PS ganha Ribeira de Pena na recontagem

04-01-2002
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PS Ganha Ribeira de Pena na Recontagem

Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2001

A coligação do CDS-PP saiu vencedora das eleições em Ribeira de Pena por escassos dois votos mas ontem, na assembleia de apuramento geral de resultados, o partido que saiu vencedor foi... o PS. Por apenas um voto. A questão terá agora de ser resolvida pelo Tribunal Constitucional (TC). É que, descontente com a forma como decorreu a sessão de apuramento de resultados, a coligação PSD/CDS-PP já anunciou ir recorrer para aquela instância.

No domingo passado, o resultado das eleições revelou-se já uma verdadeira complicação. Primeiro, eram cerca das 21h30 quando a coligação PSD/CDS-PP anunciava vitória por apenas quatro votos. Duas horas mais tarde, era o PS que gritava vitória por apenas um voto. Mas, cerca da meia-noite, o PSD voltou a cantar vitória, desta vez por dois votos.

Ontem, tudo se voltou a complicar. Às 10h, uma comissão constituída por oito elementos - um juiz do Tribunal de Vila Real, uma jurista nomeada pelo Ministério da Justiça, duas docentes nomeadas pelo Ministério da Educação e quatro presidentes de assembleias de mesa nas eleições de domingo - reuniu-se para reanalisar os votos nulos apurados nas eleições. Ao todo 185 votos.

A reunião prolongou-se pela tarde e pela noite fora. Quando foi interrompida, à hora do jantar, já tinham sido analisados todos os votos. A essa hora, apesar da presença da GNR local, um conjunto de cidadãos que se concentrou à porta da câmara municipal, onde decorreu a reunião, não permitiu a saída do juiz e da jurista para jantarem.

A favor do PSD foram recuperados seis votos, do PS nove votos. Ou seja, somando os dois votos de diferença que o PSD trazia de domingo, o resultado passou a ser favorável ao PS por um voto.

Mas, ao que o PÚBLICO apurou, a discussão gerada à volta da aprovação destes boletins foi grande e estes terão merecido o voto contra do juiz e da jurista, que consideraram que os votos não tinham condições para serem considerados válidos.

O mandatário da coligação PSD, João Leite Gomes, garante que logo que o edital da reunião de ontem for afixado irá recorrer para o TC. Amadeu Borges, vice-presidente da concelhia do PSD de Ribeira de Pena, por seu lado, põe em causa a credibilidade da própria assembleia de apuramento dos resultados. "As únicas pessoas independentes nesta comissão são o juiz e a jurista. As duas professoras foram indicados pelo delegado escolar de Ribeira de Pena: uma foi candidata à Assembleia Municipal pelo PS, outra é esposa do adjunto do presidente da câmara. Além disso, os restantes membros são os presidentes de mesa da assembleia, que foram indicados para estas eleições pelo PS", sublinha.

Celeste Pereira

PS Ganha Ribeira de Pena na Recontagem

Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2001

A coligação do CDS-PP saiu vencedora das eleições em Ribeira de Pena por escassos dois votos mas ontem, na assembleia de apuramento geral de resultados, o partido que saiu vencedor foi... o PS. Por apenas um voto. A questão terá agora de ser resolvida pelo Tribunal Constitucional (TC). É que, descontente com a forma como decorreu a sessão de apuramento de resultados, a coligação PSD/CDS-PP já anunciou ir recorrer para aquela instância.

No domingo passado, o resultado das eleições revelou-se já uma verdadeira complicação. Primeiro, eram cerca das 21h30 quando a coligação PSD/CDS-PP anunciava vitória por apenas quatro votos. Duas horas mais tarde, era o PS que gritava vitória por apenas um voto. Mas, cerca da meia-noite, o PSD voltou a cantar vitória, desta vez por dois votos.

Ontem, tudo se voltou a complicar. Às 10h, uma comissão constituída por oito elementos - um juiz do Tribunal de Vila Real, uma jurista nomeada pelo Ministério da Justiça, duas docentes nomeadas pelo Ministério da Educação e quatro presidentes de assembleias de mesa nas eleições de domingo - reuniu-se para reanalisar os votos nulos apurados nas eleições. Ao todo 185 votos.

A reunião prolongou-se pela tarde e pela noite fora. Quando foi interrompida, à hora do jantar, já tinham sido analisados todos os votos. A essa hora, apesar da presença da GNR local, um conjunto de cidadãos que se concentrou à porta da câmara municipal, onde decorreu a reunião, não permitiu a saída do juiz e da jurista para jantarem.

A favor do PSD foram recuperados seis votos, do PS nove votos. Ou seja, somando os dois votos de diferença que o PSD trazia de domingo, o resultado passou a ser favorável ao PS por um voto.

Mas, ao que o PÚBLICO apurou, a discussão gerada à volta da aprovação destes boletins foi grande e estes terão merecido o voto contra do juiz e da jurista, que consideraram que os votos não tinham condições para serem considerados válidos.

O mandatário da coligação PSD, João Leite Gomes, garante que logo que o edital da reunião de ontem for afixado irá recorrer para o TC. Amadeu Borges, vice-presidente da concelhia do PSD de Ribeira de Pena, por seu lado, põe em causa a credibilidade da própria assembleia de apuramento dos resultados. "As únicas pessoas independentes nesta comissão são o juiz e a jurista. As duas professoras foram indicados pelo delegado escolar de Ribeira de Pena: uma foi candidata à Assembleia Municipal pelo PS, outra é esposa do adjunto do presidente da câmara. Além disso, os restantes membros são os presidentes de mesa da assembleia, que foram indicados para estas eleições pelo PS", sublinha.

Celeste Pereira

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