Suplemento Y

11-05-2001
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Sexta-feira, 23 de Março de 2001

JORNADA DE UM POEMA

de Margareth Edson

Encenação de Diogo Vilela. Com Glória Menezes, Adriano Reis, Edgar Amorim, Mariana Rosa, Bernardo Sereno, Adriana Valente, Carlos Thiré

LISBOA, Teatro Tivoli, Avenida da Liberdade. Tel: 213543153 ou 213572025. De 3ª a sáb. às 21h30, sáb. também às 17h e dom. às 17h

Depois de cinco meses em cena no Rio de Janeiro e outros tantos em São Paulo, "Jornada de Um Poema" chega a Lisboa com um trunfo na manga: a actriz Glória Menezes, conhecida do público português através das telenovelas. No Brasil, a presença de Glória Menezes nos palcos tem sido assídua, em paralelo com uma carreira desenvolvida no cinema - refira-se a sua participação em "O Pagador de Promessas", Palma de Ouro em Cannes. Em "Jornada de Um Poema", ela é o centro de uma obra que se propõe repensar a vida através da dor, na figura de uma professora de Literatura que enfrenta um cancro em fase terminal.

NO DIA EM QUE A C+S FECHOU

Produção do TNSJ e Casa Conveniente; texto, encenação e direcção plástica de Marcantonio del Carlo; com Ana Perfeito, António Fonseca, Cátia Pinheiro, Mané Carvalho, Martinho Silva, Ricardo Correia e Rita Oliveira

PORTO, Teatro Nacional S. João. Tel: 223401900. De 3ª a 5ª às 15h, 5ª a sáb. às 21h30, dom. às 16h. Até 8 de Abril

Johnny foi apanhado pelo presidente do conselho executivo a injectar-se na casa de banho e decidiu furar-lhe os pneus do carro. Joana bateu na professora de Filosofia. António rebentou com os computadores da sala de Informática. Nani escreveu uma mensagem libertária no portão da escola. E Maria dormiu com o professor de Geografia. No último dia de aulas, os seis adolescentes encontram-se numa sala. Foram todos convocados para se reunirem com o conselho executivo. Enquanto aguardam a chegada dos professores, fazem uma descoberta importante: todos experimentam o medo e a vergonha. Foi por terem aberto a boca para dizer a verdade que soltaram os fantasmas e criaram cumplicidades. Ser adolescente é difícil.

ÁFRICA

de Isabel Medina

Encenação de Cláudia Violante; vídeo de Ricardo Silva; música de Arolivre; figurinos de Ana Conde. Com Pedro Barbeitos, Pedro Martinho, Susana Dias, Carlos Afonso Pereira, Pedro Anjos, Paulo Anahory, André Santos e Cláudia Violante

BARCARENA, Fábrica da Pólvora/Lugar Comum. Tel: 214387460. Bilhetes a 1500$00 (1 dia) e 3000$00 (2 dias). De 5ª a sáb. às 21h30. Até 7 de Abril

Uma fábula de amor pouco convencional: assim se pode explicar, em traços largos, "África", um espectáculo que joga no cruzamento das linguagens teatrais com as linguagens videográficas e que se divide por três módulos e três prerrogativas distintas. No primeiro módulo, às quintas-feiras, opta-se por uma linguagem naturalista; no segundo, às sextas, por um jogo que se aproxima do absurdo; no terceiro, aos sábados, assume-se como espaço criativo a memória das sessões anteriores.

