Repartição das receitas dos passes

15-07-2001
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Repartição das Receitas dos Passes

Por I.G.S.

Segunda, 9 de Julho de 2001

A repartição das receitas dos passes multimodais - que combinam diferentes meios de transporte na área suburbana de Lisboa - é feita ainda hoje com base nos resultados de um inquérito aos passageiros realizado em 1989. Ou seja, baseia-se numa "realidade desajustada", como referiu o Tribunal de Contas numa auditoria recente ao Metro de Lisboa.

As empresas públicas do sector acabam por ser as que mais perdem na repartição destas receitas, a favor das empresas privadas, adianta a mesma entidade. Assim, a Rodoviária de Lisboa destaca-se como o operador que mais dinheiro terá ganho graças ao desajustamento existente. Por outro lado, o Metro de Lisboa surge como o maior perdedor ao longo dos últimos anos, por força da expansão da rede e do consequente aumento do número de passageiros.

De acordo com contagens manuais de passageiros efectuadas pela empresa, o Metro de Lisboa estima que por ano as receitas ficam cerca de 800 mil contos abaixo do que seria justo, caso a repartição do dinheiro obtido com as vendas de passes multimodais se baseasse na realidade actual. O presidente da empresa, Manuel Frasquilho, acredita que a breve prazo o Governo irá resolver este problema.

Ao que o PÚBLICO aliás apurou junto do gabinete do secretário de Estado Adjunto e dos Transportes, Rui Cunha, no final da semana passada foi assinado um despacho que dá ordens à Direcção-Geral de Transportes Terrestres (DGTT) para, no prazo máximo de quatro meses, "proceder à análise e determinação dos desajustamentos que eventualmente resultem das alterações na procura", comparando os resultados de um inquérito realizado já em 2000 com a actual matriz considerada na repartição das receitas em causa.

Por outro lado, o próprio modelo de inquérito é posto em causa. De acordo com uma fonte oficial da Secretaria de Estado, surgiram dados no último estudo realizado que se encontram "desajustados da realidade". Desta forma, a DGTT terá também de "promover a validação" do actual modelo de inquérito, "obtendo o parecer e eventuais sugestões de correcção junto de um instituto público a seleccionar", refere o mesmo despacho. Por fim, é também prevista a "auscultação dos operadores", por forma ter em conta todos os pareceres quanto à introdução de uma "nova chave de repartição".

I.G.S.

Repartição das Receitas dos Passes

Por I.G.S.

Segunda, 9 de Julho de 2001

A repartição das receitas dos passes multimodais - que combinam diferentes meios de transporte na área suburbana de Lisboa - é feita ainda hoje com base nos resultados de um inquérito aos passageiros realizado em 1989. Ou seja, baseia-se numa "realidade desajustada", como referiu o Tribunal de Contas numa auditoria recente ao Metro de Lisboa.

As empresas públicas do sector acabam por ser as que mais perdem na repartição destas receitas, a favor das empresas privadas, adianta a mesma entidade. Assim, a Rodoviária de Lisboa destaca-se como o operador que mais dinheiro terá ganho graças ao desajustamento existente. Por outro lado, o Metro de Lisboa surge como o maior perdedor ao longo dos últimos anos, por força da expansão da rede e do consequente aumento do número de passageiros.

De acordo com contagens manuais de passageiros efectuadas pela empresa, o Metro de Lisboa estima que por ano as receitas ficam cerca de 800 mil contos abaixo do que seria justo, caso a repartição do dinheiro obtido com as vendas de passes multimodais se baseasse na realidade actual. O presidente da empresa, Manuel Frasquilho, acredita que a breve prazo o Governo irá resolver este problema.

Ao que o PÚBLICO aliás apurou junto do gabinete do secretário de Estado Adjunto e dos Transportes, Rui Cunha, no final da semana passada foi assinado um despacho que dá ordens à Direcção-Geral de Transportes Terrestres (DGTT) para, no prazo máximo de quatro meses, "proceder à análise e determinação dos desajustamentos que eventualmente resultem das alterações na procura", comparando os resultados de um inquérito realizado já em 2000 com a actual matriz considerada na repartição das receitas em causa.

Por outro lado, o próprio modelo de inquérito é posto em causa. De acordo com uma fonte oficial da Secretaria de Estado, surgiram dados no último estudo realizado que se encontram "desajustados da realidade". Desta forma, a DGTT terá também de "promover a validação" do actual modelo de inquérito, "obtendo o parecer e eventuais sugestões de correcção junto de um instituto público a seleccionar", refere o mesmo despacho. Por fim, é também prevista a "auscultação dos operadores", por forma ter em conta todos os pareceres quanto à introdução de uma "nova chave de repartição".

I.G.S.

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