Prensa Ibérica volta a negociar compra d'' "O Comércio do Porto"

15-09-2001
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Prensa Ibérica Volta a Negociar Compra D'' "O Comércio do Porto"

Por JOANA AMORIM

Sábado, 15 de Setembro de 2001 Processo de venda levado a tribunal Eduardo Costa, que afirma ter tido agendada para anteontem a assinatura do contrato de compra do Comércio, entregou uma providência cautelar no tribunal para impedir que a Gildapress aliene o jornal O processo de alienação do secular jornal "O Comércio do Porto" ("CP") está ao rubro. Os espanhóis do grupo Prensa Ibérica voltaram, mais uma vez, à mesa de negociações para adquirirem o título fundado em 1854. O grupo espanhol continua, no entanto, a defender o despedimento de 60 trabalhadores. O PÚBLICO sabe que, em plenário realizado anteontem, a maioria dos trabalhadores do "CP", num universo de 110, subscreveu um documento onde se disponibilizava para rescindir o contrato de trabalho, mas apenas no caso de ser a Prensa Ibérica a comprar o título. Contudo, o moroso processo de venda do "CP" está longe de ser pacífico e irá mesmo parar à barra dos tribunais. Isto porque Eduardo Costa - dono de "O Primeiro de Janeiro" que, a pedido da administração do periódico, e após os espanhóis terem, inicialmente, desistido do negócio, avançou com uma proposta de compra - entregou anteontem, no Tribunal do Porto, "uma providência cautelar para impedir que a Gildapress venda aquilo que o tribunal ainda não decidiu de quem é", disse ao PÚBLICO. Eduardo Costa explicou que tinha sido agendada para anteontem "a assinatura do contrato de compra do CP" com os seus proprietários, quando veio então a descobrir "que estavam a negociar com outra parte". Acusando a Gildapress (que administra o jornal) e a Lisgráfica (que o financia) de "má fé", Eduardo Costa relembrou que os tribunais estão ainda a analisar quem é, de facto, o proprietário do jornal. Recorde-se que havia sido lançado um concurso público para a aquisição do diário, tendo na altura sido decidido entregar o título à Gildapress, em detrimento de Eduardo Costa, que recorreu da decisão por "ter sérias reservas da legitimidade" da mesma. Contactado ontem, Eduardo Costa disse que a Lisgráfica "não desmarcou, até agora, a assinatura do contrato", pelo que está "à espera desse contacto" para consumar a compra do "CP". Relembrou que a sua proposta não prevê que os proprietários do título façam mais-valias com o negócio e, quanto aos trabalhadores, explica que estes poderão ser transferidos para os outros jornais que também detém. Casimiro Teixeira, da Gildapress, afirmou ao PÚBLICO desconhecer o acordo firmado com Eduardo Costa, alegando que quem está à frente das negociações é a Lisgráfica. O que levanta novamente a dúvida: afinal, quem é que manda no "CP"? É que a Gildapress afirma deter o título, se bem que apenas o administre, enquanto a Lisgráfica diz não ser proprietária do jornal, mas confirma suportá-lo financeiramente. Aliás, a Gildapress diz ter um compromisso verbal com a empresa gráfica para viabilizar o jornal. O PÚBLICO sabe que na mesa está um outro projecto de compra, encabeçado por Pinto Bernardo - com quem não nos foi possível falar -, não se sabendo, no entanto, quem está por trás desta proposta. Nos bastidores fala-se ainda que o candidato pelo PS à Câmara Municipal do Porto, Fernando Gomes, conversou com o director do "Faro de Vigo" - principal jornal detido pela Prensa Ibérica -, seu amigo pessoal, para que o grupo não desistisse das negociações. Os restantes candidatos, Rui Rio (pelo PSD/PP), Rui Sá (pela CDU) e João Teixeira Lopes (pelo BE), apelaram já "às forças vivas da cidade para que se unam [à semelhança do que aconteceu com o Coliseu do Porto] de forma a impedir o encerramento do jornal". O PÚBLICO tentou, sem efeito, falar com a administração da Lisgráfica. OUTROS TÍTULOS EM MEDIA Profissionais da imprensa condenam violência da ETA contra jornalistas

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