SEXO? SIM, OBRIGADO OU A ARTE DE FOLGAR

pelo Trigo Limpo/Teatro Acert

De Franca Rame, Jaccopo Fo e Dario Fo

Adaptação e encenação de Pompeu José; cenografia de José Tavares e Pompeu José; luz de Luís Viegas; música de Fran Perez; figurinos de José Rosa; bonecos de Luís Pacheco. Com Ilda Teixeira e Maria Simões

LISBOA, Teatro Cinearte, Largo de Santos, 2. Tel. 213965360 ou 918708628; de 23 a 28 de Março às 22h

Duas mulheres dedicam a sua vida a uma nobre causa: informar sobre sexo, explicar o sexo. De uma conversa fazem um espectáculo, desdobrando-se em personagens para fazer crer ao público que o essencial é o prazer. "Adão e Eva", uma ideia retirada do "Decameron" de Bocaccio, e a "Fábula dos Três Desejos", uma fábula medieval de origem provençal, completam esta peça cuja raiz parte da mestria do Prémio Nobel de 97, Dario Fo. É mais uma incursão a Lisboa do Trigo Limpo, de Tondela, grupo que comemora este ano o seu 25º aniversário e que há pouco tempo nos mostrou, no Cinearte, as peças "Se Chovesse, Vocês Estragavam-se Todos" e "Cadeiras", agora em digressão pelo país.

O BINÓCULO

de Manuel Lourenzo

Pelo Grupo Altacena; encenação de José Boavida; música de Diogo Vida (ao vivo); cenografia e figurinos de Joana Gonçalves e Pedro Vladimiro; luz e som de Hermínio Chaves Fernandes. Com Alexandra Parrado e Ana Luísa Gil

LISBOA, Sociedade Guilherme Cossoul, Av. D. Carlos I, 61-1º. Tel: 213973471. À 6ª e sáb. às 22h. Até 31 de Março

"O Binóculo" faz parte do Teatro Mínimo do dramaturgo galego Manuel Lourenzo. Uma peça sobre a condição humana. Duas mulheres obrigadas a vender o corpo rebelam-se contra o poder dos chulos, em desespero e morte. A obra dramática de Manuel Lourenzo "tem a capacidade desconcertante da boa literatura, deixando no espectador a semente da inquietação".

A MORTE TINHA SALTOS ALTOS

Texto e encenação de Paulo Ferreira

Pelo Teatro de Carnide; cenografia e figurinos de Gonçalo Ferreira; luz de Francisco Loureiro; som de Nuno Paiva; figurinos de Maria Gonzaga. Com Teresa Santos, Graça Rego, Júlia Martins, Conceição Loureiro, Mónica Diógenes, Catarina Peres, Renata Rosário e Maria Vilar Diógenes

LISBOA, Carnide, Azinhaga das Freiras, dias 30 e 31, às 22h. Tel: 217121330; repõe a 27 e 28 de Abril.

Uma adaptação livre da peça "8 Mulheres" de Robert Thomas. Oito mulheres dentro de uma casa com um homem morto. Quem é a assassina? São oito mulheres "apaixonadas, violentadas, odiadas" que exteriorizam as suas emoções e culpas. Um autor apaixonado por Agatha Christie. Um encenador que trouxe para o palco o humor negro e o desconcerto de um ambiente claustrofóbico.

ESCADAS TORTAS SEM CORRIMÃO

de A.Carl-Go

Produção do TNSJ; encenação de Carlos Gomes e Carlota Gonçalves; música Vítor Joaquim; luz de Daniel Worm d'Assumpção; figurinos Mafalda Estácio, movimento de Olga Roriz. Com Bruno Bravo, Joana Seixas, José Neves, Lígia Roque e Luís Gaspar

PORTO, Teatro Helena Sá e Costa. De 4ª a sáb. às 21h30, dom. às 16h. Tel: 22 3401900. Até 1 de Abril

A palavra como agente da mudança, negando a narratividade mecanicista. Uma reflexão sobre o culto da imagem. Para os autores é uma peça que "reflecte a contemporaneidade deste pequeno país". "E nos devolve a possibilidade de um raciocínio sobre nós próprios. Um teatro poético de ideias em acção, um drama imperfeito."

