Nuno Cardoso pede a demissão de Orlando Gaspar e Narciso Miranda

27-12-2001
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Nuno Cardoso Pede a Demissão de Orlando Gaspar e Narciso Miranda

Por MARGARIDA GOMES

Terça-feira, 18 de Dezembro de 2001

Presidente da Câmara do Porto disponível para se candidatar à liderança da federação do PS

O presidente da Câmara do Porto, Nuno Cardoso, não deixou arrefecer os resultados eleitorais de domingo para pedir contas aos responsáveis políticos pelo "desaire" eleitoral que o PS registou no distrito e na Área Metropolitana do Porto (AMP). E ontem veio publicamente pedir as cabeças do presidente da Comissão Política Concelhia do Porto do PS, Orlando Gaspar, e do líder federativo, Narciso Miranda, responsabilizando-os pela "derrota histórica" que os socialistas averbaram. Mas Nuno Cardoso não se ficou pelo pedido de demissão dos dois dirigentes políticos e anunciou a sua disponibilidade para poder vir a candidatar-se à liderança da Federação Distrital do Porto do PS, desde que essa candidatura seja enquadrada "num novo projecto político sério e ético para a cidade para, no mais breve espaço de tempo, o PS poder reconquistar a cidade e a área metropolitana", disse.

Em conferência de imprensa, convocada expressamente para analisar os resultados eleitorais da véspera, realizada no Hotel Infante D. Henrique, Cardoso defendeu a necessidade de o partido começar a trabalhar num novo projecto político. "É isso que é necessário e se o PS tem um projecto, tem de o apresentar, tem que o trabalhar com as pessoas, tentando credibilizá-las, bem como aos seus actores políticos. O PS tem de voltar a chegar à população, tem, no fundo, que voltar a conquistar os cidadãos do Porto", sublinhou o autarca, com uma enorme serenidade. "Penso que ontem [anteontem] no Porto houve uma forma de fazer política no Porto que morreu. O PS não pode continuar a fazer política no Porto como tinha andado a fazer", censurou, para depois defender a urgência de novos protagonistas políticos na região.

Seguindo aquilo que tem sido aparentemente a sua linha de actuação, Nuno Cardoso diz que é tempo de os socialistas apostarem num novo projecto que sirva a população e não mais "um projecto que contemporize o poder pelo poder". "A população percebe muito bem, a população é muito inteligente e foi muito inteligente, com certeza, ao dar ao Porto o resultado que teve", concluiu. Repetindo uma das frases que lhe são conhecidas, o presidente da Câmara do Porto, que se fez acompanhar de três vereadoras que sempre estiveram a seu lado - Ernestina Miranda, Manuela Melo e Manuela Vieira - lembrou que "o Porto não tem dono; o Porto é dos cidadãos".

Evitando falar do nome dos seus correligionários que partilham a gestão da Câmara do Porto consigo, o presidente deixou claro que o distrito e a AMP perderam porque "o PS apostou numa equipa e num projecto que já não existia e isso deu o resultado que deu". Apesar do sabor amargo que estas eleições trouxeram para o PS do Porto, Cardoso mostra-se disposto a meter ombros a uma solução que ajude a reconquistar a credibilidade do projecto político do partido para a região, e não hesita em dizer que os resultados de domingo representam "um momento de viragem, de grande reflexão do Partido Socialista a nível do Porto". "É o momento de se assumir um novo ciclo no PS com novos protagonistas, com um novo projecto, para no mais breve espaço de tempo o PS poder reconquistar a cidade e a área metropolitana", reafirmou.

"Em 1990, o PS teve uma grande vitória na AMP porque tinha um projecto e uma equipa que durante doze anos fez um trabalho de grande mérito à frente desta grande cidade. Mas foi um ciclo que tal como eu disse se acabava e que era necessário que o PS percebesse que era oportuno arrancar com um novo ciclo de governação na cidade do Porto", observou, censurando os responsáveis políticos do distrito pelo facto de "assim não o entenderem e em resultado disso perdeu-se o projecto, perdeu-se a equipa e perdeu-se a cidade".

"Desde o momento mais alto das eleições de 1989, o PS tem vindo a averbar derrotas sucessivas na AMP e no distrito do Porto", afirmou, destacando "as grandes vitórias e os protagonistas". "Mas neste momento tivemos a maior derrota de sempre no distrito e na AMP", denunciou, em tom de censura. "É urgente tirar conclusões do que aconteceu; é urgente em Portugal fazer-se uma política de outra forma, fazer-se política com seriedade, com valores, com ética, com projecto político, servindo a população e assim servir Portugal". "É isso que os portugueses desejam e desejam que todos os partidos o façam e é nisso que eu estou apostado: em contribuir para o PS se renovar e modernizar e responder à sociedade contemporânea".

Depois de elogiar a inesperada vitória eleitoral de Rui Rui, considerou: "Isso aconteceu mais por demérito da proposta do Partido Socialista que foi sufragada nas eleições de ontem [anteontem] do que por mérito do PSD. Há que assumir isso com honestidade. Os protagonistas dessa derrota devem assumi-lo com frontalidade e dar espaço para uma renovação profunda na política no Porto, que agora, mais do que nunca, é necessária e urgente".

