Quinze minutos depois da partida do autocarro do F.C. Porto para estágio, levando 19 convocados para o jogo com o Alverca, Capucho deixava as Antas só e cabisbaixo. Soubera, minutos antes, que fora suspenso por dois jogos, depois da Comissão Disciplinar dar por provada, no recurso ao video, uma agressão a Wilson, nos primeiros minutos do jogo de Belém. Saía decepcionado, visivelmente aborrecido, mas esforçando-se para jurar uma estranha tendência para a gargalhada. «Isto dá-me vontade de rir», disse, ainda que incapaz de esboçar um simples sorriso. «A Liga e o futebol português dão-me vontade de rir», insistiu. «É tudo o que posso dizer». Diria mais, contudo. Que, por exemplo, a suspensão «é claramente injusta». «A minha intenção não era agredi-lo ou magoá-lo», jurou Capucho, recuperando o lance com Wilson e o gesto que a Comissão Disciplinar interpretou como uma cotovelada passível de suspensão. «Ganhei a posição, só isso», explicou. «Não podemos cortar os braços». Em resumo, disse, «é uma injustiça». Regressava a casa mais cedo, sem estágio nem jogo, e não encontrava forma rápida de se conformar. «Se levasse um jogo já era injusto, quanto mais dois, porra!». No carro, cercado por adeptos de palmo e meio, distribuiria dezenas de autógrafos, mas nada o fazia esquecer que não jogaria com o Alverca. Fraco consolo aquele da popularidade... TEXTOS RELACIONADOS:
F.C. Porto: Capucho castigado por dois jogos F.C. Porto: Capucho, Postiga, Paredes, Ricardo Silva e Ibarra de fora
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