VENDA DE PÃO

de Bertolt Brecht

Pelo Centro Dramático de Évora; encenação de Pierre Etienne Heymann; cenografia e figurinos de Henri Cueco; música de Gil Nave; luz de João Carlos Marques; tradução de Christine Zurbach. Com Álvaro Corte Real, Ana Meira, Dulce Vermelho, Figueira Cid, Isabel Bilou, Jorge Baião, José Russo, Josefina Massango, Mário Barradas, Rosário Gonzaga, Rui Nuno e Victor Zambujo

ÉVORA, Teatro Garcia de Resende. De 3ª a sáb. às 21h30. Tel: 266703112. Até 7 de Abril

Um texto que se estreia pela primeira vez em Portugal. Um conjunto de fragmentos, poemas, canções, pequenos diálogos de uma actualidade impressionante. Para o encenador é um texto que "coloca questões essenciais para o tempo de hoje, sem pretender ser dono da resposta, mas antes devolvendo as perguntas aos espectadores". Uma peça baseada na crise económica mundial de 1929, o desemprego, o trabalho precário, os protestos e a repressão policial.

CASA DE PÁSSAROS

de Jaime Rocha

Encenação de Carlos Avilez; cenografia de Fernando Alvarez; luz de Manuel Amorim; som de Augusto Loureiro. Com Anna Paula, Fernanda Neves, Flávia Gusmão e Marco d'Almeida

CASCAIS, Teatro Municipal Mirita Casimiro, no Monte do Estoril. Tel: 21 4670320. De 4ª a sáb., às 21h30, e dom. às 17h. Até 22 de Abril

Seguindo uma estratégia que tem feito o TEC levar à cena, pelo menos uma vez por ano, obras de autores portugueses, Carlos Avilez trabalhou sobre "Casa de Pássaros", a primeira de três peças de Jaime Rocha, editada pela D. Quixote, sobre o "teatro da intimidade". Em três actos focados nas tensões de uma família singular - mãe, filha, o namorado desta e uma criada muda e viúva que o autor compara a um corvo - viajamos até um Portugal da década de 50/60 em que paira ainda o peso do fascismo.

O PSICOPATA APAIXONADO

pela Companhia Sensurround

Com Cláudia Jardim, Lúcia Sigalho, Paulo Pinto, Sara Graça e Víctor Gonçalves

LISBOA, Armazém do Ferro da A. Costa Cabral, Rua D. Luís I. Tel: 21 3428817. De 3ª a sáb., às 22h. Até finais de Março

Mais uma criação da Sensurround, desta vez inspirada nos tiques e delírios associados à paixão na sociedade contemporânea. Uma noiva de vestido bolorento, um casal de apaixonados suicidas, um homem com disfunções da fala que não consegue dizer: "Gosto de ti." Uma galeria de personagens improvavelmente lúdicas para uma aguarela de costumes em tom humorístico e algo desesperado.

AGAMÉMNON OU O CRIME

Encenação de Antonino Solmer; cenografia de Rui Pedro Pinto; figurinos de Luísa Pinto; luzes de Carlos Gonçalves; sonoplastia de Paulo Curado. Com António Rama e Fernanda Lapa

LISBOA, Cozinha do Palácio Marim Olhão, Calçada do Combro 38. Tel: 21 3879019. Até 15 de Abril.

Foi no cruzamento de "Clitemenestra ou o Crime", de Marguerite Yourcenar, com "Agamémnon", de Yannis Ritsos, que surgiu este espectáculo do grupo Escola de Mulheres. Depois, com a escolha da cozinha do Palácio Marim Olhão - de construção iniciada na primeira metade do século XVIII mas nunca concluída -, descobriu-se o cenário ideal para acolher a arruinada Casa dos Átridas, espaço de memória onde a guerra ecoa no espírito cansado de Agamémnon e na alma devastada de Clitemnestra.

EMMA ZUNZ

Com base em Jorge Luís Borges

Encenação de Sofia Borges e João Borges da Cunha; luzes de Pedro Machado. Interpretação de Sofia Borges

LISBOA, Edifício A Capital, Rua Diário de Noticias 78. Tel: 213479818. Estreia-se a 21. Até 31 de Março, às 19 e às 22h30

Pequena peça para televisor e actriz. Assim definem os seus actores uma peça que em três cenas adapta o conto homónimo de Jorge Luís Borges, um jogo com o tema do duplo, e do real como ficcionado.

