Eurico Guterres: «Aceito ser julgado»
EURICO Guterres está em Jacarta. Liderou a mais violenta milícia, Aitarak, que semeou a morte e a destruição em Timor, após o referendo de 30 de Agosto de 1999. Esta é a sua primeira entrevista, depois daquela data, aceitando um julgamento.
EXPRESSO - O que espera destas primeiras eleições em Timor?
- Devem-se realizar. Timor-Leste deve ter a independência. E espero que não se provoquem distúrbios. Como timorense quero o melhor para Timor.
EXP. - Gostaria de votar e de participar neste processo?
E.G. - Apesar de estar na Indonésia, estou com os timorenses. Moralmente estou em Timor, só fisicamente é que estou fora. Quero voltar, enquanto timorense estou fisicamente fora mas quero a paz. Quero que todos os timorenses trabalhem de mãos dadas para criar a paz e não quero ódio nem vingança alguma...
EXP. - Quando pretende regressar?
E.G. - Quero voltar, não agora, mas só quando todos os timorenses refugiados regressarem a Timor. Tenho uma responsabilidade para com eles...
EXP. - Já solicitou a sua entrada em Timor?
E.G. - Já fiz vários pedidos através da UNTAET (o chefe de gabinete de Sérgio Vieira de Mello nega ter recebido qualquer solicitação), e até hoje não obtive resposta para me encontrar com Xanana Gusmão. Preciso muito de falar com Xanana Gusmão.
EXP. - E faz alguma exigência para regressar?
E.G. - Primeiro, que haja uma reconciliação no interior. Sei que as pessoas e os partidos não estão muito bem... Aceito a reconciliação, que considero a melhor forma de juntar as pessoas.
EXP. - Aceita pedir perdão?
E.G. - Sim, vou pedir perdão ao povo; não lutei por interesses privados. Estou pronto, mas com a condição das pessoas estarem preparadas para me perdoarem.
EXP. - E aceita ser julgado?
E.G. - Se for considerado culpado, aceito ser julgado; se acham que eu errei...
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Eurico Guterres: «Aceito ser julgado»
EURICO Guterres está em Jacarta. Liderou a mais violenta milícia, Aitarak, que semeou a morte e a destruição em Timor, após o referendo de 30 de Agosto de 1999. Esta é a sua primeira entrevista, depois daquela data, aceitando um julgamento.
EXPRESSO - O que espera destas primeiras eleições em Timor?
- Devem-se realizar. Timor-Leste deve ter a independência. E espero que não se provoquem distúrbios. Como timorense quero o melhor para Timor.
EXP. - Gostaria de votar e de participar neste processo?
E.G. - Apesar de estar na Indonésia, estou com os timorenses. Moralmente estou em Timor, só fisicamente é que estou fora. Quero voltar, enquanto timorense estou fisicamente fora mas quero a paz. Quero que todos os timorenses trabalhem de mãos dadas para criar a paz e não quero ódio nem vingança alguma...
EXP. - Quando pretende regressar?
E.G. - Quero voltar, não agora, mas só quando todos os timorenses refugiados regressarem a Timor. Tenho uma responsabilidade para com eles...
EXP. - Já solicitou a sua entrada em Timor?
E.G. - Já fiz vários pedidos através da UNTAET (o chefe de gabinete de Sérgio Vieira de Mello nega ter recebido qualquer solicitação), e até hoje não obtive resposta para me encontrar com Xanana Gusmão. Preciso muito de falar com Xanana Gusmão.
EXP. - E faz alguma exigência para regressar?
E.G. - Primeiro, que haja uma reconciliação no interior. Sei que as pessoas e os partidos não estão muito bem... Aceito a reconciliação, que considero a melhor forma de juntar as pessoas.
EXP. - Aceita pedir perdão?
E.G. - Sim, vou pedir perdão ao povo; não lutei por interesses privados. Estou pronto, mas com a condição das pessoas estarem preparadas para me perdoarem.
EXP. - E aceita ser julgado?
E.G. - Se for considerado culpado, aceito ser julgado; se acham que eu errei...