DN

09-03-2001
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O tom e a lógica do discurso do prof. Nuno Nabais

Sobre as cartas dos professores João Paisana e Pedro Alves, nada tenho a comentar. Trata-se de uma contestação às afirmações do prof. Nuno Nabais proferidas numa entrevista ao DN. Quanto à carta do prof. Nuno Nabais, cabe-me esclarecer o seguinte:

1. Ao contrário do que afirma, o investigador não colocou como condição ler e dar a ler aos seus colegas de equipa o texto final, antes da publicação. Fui eu própria quem solicitou a Nuno Nabais a leitura do artigo, por se tratar de um tema muito complexo, a exemplo do que tem acontecido com vários projectos publicados neste espaço. Pretendia, deste modo, evitar qualquer tipo de erro "técnico" no que respeita aos conteúdos da investigação. O entrevistado referiu que gostaria de mostrá-lo aos dois elementos da sua equipa.

2. Após a entrevista e ouvida a gravação, entendi que, para o leitor e em termos informativos, seria interessante realçar o "paradoxo da filosofia em Portugal" (nas palavras do próprio entrevistado), mais do que incidir somente no conteúdo do projecto, na realidade de difícil entendimento para "leigos" na matéria. Aliás, em toda a exposição dos conteúdos da investigação, feita por João Nabais, esteve sempre presente e repetida a ideia do "paradoxo" e dos "efeitos funestos" da fenomenologia no período da ditatura.

3. Nas reformulações enviadas, o investigador entendeu introduzir um grande número de novas ideias e frases, bem como alterar outras que tinham sido referidas ao longo da entrevista. Considerei apenas aquelas que esclareciam aspectos de conteúdo do projecto e de acordo com os limites de espaço próprios de um jornal, mantendo frases e opiniões proferidas por Nuno Nabais no momento da entrevista. Nunca se colocou a hipótese de aceitar uma segunda "versão" do texto, nem alterar opiniões pessoais do entrevistado, depois de consultados dois outros elementos da equipa. Nuno Nabais foi o único interlocutor do DN.

4. Na entrevista, o investigador associou a candidatura do projecto ao objectivo de "desenvolver um trabalho libertando a fenomenologia do peso da Igreja", afirmação que, aliás, fazia todo o sentido dada a posição de Nuno Nabais face à evolução da fenomenologia em Portugal.

5. Na introdução, o texto publicado no DN refere que "Portugal é o país do mundo com maior número de "filósofos" por habitante", reafirmando-se esta ideia mais à frente no corpo principal do artigo, precisamente no sentido que o prof. Nuno Nabais profere na carta acima.

6. Por último, cabe-me frisar que em momento algum _ tanto nas reformulações que enviou como na carta dirigida ao director do DN _ o prof. Nuno Nabais desmente afirmações e opiniões transcritas no texto publicado e emitidas durante a entrevista. Procurei, dentro do espaço reservado para este trabalho, ser fiel não só às palavras do entrevistado, mas igualmente ao tom e à lógica do discurso do prof. Nabais, que ao longo de cerca de hora e meia revelou grande coerência e clareza de ideias, bem como opiniões muito definidas em relação ao tema.

Helena Mendonça

O tom e a lógica do discurso do prof. Nuno Nabais

Sobre as cartas dos professores João Paisana e Pedro Alves, nada tenho a comentar. Trata-se de uma contestação às afirmações do prof. Nuno Nabais proferidas numa entrevista ao DN. Quanto à carta do prof. Nuno Nabais, cabe-me esclarecer o seguinte:

1. Ao contrário do que afirma, o investigador não colocou como condição ler e dar a ler aos seus colegas de equipa o texto final, antes da publicação. Fui eu própria quem solicitou a Nuno Nabais a leitura do artigo, por se tratar de um tema muito complexo, a exemplo do que tem acontecido com vários projectos publicados neste espaço. Pretendia, deste modo, evitar qualquer tipo de erro "técnico" no que respeita aos conteúdos da investigação. O entrevistado referiu que gostaria de mostrá-lo aos dois elementos da sua equipa.

2. Após a entrevista e ouvida a gravação, entendi que, para o leitor e em termos informativos, seria interessante realçar o "paradoxo da filosofia em Portugal" (nas palavras do próprio entrevistado), mais do que incidir somente no conteúdo do projecto, na realidade de difícil entendimento para "leigos" na matéria. Aliás, em toda a exposição dos conteúdos da investigação, feita por João Nabais, esteve sempre presente e repetida a ideia do "paradoxo" e dos "efeitos funestos" da fenomenologia no período da ditatura.

3. Nas reformulações enviadas, o investigador entendeu introduzir um grande número de novas ideias e frases, bem como alterar outras que tinham sido referidas ao longo da entrevista. Considerei apenas aquelas que esclareciam aspectos de conteúdo do projecto e de acordo com os limites de espaço próprios de um jornal, mantendo frases e opiniões proferidas por Nuno Nabais no momento da entrevista. Nunca se colocou a hipótese de aceitar uma segunda "versão" do texto, nem alterar opiniões pessoais do entrevistado, depois de consultados dois outros elementos da equipa. Nuno Nabais foi o único interlocutor do DN.

4. Na entrevista, o investigador associou a candidatura do projecto ao objectivo de "desenvolver um trabalho libertando a fenomenologia do peso da Igreja", afirmação que, aliás, fazia todo o sentido dada a posição de Nuno Nabais face à evolução da fenomenologia em Portugal.

5. Na introdução, o texto publicado no DN refere que "Portugal é o país do mundo com maior número de "filósofos" por habitante", reafirmando-se esta ideia mais à frente no corpo principal do artigo, precisamente no sentido que o prof. Nuno Nabais profere na carta acima.

6. Por último, cabe-me frisar que em momento algum _ tanto nas reformulações que enviou como na carta dirigida ao director do DN _ o prof. Nuno Nabais desmente afirmações e opiniões transcritas no texto publicado e emitidas durante a entrevista. Procurei, dentro do espaço reservado para este trabalho, ser fiel não só às palavras do entrevistado, mas igualmente ao tom e à lógica do discurso do prof. Nabais, que ao longo de cerca de hora e meia revelou grande coerência e clareza de ideias, bem como opiniões muito definidas em relação ao tema.

Helena Mendonça

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