Gouveia ignorada pelo programa Polis

18-08-2001
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Gouveia Ignorada pelo Programa Polis

Por GUSTAVO BRÁS

Sábado, 21 de Julho de 2001

AUTARCA CONTESTA CRITÉRIOS DO JÚRI

Santinho Pacheco critica preferência pelas localidades da faixa litoral

Santinho Pacheco, presidente da Câmara de Gouveia, critica a opção do júri e do Governo em beneficiar, na segunda fase do programa Polis, "localidades da faixa litoral, em detrimento de concelhos menos populosos do interior, independentemente do mérito dos projectos". Prova disso é, salienta, "a forma como a candidatura de Gouveia foi tratada, em detrimento de um projecto nitidamente de qualificação ambiental e urbana, deu-se preferência a arranjos em áreas de estações como Ermesinde ou intervenções em cidades com enormes massas eleitorais".

Recorde-se que, das 53 localidades que se candidataram a esta segunda fase do programa Polis foram abrangidas apenas dez, estando envolvida uma verba de 22 milhões de contos. O júri, composto por 21 personalidades independentes, seleccionou os projectos apresentados por Chaves, Marinha Grande, Portalegre, Setúbal, Sines, Tomar, Torres Vedras e Valongo, uma lista que viria a ser engrossada, sob a responsabilidade do ministro José Sócrates, com as candidaturas de Gondomar e Vila Franca de Xira.

Gouveia foi uma das cidades que ficaram de fora, apesar do ministro José Sócrates ter garantido, há tempos, que tanto o seu ministério "como os outros com responsabilidade neste domínio", iriam "olhar para esta candidatura com os melhores olhos". Com este projecto pretendia-se requalificar ambiental e urbanisticamente a zona da Ribeira, que inclui a área da Fábrica Bellino & Bellino, numa extensão de cerca de dois quilómetros. Mas o facto de o projecto não ter sido contemplado não constituiu surpresa para o autarca. "Sabíamos à partida que teríamos enormes obstáculos para que a nossa candidatura fosse aprovada", diz Santinho Pacheco, que não deixa de evidenciar que "o projecto estava muitíssimo bem elaborado, sob o ponto de vista técnico, ambiental e urbanístico". O edil não se mostra, contudo, muito preocupado com esta situação, dado que, justifica, "há algumas componentes já contempladas no projecto das cidades pequenas do eixo do Itinerário Complementar n.º 7 [a conhecida Estrada da Beira]", apresentado recentemente pela ministra do Planeamento, Elisa Ferreira, representando cerca de um milhão de contos para Gouveia, dos quais cerca de 600 mil são para a remodelação do mercado municipal e construção do parque de estacionamento anexo, bem como para os arranjos exteriores. Tudo obras contempladas no projecto candidatado ao programa Polis.

Santinho Pacheco mostra-se "esperançado de que outras componentes possam vir a ser financiadas através de outros programas e que a componente ambiental ainda venha a merecer o apoio do Ministério do Ambiente, uma certeza que foi praticamente dada pelo ministro José Sócrates". Neste momento, adianta, existem já "algumas garantias, depois se verá se há necessidade de recorrer a alguns programas comunitários".

Para revitalizar a zona da Ribeira até 2006, a autarquia gouveense necessita de cerca de cinco milhões de contos, tendo já assegurado aproximadamente metade do investimento por parte de particulares. Aquando da apresentação do projecto, José Sócrates disse que, caso não viesse a ser contemplado pelo programa Polis, havia outros meios para requalificar a zona de Gouveia.

Gouveia Ignorada pelo Programa Polis

Por GUSTAVO BRÁS

Sábado, 21 de Julho de 2001

AUTARCA CONTESTA CRITÉRIOS DO JÚRI

Santinho Pacheco critica preferência pelas localidades da faixa litoral

Santinho Pacheco, presidente da Câmara de Gouveia, critica a opção do júri e do Governo em beneficiar, na segunda fase do programa Polis, "localidades da faixa litoral, em detrimento de concelhos menos populosos do interior, independentemente do mérito dos projectos". Prova disso é, salienta, "a forma como a candidatura de Gouveia foi tratada, em detrimento de um projecto nitidamente de qualificação ambiental e urbana, deu-se preferência a arranjos em áreas de estações como Ermesinde ou intervenções em cidades com enormes massas eleitorais".

Recorde-se que, das 53 localidades que se candidataram a esta segunda fase do programa Polis foram abrangidas apenas dez, estando envolvida uma verba de 22 milhões de contos. O júri, composto por 21 personalidades independentes, seleccionou os projectos apresentados por Chaves, Marinha Grande, Portalegre, Setúbal, Sines, Tomar, Torres Vedras e Valongo, uma lista que viria a ser engrossada, sob a responsabilidade do ministro José Sócrates, com as candidaturas de Gondomar e Vila Franca de Xira.

Gouveia foi uma das cidades que ficaram de fora, apesar do ministro José Sócrates ter garantido, há tempos, que tanto o seu ministério "como os outros com responsabilidade neste domínio", iriam "olhar para esta candidatura com os melhores olhos". Com este projecto pretendia-se requalificar ambiental e urbanisticamente a zona da Ribeira, que inclui a área da Fábrica Bellino & Bellino, numa extensão de cerca de dois quilómetros. Mas o facto de o projecto não ter sido contemplado não constituiu surpresa para o autarca. "Sabíamos à partida que teríamos enormes obstáculos para que a nossa candidatura fosse aprovada", diz Santinho Pacheco, que não deixa de evidenciar que "o projecto estava muitíssimo bem elaborado, sob o ponto de vista técnico, ambiental e urbanístico". O edil não se mostra, contudo, muito preocupado com esta situação, dado que, justifica, "há algumas componentes já contempladas no projecto das cidades pequenas do eixo do Itinerário Complementar n.º 7 [a conhecida Estrada da Beira]", apresentado recentemente pela ministra do Planeamento, Elisa Ferreira, representando cerca de um milhão de contos para Gouveia, dos quais cerca de 600 mil são para a remodelação do mercado municipal e construção do parque de estacionamento anexo, bem como para os arranjos exteriores. Tudo obras contempladas no projecto candidatado ao programa Polis.

Santinho Pacheco mostra-se "esperançado de que outras componentes possam vir a ser financiadas através de outros programas e que a componente ambiental ainda venha a merecer o apoio do Ministério do Ambiente, uma certeza que foi praticamente dada pelo ministro José Sócrates". Neste momento, adianta, existem já "algumas garantias, depois se verá se há necessidade de recorrer a alguns programas comunitários".

Para revitalizar a zona da Ribeira até 2006, a autarquia gouveense necessita de cerca de cinco milhões de contos, tendo já assegurado aproximadamente metade do investimento por parte de particulares. Aquando da apresentação do projecto, José Sócrates disse que, caso não viesse a ser contemplado pelo programa Polis, havia outros meios para requalificar a zona de Gouveia.

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