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15 de Setembro
Timor: Xanana e Vieira de Mello regressam insatisfeitos de reunião com MNE indonésio
A delegação das Nações Unidas chefiada pelo administrador transitório da ONU em Timor, Sérgio Vieira de Mello, e acompanhada por Xanana Gusmão, que ontem reuniu com o ministro dos Negócios Estrangeiros indonésio, regressou insatisfeita com as propostas "insuficientes" de Jacarta sobre a solução para a violência das milícias em Timor. A reunião, que teve lugar ontem em Bali, não teve o fim desejado. Sérgio Vieira de Mello confessou mesmo que a delegação não acredita em nenhuma das promessas indonésias, enquanto as milícias pró-integração continuarem activas em Timor Ocidental. O plano apresentado por Jacarta para desarmar as milícias e resolver a situação dos refugiados apenas mereceu o cepticismo da ONU.
A Indonésia garantiu o envio de dois batalhões de tropas de elite Kostrad e um batalhão da polícia, o que Sérgio Vieira de Mello considera "insuficiente". Xanana Gusmão, presidente do Conselho Nacional de Resistência Timorense (CNRT/Congresso Nacional), também mostrou "cepticismo" em relação à aplicabilidade do plano dos indonésios, semelhante ao que no ano passado falhou em deter as milícias pró-integração em Timor-Leste.
"A nossa esperança é estarmos enganados", disse à Lusa Xanana Gusmão. O líder timorense sublinhou que a delegação da ONU pediu para que as tropas enviadas para Timor Ocidental não tivessem relação com a violência do ano passado em Timor-Leste ou com as milícias.
Recorde-se que as milícias assassinaram na semana passada três funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, em Atambua. Os 120 mil refugiados de Timor-Leste que estão ainda no lado indonésio da fronteira continuam a ser ameaçados pelos grupos milicianos. Na sequência do ataque às instalações daquele organismo humanitário, todas as agências da ONU que estavam a prestar auxílio humanitário aos refugiados retiraram o seu pessoal de Timor Ocidental.
Entre outros pedidos, a delegação das Nações Unidas exigiu à Indonésia que resolva a situação dos refugiados e investigue a morte dos três funcionários do ACNUR e dos dois soldados da força de paz mortos em confrontos com milícias na fronteira com Timor-Leste.
Sérgio Vieira de Mello comentou ainda, à chegada a Díli, as declarações do chefe da milícia Aitarak, Eurico Guterres, que afirmou que Timor Ocidental está em segurança e as agências humanitárias podem regressar: só podem tratar-se de "uma piada de mau gosto".
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Timor: Xanana e Vieira de Mello regressam insatisfeitos de reunião com MNE indonésio
A delegação das Nações Unidas chefiada pelo administrador transitório da ONU em Timor, Sérgio Vieira de Mello, e acompanhada por Xanana Gusmão, que ontem reuniu com o ministro dos Negócios Estrangeiros indonésio, regressou insatisfeita com as propostas "insuficientes" de Jacarta sobre a solução para a violência das milícias em Timor. A reunião, que teve lugar ontem em Bali, não teve o fim desejado. Sérgio Vieira de Mello confessou mesmo que a delegação não acredita em nenhuma das promessas indonésias, enquanto as milícias pró-integração continuarem activas em Timor Ocidental. O plano apresentado por Jacarta para desarmar as milícias e resolver a situação dos refugiados apenas mereceu o cepticismo da ONU.
A Indonésia garantiu o envio de dois batalhões de tropas de elite Kostrad e um batalhão da polícia, o que Sérgio Vieira de Mello considera "insuficiente". Xanana Gusmão, presidente do Conselho Nacional de Resistência Timorense (CNRT/Congresso Nacional), também mostrou "cepticismo" em relação à aplicabilidade do plano dos indonésios, semelhante ao que no ano passado falhou em deter as milícias pró-integração em Timor-Leste.
"A nossa esperança é estarmos enganados", disse à Lusa Xanana Gusmão. O líder timorense sublinhou que a delegação da ONU pediu para que as tropas enviadas para Timor Ocidental não tivessem relação com a violência do ano passado em Timor-Leste ou com as milícias.
Recorde-se que as milícias assassinaram na semana passada três funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, em Atambua. Os 120 mil refugiados de Timor-Leste que estão ainda no lado indonésio da fronteira continuam a ser ameaçados pelos grupos milicianos. Na sequência do ataque às instalações daquele organismo humanitário, todas as agências da ONU que estavam a prestar auxílio humanitário aos refugiados retiraram o seu pessoal de Timor Ocidental.
Entre outros pedidos, a delegação das Nações Unidas exigiu à Indonésia que resolva a situação dos refugiados e investigue a morte dos três funcionários do ACNUR e dos dois soldados da força de paz mortos em confrontos com milícias na fronteira com Timor-Leste.
Sérgio Vieira de Mello comentou ainda, à chegada a Díli, as declarações do chefe da milícia Aitarak, Eurico Guterres, que afirmou que Timor Ocidental está em segurança e as agências humanitárias podem regressar: só podem tratar-se de "uma piada de mau gosto".