A MORTE DE EMPÉDOCLES

de Friedrich Hölderlin

pelo Teatro da Cornucópia

Encenação de Luís Miguel Cintra; cenário e figurinos de Cristina Reis; luzes de Daniel Worm d'Assumpção. Com João Grosso, José Manuel Mendes, Luís Lima Barreto, Luís Miguel Cintra, Ricardo Aibéo, Rita Loureiro e Sofia Marques

LISBOA, Teatro do Bairro Alto, R. Tenente Raul Cascais, 1-A. Tel: 21 3961515. De 3ª a sáb. às 21h30, dom. às 16h00. Bilhetes a 2500$00 - com os descontos habituais. Até dia 1 de Abril

Tida como uma das obras mais complexas deste poeta alemão, "A Morte de Empédocles" é uma tragédia que Hölderlin compôs entre 1797 e 1799, em três versões sucessivas e incompletas. Com um elenco seguro, esta consagração da morte como uma conciliação entre a natureza e a arte marca a estreia de João Grosso no palco da Cornucópia.

A CONFISSÂO

de Bernardo Santareno

Encenação de Salmo Faria; cenários, figurinos e selecção musical de A4nuActo; caracterização de Marcelo Resende; luz de Pedro João. Com Catarina Estrela, Paulo Porfírio, Rita Carqueijeiro e Salmo Faria

LISBOA, Clube Estefânia, Av. Alexandre Braga 24-A. Tel: 213542249. De 4ª a sáb. às 22h. Última representação hoje.

A dúvida religiosa, a superstição, a injustiça social, por um lado, a frustração e o recalcamento sexual, por outro, assumem expressão nos dramas tensos e opressivos de Bernardo Santareno, como "A Confissão", que, numa encenação de Salmo Faria, trouxe o Clube Estefânia de regresso ao circuito teatral. Diz Salmo Faria: "Ao lê-la ["A Confissão"], tive a sensação de estar a ler um texto de Genet ou Pasolini, pois a sua beleza, a frontalidade com que o autor aborda os temas sociais chega a ser quase crua."

Sexta-feira, 23 de Março de 2001

JORNADA DE UM POEMA

de Margareth Edson

Encenação de Diogo Vilela. Com Glória Menezes, Adriano Reis, Edgar Amorim, Mariana Rosa, Bernardo Sereno, Adriana Valente, Carlos Thiré

LISBOA, Teatro Tivoli, Avenida da Liberdade. Tel: 213543153 ou 213572025. De 3ª a sáb. às 21h30, sáb. também às 17h e dom. às 17h

Depois de cinco meses em cena no Rio de Janeiro e outros tantos em São Paulo, "Jornada de Um Poema" chega a Lisboa com um trunfo na manga: a actriz Glória Menezes, conhecida do público português através das telenovelas. No Brasil, a presença de Glória Menezes nos palcos tem sido assídua, em paralelo com uma carreira desenvolvida no cinema - refira-se a sua participação em "O Pagador de Promessas", Palma de Ouro em Cannes. Em "Jornada de Um Poema", ela é o centro de uma obra que se propõe repensar a vida através da dor, na figura de uma professora de Literatura que enfrenta um cancro em fase terminal.

NO DIA EM QUE A C+S FECHOU

Produção do TNSJ e Casa Conveniente; texto, encenação e direcção plástica de Marcantonio del Carlo; com Ana Perfeito, António Fonseca, Cátia Pinheiro, Mané Carvalho, Martinho Silva, Ricardo Correia e Rita Oliveira

PORTO, Teatro Nacional S. João. Tel: 223401900. De 3ª a 5ª às 15h, 5ª a sáb. às 21h30, dom. às 16h. Até 8 de Abril

Johnny foi apanhado pelo presidente do conselho executivo a injectar-se na casa de banho e decidiu furar-lhe os pneus do carro. Joana bateu na professora de Filosofia. António rebentou com os computadores da sala de Informática. Nani escreveu uma mensagem libertária no portão da escola. E Maria dormiu com o professor de Geografia. No último dia de aulas, os seis adolescentes encontram-se numa sala. Foram todos convocados para se reunirem com o conselho executivo. Enquanto aguardam a chegada dos professores, fazem uma descoberta importante: todos experimentam o medo e a vergonha. Foi por terem aberto a boca para dizer a verdade que soltaram os fantasmas e criaram cumplicidades. Ser adolescente é difícil.

