Publico.pt

04-12-2000
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Foi com o silêncio do PSD, do PCP, do Bloco de Esquerda e de "Os Verdes" que os 25 anos do 25 de Novembro passaram ontem pela Assembleia da República. A iniciativa partiu do CDS-PP, que, pela voz do deputado Rosado Fernandes, recordou, como o próprio disse, "uma data que a muitos incomoda e a outros recorda um crucial momento da liberdade conquistada".

Para Rosado Fernandes, "quase todo o século XX foi comprometido em Portugal pela falta de liberdade". Primeiro com a I República, "dominada por forças jacobinas", depois com o Estado Novo, que "enquadrou com mais método a falta de liberdade". O 25 de Abril veio, então, possibilitar essa liberdade, mas poucos meses depois a "vanguarda revolucionária" viria pô-la de novo em causa.

"Houve violências mortais e o terror começava a espalhar-se por todo o país", prosseguiu Rosado Fernandes, para quem "inúmeros sacrifícios humanos", que poderiam incluir "fuzilamentos em massa", foram evitados pelo 25 de Novembro, graças à "simultânea movimentação das forças políticas do Governo de então em conjunto com as forças eclesiásticas que por essa altura demonstraram coragem e decisão".

"Foi devido ao 25 de Abril, restaurado pelo 25 de Novembro que podemos estar hoje aqui, contentes ou descontentes com o andar da República, mas pacificamente discutindo com maior ou menor brilho as nossas ideias sobre a forma de gerir em liberdade a democracia portuguesa", concluiu o deputado do CDS-PP, que não deixou também de recordar que no 25 de Novembro não houve retaliações aos vencidos.

A intervenção de Rosado Fernandes suscitou, contudo, apenas a reacção do PS, mais propriamente do líder parlamentar socialista, Francisco Assis, para se congratular também com o 25 de Novembro. Para Assis, o 25 de Abril restituiu a liberdade aos portugueses, mas, nessa liberdade, defrontavam-se duas concepções diferentes de democracia: a democracia representativa e a democracia popular, que, acrescentou o líder da bancada socialista, conduz a uma outra forma de ditadura. O 25 de Novembro foi, então, a vitória dos que defendiam a "democracia representativa de tipo ocidental". E, nessa vitória, Assis fez questão de salientar o papel desempenhado pelo PS e pelos seus dirigentes, nomeadamente Mário Soares e Manuel Alegre, na liderança da sociedade portuguesa. E.L.

Foi com o silêncio do PSD, do PCP, do Bloco de Esquerda e de "Os Verdes" que os 25 anos do 25 de Novembro passaram ontem pela Assembleia da República. A iniciativa partiu do CDS-PP, que, pela voz do deputado Rosado Fernandes, recordou, como o próprio disse, "uma data que a muitos incomoda e a outros recorda um crucial momento da liberdade conquistada".

Para Rosado Fernandes, "quase todo o século XX foi comprometido em Portugal pela falta de liberdade". Primeiro com a I República, "dominada por forças jacobinas", depois com o Estado Novo, que "enquadrou com mais método a falta de liberdade". O 25 de Abril veio, então, possibilitar essa liberdade, mas poucos meses depois a "vanguarda revolucionária" viria pô-la de novo em causa.

"Houve violências mortais e o terror começava a espalhar-se por todo o país", prosseguiu Rosado Fernandes, para quem "inúmeros sacrifícios humanos", que poderiam incluir "fuzilamentos em massa", foram evitados pelo 25 de Novembro, graças à "simultânea movimentação das forças políticas do Governo de então em conjunto com as forças eclesiásticas que por essa altura demonstraram coragem e decisão".

"Foi devido ao 25 de Abril, restaurado pelo 25 de Novembro que podemos estar hoje aqui, contentes ou descontentes com o andar da República, mas pacificamente discutindo com maior ou menor brilho as nossas ideias sobre a forma de gerir em liberdade a democracia portuguesa", concluiu o deputado do CDS-PP, que não deixou também de recordar que no 25 de Novembro não houve retaliações aos vencidos.

A intervenção de Rosado Fernandes suscitou, contudo, apenas a reacção do PS, mais propriamente do líder parlamentar socialista, Francisco Assis, para se congratular também com o 25 de Novembro. Para Assis, o 25 de Abril restituiu a liberdade aos portugueses, mas, nessa liberdade, defrontavam-se duas concepções diferentes de democracia: a democracia representativa e a democracia popular, que, acrescentou o líder da bancada socialista, conduz a uma outra forma de ditadura. O 25 de Novembro foi, então, a vitória dos que defendiam a "democracia representativa de tipo ocidental". E, nessa vitória, Assis fez questão de salientar o papel desempenhado pelo PS e pelos seus dirigentes, nomeadamente Mário Soares e Manuel Alegre, na liderança da sociedade portuguesa. E.L.

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