Lisboa: uma grande batalha

21-11-2001
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Quatro duelos decisivos

Lisboa: Uma Grande Batalha

Por HELENA PEREIRA

Domingo, 4 de Novembro de 2001

Primeiro Marcelo Rebelo de Sousa, depois Macário Correia e mais tarde Ferreira do Amaral. Poucas mossas fizeram estes candidatos da direita à coligação PS-PCP, que arrancou para a conquista da cidade de Lisboa em 1989 e por lá ficou, primeiro com Jorge Sampaio, agora com João Soares.

No entanto, este ano, o naipe de candidatos à Câmara de Lisboa é de luxo. O PSD escolheu Pedro Santana Lopes, que deu o tudo por tudo para trocar as urnas de votos da Figueira da Foz pelas da capital. O PP foi o primeiro a anunciar a candidatura: o próprio líder, Paulo Portas. O Bloco de Esquerda (BE) candidata um dos seus principais dirigentes, Miguel Portas, irmão de Paulo. O histórico dirigente do PCTP-MRPP, Garcia Pereira, voltou a responder à chamada.

A disputa de Lisboa, no entanto, não se esgota só nos problemas da cidade, no trânsito caótico, na especulação imobiliária, na insegurança e pobreza de certos bairros. Na noite da votação, as hostes sociais-democratas, as socialistas, as comunistas ou as democratas-cristãs entrarão em efervescência. O que está em causa em Lisboa é também o jogo de poderes nos quatro principais partidos. Disso não há dúvidas.

Se a coligação PS-PCP perder, terminará inglória a liderança de João Soares, "despedido" pelos lisboetas. Os comunistas, por seu lado, perdem aquela que é a autarquia mais importante a nível nacional e um grande palco de influência política.

No caso do PSD, o resultado eleitoral terá fortes repercussões internas das duas maneiras. Se sair vitorioso, Santana reforça-se aos olhos do aparelho social-democrata. Se perder, fica ainda mais disponível para o seu papel de contra-poder, apesar de ir dizendo que não pretende voltar a candidatar-se à liderança do PSD.

Para Paulo Portas, o que está em causa é o seu próprio lugar. Sem entendimento entre PP e PSD para a Câmara de Lisboa, Portas decidiu manter-se sozinho à conquista da fasquia dos 19 por cento, meta por ele anunciada.

Neste equilíbrio, pesam ainda as eventuais alianças que se formem depois da votação. Quer o PP chegue a entendimento com o PSD, no caso deste não ter maioria, ou o BE com a coligação PS-PCP.

Enquanto Santana e Portas já se lançaram na campanha, a coligação de esquerda reconhece que este ano "o quadro é mais exigente" e que os motivos mediáticos também.

Quatro duelos decisivos

Lisboa: Uma Grande Batalha

Por HELENA PEREIRA

Domingo, 4 de Novembro de 2001

Primeiro Marcelo Rebelo de Sousa, depois Macário Correia e mais tarde Ferreira do Amaral. Poucas mossas fizeram estes candidatos da direita à coligação PS-PCP, que arrancou para a conquista da cidade de Lisboa em 1989 e por lá ficou, primeiro com Jorge Sampaio, agora com João Soares.

No entanto, este ano, o naipe de candidatos à Câmara de Lisboa é de luxo. O PSD escolheu Pedro Santana Lopes, que deu o tudo por tudo para trocar as urnas de votos da Figueira da Foz pelas da capital. O PP foi o primeiro a anunciar a candidatura: o próprio líder, Paulo Portas. O Bloco de Esquerda (BE) candidata um dos seus principais dirigentes, Miguel Portas, irmão de Paulo. O histórico dirigente do PCTP-MRPP, Garcia Pereira, voltou a responder à chamada.

A disputa de Lisboa, no entanto, não se esgota só nos problemas da cidade, no trânsito caótico, na especulação imobiliária, na insegurança e pobreza de certos bairros. Na noite da votação, as hostes sociais-democratas, as socialistas, as comunistas ou as democratas-cristãs entrarão em efervescência. O que está em causa em Lisboa é também o jogo de poderes nos quatro principais partidos. Disso não há dúvidas.

Se a coligação PS-PCP perder, terminará inglória a liderança de João Soares, "despedido" pelos lisboetas. Os comunistas, por seu lado, perdem aquela que é a autarquia mais importante a nível nacional e um grande palco de influência política.

No caso do PSD, o resultado eleitoral terá fortes repercussões internas das duas maneiras. Se sair vitorioso, Santana reforça-se aos olhos do aparelho social-democrata. Se perder, fica ainda mais disponível para o seu papel de contra-poder, apesar de ir dizendo que não pretende voltar a candidatar-se à liderança do PSD.

Para Paulo Portas, o que está em causa é o seu próprio lugar. Sem entendimento entre PP e PSD para a Câmara de Lisboa, Portas decidiu manter-se sozinho à conquista da fasquia dos 19 por cento, meta por ele anunciada.

Neste equilíbrio, pesam ainda as eventuais alianças que se formem depois da votação. Quer o PP chegue a entendimento com o PSD, no caso deste não ter maioria, ou o BE com a coligação PS-PCP.

Enquanto Santana e Portas já se lançaram na campanha, a coligação de esquerda reconhece que este ano "o quadro é mais exigente" e que os motivos mediáticos também.

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