A alternativa biológica

28-06-2001
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A Alternativa Biológica

Segunda-feira, 4 de Junho de 2001

Apostar na qualidade com pouca água

Próximo de Beja um pequeno agricultor irriga 53 hectares de culturas biológicas sem precisar de Alqueva.

Manuel Espinho faz agricultura ambientalmente sustentada desde 1994, um período particularmente dramático, quando a escassez de água se abateu sobre o Alentejo. Antes da conversão fazia agricultura convencional, "mas cada ano que passava tinha necessidade de mais pesticidas e isto só podia acabar numa situação de ruptura", observa. Vende tudo o que produz em Lisboa e nos mercados de Beja onde já existe uma franja de consumidores atraídos pelas culturas biológicas, salienta Manuel Espinho.

Para o regadio da sua exploração dispõe de quatro furos artesianos e de uma charca (pequena albufeira). Mas apenas utiliza um furo. As espécies que cultiva não necessitam de tanta rega como a agriculta convencional "dimensionada para a máxima rentabilização", diz Manuel Espinho, argumentando que planta espécies hortícolas e cereais mais resistentes à escassez de água. "Recuperei variedades que estavam em processo de desaparecimento" lembra o agricultor.

O trigo que manda panificar num moinho de vento em Ourique "tem muita procura e é pago a bom preço", assegura, assim como as cenouras e os morangos que produz "com processos naturais". A meloa que planta na sua exploração "quando chega a Lisboa anda tudo atrás dela", apesar de a vender muito mais cara.

Lamenta que as medidas agro-ambientais que pretende implementar na sua exploração sejam "muito penalizadas". E quando tenta obter informações nos serviços do Ministério da Agricultura, "ninguém sabe nada sobre culturas biológicas". Para este agricultor "o Alqueva não faz falta", garantindo que continuará a produzir sem precisar da água que vai passar junto à sua herdade. "Há muita gente que diz fazer regadio mas limita-se a deitar água para a terra, sem se preocupar com a produção, mas apenas com o subsídio", conclui Manuel Espinho, preocupado com o que espera as gerações futuras.

C.D.

A Alternativa Biológica

Segunda-feira, 4 de Junho de 2001

Apostar na qualidade com pouca água

Próximo de Beja um pequeno agricultor irriga 53 hectares de culturas biológicas sem precisar de Alqueva.

Manuel Espinho faz agricultura ambientalmente sustentada desde 1994, um período particularmente dramático, quando a escassez de água se abateu sobre o Alentejo. Antes da conversão fazia agricultura convencional, "mas cada ano que passava tinha necessidade de mais pesticidas e isto só podia acabar numa situação de ruptura", observa. Vende tudo o que produz em Lisboa e nos mercados de Beja onde já existe uma franja de consumidores atraídos pelas culturas biológicas, salienta Manuel Espinho.

Para o regadio da sua exploração dispõe de quatro furos artesianos e de uma charca (pequena albufeira). Mas apenas utiliza um furo. As espécies que cultiva não necessitam de tanta rega como a agriculta convencional "dimensionada para a máxima rentabilização", diz Manuel Espinho, argumentando que planta espécies hortícolas e cereais mais resistentes à escassez de água. "Recuperei variedades que estavam em processo de desaparecimento" lembra o agricultor.

O trigo que manda panificar num moinho de vento em Ourique "tem muita procura e é pago a bom preço", assegura, assim como as cenouras e os morangos que produz "com processos naturais". A meloa que planta na sua exploração "quando chega a Lisboa anda tudo atrás dela", apesar de a vender muito mais cara.

Lamenta que as medidas agro-ambientais que pretende implementar na sua exploração sejam "muito penalizadas". E quando tenta obter informações nos serviços do Ministério da Agricultura, "ninguém sabe nada sobre culturas biológicas". Para este agricultor "o Alqueva não faz falta", garantindo que continuará a produzir sem precisar da água que vai passar junto à sua herdade. "Há muita gente que diz fazer regadio mas limita-se a deitar água para a terra, sem se preocupar com a produção, mas apenas com o subsídio", conclui Manuel Espinho, preocupado com o que espera as gerações futuras.

C.D.

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