Governadores pressionam MAI para abandonar cargos

08-08-2001
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Governadores Pressionam MAI para Abandonar Cargos

Por EMÍLIA MONTEIRO

Quarta-feira, 8 de Agosto de 2001 Candidatos esperam "ordens" do Governo Os quatro socialistas que vão trocar o cargo de governador civil pela candidatura a uma câmara estão fartos de ser acusados de "ilegalidade". São os casos de Braga, Beja, Santarém e Castelo Branco Os governadores civis de Braga, Beja, Santarém e Castelo Branco estão à espera de indicações do ministro da Administração Interna, Nuno Severiano Teixeira, para saberem se devem ou não abandonar o cargo que ocupam. Os quatro socialistas, para além de representantes do Governo no distrito, são também candidatos pelo PS a outras tantas câmaras municipais. Semelhante situação, de acordo com um parecer fornecido pela Comissão Nacional de Eleições a Fernando Moniz, o governador civil de Braga, nada tem de ilegal. Contudo, um pouco por todo o país, têm surgido "pressões" para que os candidatos, já numa situação de pré-campanha eleitoral, optem apenas pelas autarquias a que concorrem, abandonando assim o Governo Civil. E, no fim das férias, caso não seja dada nenhuma indicação governamental, Fernando Moniz, em Braga, Agostinho Marques Moleiro, em Beja, Carlos Carvalho Cunha, em Santarém, e José Sampaio Lopes, em Castelo Branco, deverão tomar uma decisão comum que poderá passar por um pedido de exoneração do cargo que ocupam ou, como segunda escolha, a suspensão do mandato. Os governadores candidatos parecem estar fartos de ataques pessoais feitos pela oposição, em que são acusados de se aproveitarem do cargo de governador civil para, alegadamente, fazerem campanha. Acusações que refutam e que levaram mesmo Carlos Carvalho Cunha, agora candidato à Câmara de Alcanena, a deixar de atribuir subsídios àquela localidade. "Por uma questão moral, deixei de assinar os despachos do Governo Civil de Santarém em que eram entregues subsídios a colectividades de Alcanena", garantiu ao PÚBLICO o candidato. Em Castelo Branco, José Sampaio Lopes - agora candidato à Câmara do Fundão - emitiu um comunicado contestando declarações de Durão Barroso e de Manuel Frexes (cabeça de lista do PSD à autarquia do Fundão) em que os sociais-democratas condenavam a dupla função do governador civil. "Mal vai a democracia quando, no exercício concreto da intervenção política e cívica, alguns protagonistas se limitam à retórica da auto-satisfação e do autoconvencimento reveladores da sua desnutrição de valores e de princípios", refere José Sampaio Lopes. Também em Braga, Fernando Moniz tem sido muito criticado (sobretudo pelo PP e pelo PSD) por se manter no governo civil, enquanto "faz campanha" para a Câmara de Vila Nova de Famalicão. Críticas que Moniz se recusa a comentar e que desvaloriza. Contudo, antes de as listas candidatas nas eleições autárquicas serem entregues no tribunal, oficializando a candidatura, os governadores parecem querer cessar funções. "Perante a lei, a situação dos governadores é idêntica à dos presidentes de câmara que se recandidatam ao cargo que ocupam. Só que com os autarcas ninguém se mete", referiu ao PÚBLICO um dos governadores candidatos que não entende porque é que se levantam dúvidas sobre "a moralidade e a seriedade" dos que estão dispostos a trocar uma nomeação governamental pelo "risco" de ir a votos como candidatos a uma câmara municipal. OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Menezes sucessor de Vieira de Carvalho na Junta Metropolitana do Porto

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