ÁFRICA

de Isabel Medina

Encenação de Cláudia Violante; vídeo de Ricardo Silva; música de Arolivre; figurinos de Ana Conde. Com Pedro Barbeitos, Pedro Martinho, Susana Dias, Carlos Afonso Pereira, Pedro Anjos, Paulo Anahory, André Santos e Cláudia Violante

BARCARENA, Fábrica da Pólvora/Lugar Comum. Tel: 214387460. Bilhetes a 1500$00 (1 dia) e 3000$00 (2 dias). De 5ª a sáb. às 21h30. Até 7 de Abril

Uma fábula de amor pouco convencional: assim se pode explicar, em traços largos, "África", um espectáculo que joga no cruzamento das linguagens teatrais com as linguagens videográficas e que se divide por três módulos e três prerrogativas distintas. No primeiro módulo, às quintas-feiras, opta-se por uma linguagem naturalista; no segundo, às sextas, por um jogo que se aproxima do absurdo; no terceiro, aos sábados, assume-se como espaço criativo a memória das sessões anteriores.

SEXO? SIM, OBRIGADO OU A ARTE DE FOLGAR

pelo Trigo Limpo/Teatro Acert

De Franca Rame, Jaccopo Fo e Dario Fo

Adaptação e encenação de Pompeu José; cenografia de José Tavares e Pompeu José; luz de Luís Viegas; música de Fran Perez; figurinos de José Rosa; bonecos de Luís Pacheco. Com Ilda Teixeira e Maria Simões

LISBOA, Teatro Cinearte, Largo de Santos, 2. Tel. 213965360 ou 918708628; de 23 a 28 de Março às 22h

Duas mulheres dedicam a sua vida a uma nobre causa: informar sobre sexo, explicar o sexo. De uma conversa fazem um espectáculo, desdobrando-se em personagens para fazer crer ao público que o essencial é o prazer. "Adão e Eva", uma ideia retirada do "Decameron" de Bocaccio, e a "Fábula dos Três Desejos", uma fábula medieval de origem provençal, completam esta peça cuja raiz parte da mestria do Prémio Nobel de 97, Dario Fo. É mais uma incursão a Lisboa do Trigo Limpo, de Tondela, grupo que comemora este ano o seu 25º aniversário e que há pouco tempo nos mostrou, no Cinearte, as peças "Se Chovesse, Vocês Estragavam-se Todos" e "Cadeiras", agora em digressão pelo país.

O BINÓCULO

de Manuel Lourenzo

Pelo Grupo Altacena; encenação de José Boavida; música de Diogo Vida (ao vivo); cenografia e figurinos de Joana Gonçalves e Pedro Vladimiro; luz e som de Hermínio Chaves Fernandes. Com Alexandra Parrado e Ana Luísa Gil

LISBOA, Sociedade Guilherme Cossoul, Av. D. Carlos I, 61-1º. Tel: 213973471. À 6ª e sáb. às 22h. Até 31 de Março

"O Binóculo" faz parte do Teatro Mínimo do dramaturgo galego Manuel Lourenzo. Uma peça sobre a condição humana. Duas mulheres obrigadas a vender o corpo rebelam-se contra o poder dos chulos, em desespero e morte. A obra dramática de Manuel Lourenzo "tem a capacidade desconcertante da boa literatura, deixando no espectador a semente da inquietação".

A MORTE TINHA SALTOS ALTOS

Texto e encenação de Paulo Ferreira

Pelo Teatro de Carnide; cenografia e figurinos de Gonçalo Ferreira; luz de Francisco Loureiro; som de Nuno Paiva; figurinos de Maria Gonzaga. Com Teresa Santos, Graça Rego, Júlia Martins, Conceição Loureiro, Mónica Diógenes, Catarina Peres, Renata Rosário e Maria Vilar Diógenes

LISBOA, Carnide, Azinhaga das Freiras, dias 30 e 31, às 22h. Tel: 217121330; repõe a 27 e 28 de Abril.

