EXPRESSO: País

02-03-2002
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Transportes públicos com novos bilhetes

O metro deixa a tarifa única e os passes ganham um «chip». Os preços subirão

Luiz Carvalho Os actuais passes sociais dos transportes colectivos vão dar lugar aos cartões electrónicos

A PARTIR de 2003, os bilhetes do Metropolitano de Lisboa deixam de ter uma tarifa única e passam a ser cobrados de acordo com a extensão da viagem. A nova modalidade assemelha-se aos sistemas dos Metros londrino e parisiense. Segundo anunciou na quarta-feira a administração do Metropolitano de Lisboa, os preços actuais (cem escudos) mantêm-se até Março de 2002, quando vão sofrer o aumento anual, ainda por fixar. A partir de Julho, porém, serão estudados os diferentes preços para o tarifário.

O estabelecimento das tarifas para os vários percursos, calculados à zona ou ao quilómetro - uma decisão que também ainda não está tomada -, vai depender de estudos sobre as movimentações dos utentes nas diversas linhas. Uma análise que só será possível quando o Metropolitano de Lisboa tiver concluído a instalação, em curso, do sistema de identificação electrónica do título de transporte.

A criação de tarifários diferenciados e o lançamento de um cartão electrónico para substituir o actual passe do Metro foram anunciados na estação de Alto dos Moinhos, em Lisboa. O secretário de Estado adjunto dos Transportes, Rui Cunha, disse que até 2004 o novo passe electrónico abarcará todas os operadores de transportes da Área Metropolitana de Lisboa.

No início do mês, Rui Cunha defendera a necessidade de se efectuar um aumento extraordinário das tarifas dos transportes públicos, para «aproximar o preço das tarifas - que em Portugal é muito baixo, em comparação com outros países da União Europeia - do custo real da exploração».

Este agravamento será determinado independentemente das actualizações anuais, não tendo sido esclarecido se será efectuado já no próximo ano.

Passes com antena

Quando os novos tarifários entrarem em vigor, o Estado reduzirá a participação no preço dos bilhetes. No entanto, o apoio ao preço social dos transportes vai, por enquanto, manter-se, pois segundo aquele membro do Governo não serão retirados os actuais subsídios às tarifas urbanas. Rui Cunha também garantiu que o Passe Social vai continuar, negando razão aos protestos do PCP e do Bloco de Esquerda, que têm alertado para o fim destes populares títulos de transporte.

O Metropolitano de Lisboa será a primeira empresa a adoptar um cartão magnético como título de transporte. A partir de Julho, será obrigatório para os utentes que actualmente utilizam o passe social. Denominado «Lisboa Viva», terá uma fotografia do utente, um «chip» e uma antena no interior. Terá, também, um espaço para colocação da vinheta mensal de acesso aos outros transportes, tal como os passes actualmente em circulação. A intenção, segundo Rui Cunha, é adoptar este tipo de cartão como novo passe intermodal para a Área Metropolitana de Lisboa até 2004.

O «chip» permitirá ser programado por forma a que o cartão possa ser o mesmo independentemente do tipo de passe que, em cada mês, o utente deseje utilizar. Uma versatilidade que se impõe, dado que presentemente existem cerca de 400 diferentes tipos de passes, consoante as zonas, operadores ou serem ou não combinados para mais de um tipo de transporte.

Os novos cartões do Metro podem ser solicitados a partir de quarta-feira e até ao dia 28 de Fevereiro, nas estações do Metro, CP e Transtejo e em centros comerciais. O título é gratuito para quem tem passes do Metro, multimodais e combinados.

Comparações internacionais

Em Lisboa, o passe L123 representava, em 1980, menos de 9% do salário mínimo nacional. Actualmente, equivale a 11%. A título de comparação, em Londres, onde o salário mínimo é de 592 libras/mês (190 contos, contra 69.770 escudos em Portugal), o bilhete mais barato custa 450 escudos. Contudo, crianças e estudantes têm descontos, e os reformados um passe gratuito. Um passe para a zona 1 do metro, autocarro e comboio, em Londres, custa a um adulto o equivalente a 19.520 escudos; se cobrir as zonas de 1 a 6, custa cerca de 44.800 escudos (23,6% do salário mínimo).

Em Paris, onde o salário mínimo é de 190 mil escudos mensais, existem cinco tipos de passe. O mais barato, para duas zonas, custa cerca de 9 mil escudos por mês, e o mais caro ultrapassa 20 mil escudos (10,5% do salário mínimo). Em Espanha, onde o salário mínimo é de cerca de 86.500 escudos, há sete tipos de passe mensais. O mais barato (comboio, metro e autocarro dentro da capital) custa 6 mil escudos; o mais caro, abarcando todos os tipos de transporte na região de Madrid, custa 10.932 escudos (12,6% do salário mínimo).

