Fretilin não aceita governo de unidade nacional

07-09-2001
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Fretilin Não Aceita Governo de Unidade Nacional

Terça-feira, 28 de Agosto de 2001

A Fretilin não está de acordo com a formação de um governo de unidade nacional após as eleições constituintes do próximo dia 30, nem parece disposta a fazer grandes cedências ao administrador transitório da ONU em matéria de cargos no governo. Sérgio Vieira de Mello, a quem cabe indicar o segundo gabinete transitório de governação, já disse várias vezes querer um executivo abrangente e que não vai olhar apenas à matemática eleitoral. Ontem, a Fretilin, que continua a dizer esperar 85 por cento dos votos, afirmou que as coisas não são bem assim.

Lu-Olo e Mari Alkatiri, os dois principais dirigentes do partido histórico, deixaram claro que não concordam com um governo de unidade nacional e que não haverá qualquer tipo de negociação com os outros partidos. Admitem, no entanto, que o segundo executivo de transição possa ter alguns cidadãos independentes. Coligações com outros partidos é que a Fretilin diz não estar nos seus planos. "Haverá consultas da Fretilin aos outros partidos. Coligações não", afirmou Alkatiri.

Sobre o desejo de Sérgio Vieira de Mello de nomear um governo aberto aos partidos mais bem colocados nas eleições, a candidatos independentes, caso sejam eleitos, e a personalidades fora dos partidos, Mari Alkatiri começou por dizer que as consultas "têm corrido bem", para, logo a seguir, acrescentar: "A Fretilin não tem pressa em entrar no governo. Agora, ou as coisas são feitas com o nosso acordo ou ficamos fora do governo. Vamos apenas para a Assembleia Constituinte e formamos o nosso governo depois."

Os principais dirigentes da Fretilin continuam a dizer não ter dúvidas de que vão ganhar "com uma larga maioria", insistindo que devem obter "85 por cento dos votos".

Caso a Fretilin consiga uma maioria confortável e se venha a verificar uma rotura com a administração das Nações Unidas, as coisas podem obviamente complicar-se. Ou seja, haveria um governo nomeado pela UNTAET, que teria a oposição de um partido eleito com uma maioria significativa dos 88 deputados que vão formar a Assembleia Constituinte e que mais tarde se transformará em Assembleia Legislativa.

Na conferência de imprensa de ontem, Mari Alkatiri comentou também o facto de Xanana Gusmão, que o partido apoia para a presidente, já ter visitado a maioria dos partidos, alguns deles mais de uma vez, e de ainda não se ter deslocado a nenhuma acção da Fretilin, o que deverá acontecer no comício de hoje. "Não aparece porque não é preciso. Sabe que a Fretilin faz uma campanha pacífica, que é ordeira e conhece bem o partido e o seu programa. Aos outros é que precisa de ir, para ver o seu comportamento e conhecer os seus programas", afirmou.

Também ontem, o partido revelou que os ex-guerrilheiros da "Sagrada Família", a única célula de ex-combatentes que nunca aceitou ser desmantelada, tinham aderido à Fretilin.

Fretilin Não Aceita Governo de Unidade Nacional

Terça-feira, 28 de Agosto de 2001

A Fretilin não está de acordo com a formação de um governo de unidade nacional após as eleições constituintes do próximo dia 30, nem parece disposta a fazer grandes cedências ao administrador transitório da ONU em matéria de cargos no governo. Sérgio Vieira de Mello, a quem cabe indicar o segundo gabinete transitório de governação, já disse várias vezes querer um executivo abrangente e que não vai olhar apenas à matemática eleitoral. Ontem, a Fretilin, que continua a dizer esperar 85 por cento dos votos, afirmou que as coisas não são bem assim.

Lu-Olo e Mari Alkatiri, os dois principais dirigentes do partido histórico, deixaram claro que não concordam com um governo de unidade nacional e que não haverá qualquer tipo de negociação com os outros partidos. Admitem, no entanto, que o segundo executivo de transição possa ter alguns cidadãos independentes. Coligações com outros partidos é que a Fretilin diz não estar nos seus planos. "Haverá consultas da Fretilin aos outros partidos. Coligações não", afirmou Alkatiri.

Sobre o desejo de Sérgio Vieira de Mello de nomear um governo aberto aos partidos mais bem colocados nas eleições, a candidatos independentes, caso sejam eleitos, e a personalidades fora dos partidos, Mari Alkatiri começou por dizer que as consultas "têm corrido bem", para, logo a seguir, acrescentar: "A Fretilin não tem pressa em entrar no governo. Agora, ou as coisas são feitas com o nosso acordo ou ficamos fora do governo. Vamos apenas para a Assembleia Constituinte e formamos o nosso governo depois."

Os principais dirigentes da Fretilin continuam a dizer não ter dúvidas de que vão ganhar "com uma larga maioria", insistindo que devem obter "85 por cento dos votos".

Caso a Fretilin consiga uma maioria confortável e se venha a verificar uma rotura com a administração das Nações Unidas, as coisas podem obviamente complicar-se. Ou seja, haveria um governo nomeado pela UNTAET, que teria a oposição de um partido eleito com uma maioria significativa dos 88 deputados que vão formar a Assembleia Constituinte e que mais tarde se transformará em Assembleia Legislativa.

Na conferência de imprensa de ontem, Mari Alkatiri comentou também o facto de Xanana Gusmão, que o partido apoia para a presidente, já ter visitado a maioria dos partidos, alguns deles mais de uma vez, e de ainda não se ter deslocado a nenhuma acção da Fretilin, o que deverá acontecer no comício de hoje. "Não aparece porque não é preciso. Sabe que a Fretilin faz uma campanha pacífica, que é ordeira e conhece bem o partido e o seu programa. Aos outros é que precisa de ir, para ver o seu comportamento e conhecer os seus programas", afirmou.

Também ontem, o partido revelou que os ex-guerrilheiros da "Sagrada Família", a única célula de ex-combatentes que nunca aceitou ser desmantelada, tinham aderido à Fretilin.

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