MRPP recorda Durão dos «anos de brasa»

06-03-2000
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Pedro Alves e os «émeérres»: longe vão os tempos do «querido camarada» Durão Barroso

Mas o mais mediático dirigente dos «émeérres» não é, desta vez, o cabeça-de-lista do seu partido. A tarefa, nas europeias de 99, está entregue a Pedro Alves.

Na quarta-feira, a candidatura do MRPP foi a Coimbra encontrar-se com estudantes «para auscultação e discussão dos seus problemas». Numa esquina, perto da Reitoria da Universidade, a equipa do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses entregava aos passantes, na esmagadora maioria estudantes evidentemente, os seus manifestos contra a guerra nos Balcãs. «As bombas matam» e «o dinheiro que vai para as bombas falta para a educação», grita Pedro Alves. Se quase nenhum recusava os papéis menos eram os que os liam, mas sempre havia uma ou outra excepção que se lhes dirigia a pedir a «documentação» de campanha.

«O partido de Durão Barroso»

Pedro Alves é sócio-fundador da Associação Portuguesa de Meteorologia e Geofísica mas nem por ter conhecimentos no meio conseguiu evitar a chuva torrencial que começou a cair perto da hora do almoço. O refúgio no edifício da Faculdade de Letras leva a conversa até Durão Barroso, agora um dos ex-«émeérrres» mais conhecidos. Aliás, conta alguém que também participava nesta acção de campanha, que até já tinha ouvido referirem-se ao partido como «o MRPP, o partido do Durão Barroso». Para mais, muitos há que pensam que esta é também a origem política do eurocandidato do PSD, Pacheco Pereira. Pedro Alves esclarece que não, que Pacheco pertencia a um dos muitos partidos «m-l» (marxistas-leninistas) da década de 70.

O candidato do MRPP é de Lisboa e recorda-se perfeitamente do líder do PSD. Lembra-se, por exemplo, de uma ida ao Liceu D. Dinis, em Chelas, nos «anos de brasa» que «até meteu gente no telhado a fazer segurança ao 'querido camarada'». No D. Dinis, Durão não foi profético: exortou os estudantes a «rasgar os cartazes dos fascistas... do PPD».

Pedro Alves compreende a evolução, até diz que «as pessoas ficarem iguais pode não ser símbolo de coerência mas de paralisia cerebral». Mas há um elemento nesta lógica evolucionista que acha «muito engraçado»: as pessoas «evoluem para quem dá tachos, carreiras; dos pequenos para os grandes, o contrário é que nunca vi».

O almoço é comido na intimidade de uma «República» e depois da refeição a candidatura escolhe as «Escadas Monumentais» para fazer uma declaração política. As escadas, onde os estudantes foram perseguidos pela polícia, a cavalo, são «um símbolo da crise académica de 1969 e da resistência. Hoje as resistências são outras», diz Pedro Alves, retomando o tema da guerra, da NATO, do custo da guerra e da educação.

Entretanto, e a propósito de custos, vão sendo distribuídos os panfletos da candidatura, que mostram um porco com os olhos tapados com a bandeira americana. «Vai um leitãozinho, depois do almoço?». Uma fotocópia, tal como os outros materiais de campanha do MRPP, até alguns cartazes. Horas depois, candidato e acompanhantes regressam a Lisboa; de comboio, claro. É preciso não esquecer que é uma campanha, na expressão de Alves, de um dos «sete anões».

TERESA OLIVEIRA

Pedro Alves e os «émeérres»: longe vão os tempos do «querido camarada» Durão Barroso

Mas o mais mediático dirigente dos «émeérres» não é, desta vez, o cabeça-de-lista do seu partido. A tarefa, nas europeias de 99, está entregue a Pedro Alves.

Na quarta-feira, a candidatura do MRPP foi a Coimbra encontrar-se com estudantes «para auscultação e discussão dos seus problemas». Numa esquina, perto da Reitoria da Universidade, a equipa do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses entregava aos passantes, na esmagadora maioria estudantes evidentemente, os seus manifestos contra a guerra nos Balcãs. «As bombas matam» e «o dinheiro que vai para as bombas falta para a educação», grita Pedro Alves. Se quase nenhum recusava os papéis menos eram os que os liam, mas sempre havia uma ou outra excepção que se lhes dirigia a pedir a «documentação» de campanha.

«O partido de Durão Barroso»

Pedro Alves é sócio-fundador da Associação Portuguesa de Meteorologia e Geofísica mas nem por ter conhecimentos no meio conseguiu evitar a chuva torrencial que começou a cair perto da hora do almoço. O refúgio no edifício da Faculdade de Letras leva a conversa até Durão Barroso, agora um dos ex-«émeérrres» mais conhecidos. Aliás, conta alguém que também participava nesta acção de campanha, que até já tinha ouvido referirem-se ao partido como «o MRPP, o partido do Durão Barroso». Para mais, muitos há que pensam que esta é também a origem política do eurocandidato do PSD, Pacheco Pereira. Pedro Alves esclarece que não, que Pacheco pertencia a um dos muitos partidos «m-l» (marxistas-leninistas) da década de 70.

O candidato do MRPP é de Lisboa e recorda-se perfeitamente do líder do PSD. Lembra-se, por exemplo, de uma ida ao Liceu D. Dinis, em Chelas, nos «anos de brasa» que «até meteu gente no telhado a fazer segurança ao 'querido camarada'». No D. Dinis, Durão não foi profético: exortou os estudantes a «rasgar os cartazes dos fascistas... do PPD».

Pedro Alves compreende a evolução, até diz que «as pessoas ficarem iguais pode não ser símbolo de coerência mas de paralisia cerebral». Mas há um elemento nesta lógica evolucionista que acha «muito engraçado»: as pessoas «evoluem para quem dá tachos, carreiras; dos pequenos para os grandes, o contrário é que nunca vi».

O almoço é comido na intimidade de uma «República» e depois da refeição a candidatura escolhe as «Escadas Monumentais» para fazer uma declaração política. As escadas, onde os estudantes foram perseguidos pela polícia, a cavalo, são «um símbolo da crise académica de 1969 e da resistência. Hoje as resistências são outras», diz Pedro Alves, retomando o tema da guerra, da NATO, do custo da guerra e da educação.

Entretanto, e a propósito de custos, vão sendo distribuídos os panfletos da candidatura, que mostram um porco com os olhos tapados com a bandeira americana. «Vai um leitãozinho, depois do almoço?». Uma fotocópia, tal como os outros materiais de campanha do MRPP, até alguns cartazes. Horas depois, candidato e acompanhantes regressam a Lisboa; de comboio, claro. É preciso não esquecer que é uma campanha, na expressão de Alves, de um dos «sete anões».

TERESA OLIVEIRA

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