Gás lacrimogéneo em discoteca

09-03-2001
marcar artigo

Incidente na Amadora

Gás Lacrimogéneo em Discoteca

Segunda-feira, 4 de Dezembro de 2000

Quem é que terá lançado os gases lacrimogéneos ontem de madrugada no "hall" da discoteca Sodad, na Venda Nova-Amadora, é o que a polícia e o sócio-gerente do estabelecimento, Pedro Alves, tentam agora apurar. Para este último, porém, levanta-se desde logo uma suspeita: a de que se terá tratado de uma "operação montada" com o objectivo de colocar a sua casa em maus lençóis.

Na versão apresentada pela polícia, cerca das 4h30 de domingo, na Venda Nova, desconhecidos lançaram gases lacrimogéneos no interior da discoteca Sodad, o que gerou o pânico entre os clientes e deixou intoxicadas quatro pessoas, que tiveram de receber tratamento hospitalar.

A PSP da Amadora, que ali acorreu, salientou que a pronta intervenção das autoridades permitiu reduzir os riscos deste incidente, garantindo que a evacuação dos clientes se fizesse sem drama - ao contrário do que se verificou em Junho passado, quando gases lacrimogéneios foram lançados na discoteca Luanda, em Lisboa, provocando várias mortes, em grande parte devidas ao atropelamento dos clientes, alguns dos quais ficaram esmagados.

Já o proprietário da "Sodad", uma discoteca africana existente na antiga zona industrial da Venda Nova, conta o que se passou de modo diverso. Eram 4h20, quando subitamente no "hall" da discoteca - onde nessa altura se encontrariam cerca de 100 pessoas - se começaram a sentir os efeitos de um gás, que deixaram de imediato uma jovem indisposta.

A discoteca, que chegara a estar cheia, com cerca de 280 pessoas, "já estava a fechar quando isso aconteceu". Mas "foi tudo muito rápido", diz Pedro Alves. "Mal a miúda se sentiu mal disposta com o gás e saiu, cá fora já estavam a polícia, ambulâncias, bombeiros e até a RTP", acrescentou o sócio-gerente da discoteca, que diz achar "muito estranho" e "uma grande coincidência" que todos aqueles meios de socorro estivessem já ali sem sequer terem sido chamados.

"Ninguém chamou ninguém, porque nem deu tempo, já estava tudo à porta", acrescentou o sócio-gerente da "Sodad", afirmando que só teve conhecimento de uma pessoa intoxicada, e não de quatro, como foi referido pela polícia. "Que eu saiba, foi só essa miúda que ficou mal com o gás, e que foi socorrida logo à saída discoteca, onde já estavam as ambulâncias", disse.

Quanto a suspeitas sobre quem possa ter lançado o gás lacrimogéneo, Pedro Alves diz que apenas pode imaginar tratar-se de pessoas que estão interessadas em que esta discoteca, bem como uma outra de que também é sócio, no mesmo local, sejam fechadas. F.R.

Incidente na Amadora

Gás Lacrimogéneo em Discoteca

Segunda-feira, 4 de Dezembro de 2000

Quem é que terá lançado os gases lacrimogéneos ontem de madrugada no "hall" da discoteca Sodad, na Venda Nova-Amadora, é o que a polícia e o sócio-gerente do estabelecimento, Pedro Alves, tentam agora apurar. Para este último, porém, levanta-se desde logo uma suspeita: a de que se terá tratado de uma "operação montada" com o objectivo de colocar a sua casa em maus lençóis.

Na versão apresentada pela polícia, cerca das 4h30 de domingo, na Venda Nova, desconhecidos lançaram gases lacrimogéneos no interior da discoteca Sodad, o que gerou o pânico entre os clientes e deixou intoxicadas quatro pessoas, que tiveram de receber tratamento hospitalar.

A PSP da Amadora, que ali acorreu, salientou que a pronta intervenção das autoridades permitiu reduzir os riscos deste incidente, garantindo que a evacuação dos clientes se fizesse sem drama - ao contrário do que se verificou em Junho passado, quando gases lacrimogéneios foram lançados na discoteca Luanda, em Lisboa, provocando várias mortes, em grande parte devidas ao atropelamento dos clientes, alguns dos quais ficaram esmagados.

Já o proprietário da "Sodad", uma discoteca africana existente na antiga zona industrial da Venda Nova, conta o que se passou de modo diverso. Eram 4h20, quando subitamente no "hall" da discoteca - onde nessa altura se encontrariam cerca de 100 pessoas - se começaram a sentir os efeitos de um gás, que deixaram de imediato uma jovem indisposta.

A discoteca, que chegara a estar cheia, com cerca de 280 pessoas, "já estava a fechar quando isso aconteceu". Mas "foi tudo muito rápido", diz Pedro Alves. "Mal a miúda se sentiu mal disposta com o gás e saiu, cá fora já estavam a polícia, ambulâncias, bombeiros e até a RTP", acrescentou o sócio-gerente da discoteca, que diz achar "muito estranho" e "uma grande coincidência" que todos aqueles meios de socorro estivessem já ali sem sequer terem sido chamados.

"Ninguém chamou ninguém, porque nem deu tempo, já estava tudo à porta", acrescentou o sócio-gerente da "Sodad", afirmando que só teve conhecimento de uma pessoa intoxicada, e não de quatro, como foi referido pela polícia. "Que eu saiba, foi só essa miúda que ficou mal com o gás, e que foi socorrida logo à saída discoteca, onde já estavam as ambulâncias", disse.

Quanto a suspeitas sobre quem possa ter lançado o gás lacrimogéneo, Pedro Alves diz que apenas pode imaginar tratar-se de pessoas que estão interessadas em que esta discoteca, bem como uma outra de que também é sócio, no mesmo local, sejam fechadas. F.R.

marcar artigo