Uma adaptação livre da peça "8 Mulheres" de Robert Thomas. Oito mulheres dentro de uma casa com um homem morto. Quem é a assassina? São oito mulheres "apaixonadas, violentadas, odiadas" que exteriorizam as suas emoções e culpas. Um autor apaixonado por Agatha Christie. Um encenador que trouxe para o palco o humor negro e o desconcerto de um ambiente claustrofóbico.

ESCADAS TORTAS SEM CORRIMÃO

de A.Carl-Go

Produção do TNSJ; encenação de Carlos Gomes e Carlota Gonçalves; música Vítor Joaquim; luz de Daniel Worm d'Assumpção; figurinos Mafalda Estácio, movimento de Olga Roriz. Com Bruno Bravo, Joana Seixas, José Neves, Lígia Roque e Luís Gaspar

PORTO, Teatro Helena Sá e Costa. De 4ª a sáb. às 21h30, dom. às 16h. Tel: 22 3401900. Até 1 de Abril

A palavra como agente da mudança, negando a narratividade mecanicista. Uma reflexão sobre o culto da imagem. Para os autores é uma peça que "reflecte a contemporaneidade deste pequeno país". "E nos devolve a possibilidade de um raciocínio sobre nós próprios. Um teatro poético de ideias em acção, um drama imperfeito."

VENDA DE PÃO

de Bertolt Brecht

Pelo Centro Dramático de Évora; encenação de Pierre Etienne Heymann; cenografia e figurinos de Henri Cueco; música de Gil Nave; luz de João Carlos Marques; tradução de Christine Zurbach. Com Álvaro Corte Real, Ana Meira, Dulce Vermelho, Figueira Cid, Isabel Bilou, Jorge Baião, José Russo, Josefina Massango, Mário Barradas, Rosário Gonzaga, Rui Nuno e Victor Zambujo

ÉVORA, Teatro Garcia de Resende. De 3ª a sáb. às 21h30. Tel: 266703112. Até 7 de Abril

Um texto que se estreia pela primeira vez em Portugal. Um conjunto de fragmentos, poemas, canções, pequenos diálogos de uma actualidade impressionante. Para o encenador é um texto que "coloca questões essenciais para o tempo de hoje, sem pretender ser dono da resposta, mas antes devolvendo as perguntas aos espectadores". Uma peça baseada na crise económica mundial de 1929, o desemprego, o trabalho precário, os protestos e a repressão policial.

CASA DE PÁSSAROS

de Jaime Rocha

Encenação de Carlos Avilez; cenografia de Fernando Alvarez; luz de Manuel Amorim; som de Augusto Loureiro. Com Anna Paula, Fernanda Neves, Flávia Gusmão e Marco d'Almeida

CASCAIS, Teatro Municipal Mirita Casimiro, no Monte do Estoril. Tel: 21 4670320. De 4ª a sáb., às 21h30, e dom. às 17h. Até 22 de Abril

Seguindo uma estratégia que tem feito o TEC levar à cena, pelo menos uma vez por ano, obras de autores portugueses, Carlos Avilez trabalhou sobre "Casa de Pássaros", a primeira de três peças de Jaime Rocha, editada pela D. Quixote, sobre o "teatro da intimidade". Em três actos focados nas tensões de uma família singular - mãe, filha, o namorado desta e uma criada muda e viúva que o autor compara a um corvo - viajamos até um Portugal da década de 50/60 em que paira ainda o peso do fascismo.