Transportes públicos com novos bilhetes

O metro deixa a tarifa única e os passes ganham um «chip». Os preços subirão

Luiz Carvalho Os actuais passes sociais dos transportes colectivos vão dar lugar aos cartões electrónicos

A PARTIR de 2003, os bilhetes do Metropolitano de Lisboa deixam de ter uma tarifa única e passam a ser cobrados de acordo com a extensão da viagem. A nova modalidade assemelha-se aos sistemas dos Metros londrino e parisiense. Segundo anunciou na quarta-feira a administração do Metropolitano de Lisboa, os preços actuais (cem escudos) mantêm-se até Março de 2002, quando vão sofrer o aumento anual, ainda por fixar. A partir de Julho, porém, serão estudados os diferentes preços para o tarifário.

O estabelecimento das tarifas para os vários percursos, calculados à zona ou ao quilómetro - uma decisão que também ainda não está tomada -, vai depender de estudos sobre as movimentações dos utentes nas diversas linhas. Uma análise que só será possível quando o Metropolitano de Lisboa tiver concluído a instalação, em curso, do sistema de identificação electrónica do título de transporte.

A criação de tarifários diferenciados e o lançamento de um cartão electrónico para substituir o actual passe do Metro foram anunciados na estação de Alto dos Moinhos, em Lisboa. O secretário de Estado adjunto dos Transportes, Rui Cunha, disse que até 2004 o novo passe electrónico abarcará todas os operadores de transportes da Área Metropolitana de Lisboa.

No início do mês, Rui Cunha defendera a necessidade de se efectuar um aumento extraordinário das tarifas dos transportes públicos, para «aproximar o preço das tarifas - que em Portugal é muito baixo, em comparação com outros países da União Europeia - do custo real da exploração».

Este agravamento será determinado independentemente das actualizações anuais, não tendo sido esclarecido se será efectuado já no próximo ano.

Passes com antena

Quando os novos tarifários entrarem em vigor, o Estado reduzirá a participação no preço dos bilhetes. No entanto, o apoio ao preço social dos transportes vai, por enquanto, manter-se, pois segundo aquele membro do Governo não serão retirados os actuais subsídios às tarifas urbanas. Rui Cunha também garantiu que o Passe Social vai continuar, negando razão aos protestos do PCP e do Bloco de Esquerda, que têm alertado para o fim destes populares títulos de transporte.

O Metropolitano de Lisboa será a primeira empresa a adoptar um cartão magnético como título de transporte. A partir de Julho, será obrigatório para os utentes que actualmente utilizam o passe social. Denominado «Lisboa Viva», terá uma fotografia do utente, um «chip» e uma antena no interior. Terá, também, um espaço para colocação da vinheta mensal de acesso aos outros transportes, tal como os passes actualmente em circulação. A intenção, segundo Rui Cunha, é adoptar este tipo de cartão como novo passe intermodal para a Área Metropolitana de Lisboa até 2004.

O «chip» permitirá ser programado por forma a que o cartão possa ser o mesmo independentemente do tipo de passe que, em cada mês, o utente deseje utilizar. Uma versatilidade que se impõe, dado que presentemente existem cerca de 400 diferentes tipos de passes, consoante as zonas, operadores ou serem ou não combinados para mais de um tipo de transporte.

Os novos cartões do Metro podem ser solicitados a partir de quarta-feira e até ao dia 28 de Fevereiro, nas estações do Metro, CP e Transtejo e em centros comerciais. O título é gratuito para quem tem passes do Metro, multimodais e combinados.

Comparações internacionais

Em Lisboa, o passe L123 representava, em 1980, menos de 9% do salário mínimo nacional. Actualmente, equivale a 11%. A título de comparação, em Londres, onde o salário mínimo é de 592 libras/mês (190 contos, contra 69.770 escudos em Portugal), o bilhete mais barato custa 450 escudos. Contudo, crianças e estudantes têm descontos, e os reformados um passe gratuito. Um passe para a zona 1 do metro, autocarro e comboio, em Londres, custa a um adulto o equivalente a 19.520 escudos; se cobrir as zonas de 1 a 6, custa cerca de 44.800 escudos (23,6% do salário mínimo).

Em Paris, onde o salário mínimo é de 190 mil escudos mensais, existem cinco tipos de passe. O mais barato, para duas zonas, custa cerca de 9 mil escudos por mês, e o mais caro ultrapassa 20 mil escudos (10,5% do salário mínimo). Em Espanha, onde o salário mínimo é de cerca de 86.500 escudos, há sete tipos de passe mensais. O mais barato (comboio, metro e autocarro dentro da capital) custa 6 mil escudos; o mais caro, abarcando todos os tipos de transporte na região de Madrid, custa 10.932 escudos (12,6% do salário mínimo).

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