresa e a Câmara Municipal de Vouzela, os trabalhadores reuniram-se em plenário para delinear novas formas de luta.

Carlos João, do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta, disse à Agência Lusa que a primeira medida que os cerca de 300 trabalhadores vão tomar se não surgir um interessado até amanha é, nesse mesmo dia, suspenderem os contratos de trabalho com base na lei dos salários em atraso. "Depois, na próxima semana, ainda sem data marcada, em princípio no próximo dia 7, será organizada uma marcha lenta de carro no IP5 desde Vouzela até Viseu (cerca de 30 quilómetros) e os trabalhadores irão até ao Governo Civil", acrescentou.

Durante o plenário ficou também decidido que, se não houver quem viabilize a Vouga-Têxtil, os trabalhadores e familiares não votam nas próximas eleições legislativas, havendo quem avente a possibilidade do acto eleitoral ser boicotado em algumas freguesias. Todas as acções de protesto estão dependentes do resultado dos contactos efectuados pelo presidente da Câmara de Vouzela, Telmo Antunes, com o objectivo de manter a maior empresa do concelho aberta.

Telmo Antunes afirmou ter estado reunido na passada segunda-feira com possíveis interessados no Norte do país, que darão uma resposta definitiva até ao final da semana. No entanto, apesar de estar empenhado na procura de uma solução, o autarca preferiu não criar grandes expectativas nos trabalhadores e alertou-os para a necessidade de estarem preparados "para a pior situação possível".

A Vouga-Têxtil está desde Dezembro sem administrador, uma vez que o único então existente se demitiu alegando motivos de saúde. Neste final do mês, os trabalhadores ficam com dois meses de salários em atraso, a que acresce o subsídio de Natal.

Um paquete sem comandante

A assembleia de accionistas da Vouga Têxtil marcada para sábado passado ficou sem feito, "porque não apareceu ninguém". Quem são os proprietários? Carlos João, do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta, responde não conhecer todos. "É uma sociedade por quotas". O administrador foi-se embora em Novembro passado e, compara o dirigente sindical, "a empresa ficou como aqueles paquetes que vão no alto mar e de repente ficam sem comandante". "A justificação que nos deu foi que tinha problemas de saúde".

A.M.

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