O PSICOPATA APAIXONADO

pela Companhia Sensurround

Com Cláudia Jardim, Lúcia Sigalho, Paulo Pinto, Sara Graça e Víctor Gonçalves

LISBOA, Armazém do Ferro da A. Costa Cabral, Rua D. Luís I. Tel: 21 3428817. De 3ª a sáb., às 22h. Até finais de Março

Mais uma criação da Sensurround, desta vez inspirada nos tiques e delírios associados à paixão na sociedade contemporânea. Uma noiva de vestido bolorento, um casal de apaixonados suicidas, um homem com disfunções da fala que não consegue dizer: "Gosto de ti." Uma galeria de personagens improvavelmente lúdicas para uma aguarela de costumes em tom humorístico e algo desesperado.

AGAMÉMNON OU O CRIME

Encenação de Antonino Solmer; cenografia de Rui Pedro Pinto; figurinos de Luísa Pinto; luzes de Carlos Gonçalves; sonoplastia de Paulo Curado. Com António Rama e Fernanda Lapa

LISBOA, Cozinha do Palácio Marim Olhão, Calçada do Combro 38. Tel: 21 3879019. Até 15 de Abril.

Foi no cruzamento de "Clitemenestra ou o Crime", de Marguerite Yourcenar, com "Agamémnon", de Yannis Ritsos, que surgiu este espectáculo do grupo Escola de Mulheres. Depois, com a escolha da cozinha do Palácio Marim Olhão - de construção iniciada na primeira metade do século XVIII mas nunca concluída -, descobriu-se o cenário ideal para acolher a arruinada Casa dos Átridas, espaço de memória onde a guerra ecoa no espírito cansado de Agamémnon e na alma devastada de Clitemnestra.

EMMA ZUNZ

Com base em Jorge Luís Borges

Encenação de Sofia Borges e João Borges da Cunha; luzes de Pedro Machado. Interpretação de Sofia Borges

LISBOA, Edifício A Capital, Rua Diário de Noticias 78. Tel: 213479818. Estreia-se a 21. Até 31 de Março, às 19 e às 22h30

Pequena peça para televisor e actriz. Assim definem os seus actores uma peça que em três cenas adapta o conto homónimo de Jorge Luís Borges, um jogo com o tema do duplo, e do real como ficcionado.

A MORTE DE EMPÉDOCLES

de Friedrich Hölderlin

pelo Teatro da Cornucópia

Encenação de Luís Miguel Cintra; cenário e figurinos de Cristina Reis; luzes de Daniel Worm d'Assumpção. Com João Grosso, José Manuel Mendes, Luís Lima Barreto, Luís Miguel Cintra, Ricardo Aibéo, Rita Loureiro e Sofia Marques

LISBOA, Teatro do Bairro Alto, R. Tenente Raul Cascais, 1-A. Tel: 21 3961515. De 3ª a sáb. às 21h30, dom. às 16h00. Bilhetes a 2500$00 - com os descontos habituais. Até dia 1 de Abril

Tida como uma das obras mais complexas deste poeta alemão, "A Morte de Empédocles" é uma tragédia que Hölderlin compôs entre 1797 e 1799, em três versões sucessivas e incompletas. Com um elenco seguro, esta consagração da morte como uma conciliação entre a natureza e a arte marca a estreia de João Grosso no palco da Cornucópia.

A CONFISSÂO

de Bernardo Santareno

Encenação de Salmo Faria; cenários, figurinos e selecção musical de A4nuActo; caracterização de Marcelo Resende; luz de Pedro João. Com Catarina Estrela, Paulo Porfírio, Rita Carqueijeiro e Salmo Faria

LISBOA, Clube Estefânia, Av. Alexandre Braga 24-A. Tel: 213542249. De 4ª a sáb. às 22h. Última representação hoje.

A dúvida religiosa, a superstição, a injustiça social, por um lado, a frustração e o recalcamento sexual, por outro, assumem expressão nos dramas tensos e opressivos de Bernardo Santareno, como "A Confissão", que, numa encenação de Salmo Faria, trouxe o Clube Estefânia de regresso ao circuito teatral. Diz Salmo Faria: "Ao lê-la ["A Confissão"], tive a sensação de estar a ler um texto de Genet ou Pasolini, pois a sua beleza, a frontalidade com que o autor aborda os temas sociais chega a ser quase crua."

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