Nuno Cardoso Pede a Demissão de Orlando Gaspar e Narciso Miranda

Por MARGARIDA GOMES

Terça-feira, 18 de Dezembro de 2001

Presidente da Câmara do Porto disponível para se candidatar à liderança da federação do PS

O presidente da Câmara do Porto, Nuno Cardoso, não deixou arrefecer os resultados eleitorais de domingo para pedir contas aos responsáveis políticos pelo "desaire" eleitoral que o PS registou no distrito e na Área Metropolitana do Porto (AMP). E ontem veio publicamente pedir as cabeças do presidente da Comissão Política Concelhia do Porto do PS, Orlando Gaspar, e do líder federativo, Narciso Miranda, responsabilizando-os pela "derrota histórica" que os socialistas averbaram. Mas Nuno Cardoso não se ficou pelo pedido de demissão dos dois dirigentes políticos e anunciou a sua disponibilidade para poder vir a candidatar-se à liderança da Federação Distrital do Porto do PS, desde que essa candidatura seja enquadrada "num novo projecto político sério e ético para a cidade para, no mais breve espaço de tempo, o PS poder reconquistar a cidade e a área metropolitana", disse.

Em conferência de imprensa, convocada expressamente para analisar os resultados eleitorais da véspera, realizada no Hotel Infante D. Henrique, Cardoso defendeu a necessidade de o partido começar a trabalhar num novo projecto político. "É isso que é necessário e se o PS tem um projecto, tem de o apresentar, tem que o trabalhar com as pessoas, tentando credibilizá-las, bem como aos seus actores políticos. O PS tem de voltar a chegar à população, tem, no fundo, que voltar a conquistar os cidadãos do Porto", sublinhou o autarca, com uma enorme serenidade. "Penso que ontem [anteontem] no Porto houve uma forma de fazer política no Porto que morreu. O PS não pode continuar a fazer política no Porto como tinha andado a fazer", censurou, para depois defender a urgência de novos protagonistas políticos na região.

Seguindo aquilo que tem sido aparentemente a sua linha de actuação, Nuno Cardoso diz que é tempo de os socialistas apostarem num novo projecto que sirva a população e não mais "um projecto que contemporize o poder pelo poder". "A população percebe muito bem, a população é muito inteligente e foi muito inteligente, com certeza, ao dar ao Porto o resultado que teve", concluiu. Repetindo uma das frases que lhe são conhecidas, o presidente da Câmara do Porto, que se fez acompanhar de três vereadoras que sempre estiveram a seu lado - Ernestina Miranda, Manuela Melo e Manuela Vieira - lembrou que "o Porto não tem dono; o Porto é dos cidadãos".

Evitando falar do nome dos seus correligionários que partilham a gestão da Câmara do Porto consigo, o presidente deixou claro que o distrito e a AMP perderam porque "o PS apostou numa equipa e num projecto que já não existia e isso deu o resultado que deu". Apesar do sabor amargo que estas eleições trouxeram para o PS do Porto, Cardoso mostra-se disposto a meter ombros a uma solução que ajude a reconquistar a credibilidade do projecto político do partido para a região, e não hesita em dizer que os resultados de domingo representam "um momento de viragem, de grande reflexão do Partido Socialista a nível do Porto". "É o momento de se assumir um novo ciclo no PS com novos protagonistas, com um novo projecto, para no mais breve espaço de tempo o PS poder reconquistar a cidade e a área metropolitana", reafirmou.

"Em 1990, o PS teve uma grande vitória na AMP porque tinha um projecto e uma equipa que durante doze anos fez um trabalho de grande mérito à frente desta grande cidade. Mas foi um ciclo que tal como eu disse se acabava e que era necessário que o PS percebesse que era oportuno arrancar com um novo ciclo de governação na cidade do Porto", observou, censurando os responsáveis políticos do distrito pelo facto de "assim não o entenderem e em resultado disso perdeu-se o projecto, perdeu-se a equipa e perdeu-se a cidade".

"Desde o momento mais alto das eleições de 1989, o PS tem vindo a averbar derrotas sucessivas na AMP e no distrito do Porto", afirmou, destacando "as grandes vitórias e os protagonistas". "Mas neste momento tivemos a maior derrota de sempre no distrito e na AMP", denunciou, em tom de censura. "É urgente tirar conclusões do que aconteceu; é urgente em Portugal fazer-se uma política de outra forma, fazer-se política com seriedade, com valores, com ética, com projecto político, servindo a população e assim servir Portugal". "É isso que os portugueses desejam e desejam que todos os partidos o façam e é nisso que eu estou apostado: em contribuir para o PS se renovar e modernizar e responder à sociedade contemporânea".

Depois de elogiar a inesperada vitória eleitoral de Rui Rui, considerou: "Isso aconteceu mais por demérito da proposta do Partido Socialista que foi sufragada nas eleições de ontem [anteontem] do que por mérito do PSD. Há que assumir isso com honestidade. Os protagonistas dessa derrota devem assumi-lo com frontalidade e dar espaço para uma renovação profunda na política no Porto, que agora, mais do que nunca, é necessária e urgente".

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