Portas "aproveita-se" dos abstencionistas

07-03-2001
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Portas "Aproveita-se" dos Abstencionistas

Segunda-feira, 15 de Janeiro de 2001

Depois de ter "desparticipado" na campanha das presidenciais, o líder do PP, Paulo Portas apareceu ontem na sede do seu partido a reivindicar as dores dos abstencionistas. Portas (que apoiou pessoal mas remotamente Ferreira, através de uma mensagem cibernética enviada do Colorado, onde se encontrava de férias) veio na noite eleitoral propôr-se a algumas reflexões sobre a abstenção "com a legitimidade (?) do líder partidário menos comprometido com as eleições", que tinha feito alguns "avisos".

Ora, para Paulo Portas, a abstenção representou "uma desautorização séria da política e dos políticos, incluindo os que se apresentaram a votos" e significa que "muitos portugueses não confiam nos políticos que têm para resolver os seus problemas". "Há muita gente de esquerda desiludida com o Governo que quis dar um sinal e muita gente de direita que não considerou a candidatura do eng. Ferreira do Amaral suficientemente entusiasmante e também quis dar um sinal", disse Portas, para quem a abstenção "é a exigência de mudança da nossa democracia".

Enquanto isto, saudou "os eleitores que foram votar em Ferreira do Amaral pelo seu patriotismo e sentido cívico" e porque também "estão lá muitos democratas-cristãos que, apesar dos ataques que foram feitos ao partido lá estiveram como eu estive".

Não resistiu, evidentemente, em dizer o que já estava programado há muito: comparar os resultados de Cavaco Silva em 96 com os de Ferreira do Amaral agora. "Há cinco anos atrás, com o PS em estado de graça, Cavaco Silva teve 47 por cento. Cinco anos depois, quando os socialistas estão a cair em desgraça, o candidato do centro-direita não atingirá os 40 por cento". No entender de Portas, "houve um desencontro entre a história e os seus protagonistas": "Ninguém compreende que no momento mais fraco dos socialistas o resultado mais fraco venha do centro-direita". Evidentemente que lembrou os seus pergaminhos em ter proposto as candidaturas de Freitas do Amaral e Cavaco Silva... e do PSD ter apresentado a candidatura de Ferreira do Amaral três dias antes do Congresso do PP, o que levou o partido a avançar e a depois recuar com Basílio Horta. O resto da história, cujo final não é feliz, teve ontem o seu epílogo.

A.S.L.

Portas "Aproveita-se" dos Abstencionistas

Segunda-feira, 15 de Janeiro de 2001

Depois de ter "desparticipado" na campanha das presidenciais, o líder do PP, Paulo Portas apareceu ontem na sede do seu partido a reivindicar as dores dos abstencionistas. Portas (que apoiou pessoal mas remotamente Ferreira, através de uma mensagem cibernética enviada do Colorado, onde se encontrava de férias) veio na noite eleitoral propôr-se a algumas reflexões sobre a abstenção "com a legitimidade (?) do líder partidário menos comprometido com as eleições", que tinha feito alguns "avisos".

Ora, para Paulo Portas, a abstenção representou "uma desautorização séria da política e dos políticos, incluindo os que se apresentaram a votos" e significa que "muitos portugueses não confiam nos políticos que têm para resolver os seus problemas". "Há muita gente de esquerda desiludida com o Governo que quis dar um sinal e muita gente de direita que não considerou a candidatura do eng. Ferreira do Amaral suficientemente entusiasmante e também quis dar um sinal", disse Portas, para quem a abstenção "é a exigência de mudança da nossa democracia".

Enquanto isto, saudou "os eleitores que foram votar em Ferreira do Amaral pelo seu patriotismo e sentido cívico" e porque também "estão lá muitos democratas-cristãos que, apesar dos ataques que foram feitos ao partido lá estiveram como eu estive".

Não resistiu, evidentemente, em dizer o que já estava programado há muito: comparar os resultados de Cavaco Silva em 96 com os de Ferreira do Amaral agora. "Há cinco anos atrás, com o PS em estado de graça, Cavaco Silva teve 47 por cento. Cinco anos depois, quando os socialistas estão a cair em desgraça, o candidato do centro-direita não atingirá os 40 por cento". No entender de Portas, "houve um desencontro entre a história e os seus protagonistas": "Ninguém compreende que no momento mais fraco dos socialistas o resultado mais fraco venha do centro-direita". Evidentemente que lembrou os seus pergaminhos em ter proposto as candidaturas de Freitas do Amaral e Cavaco Silva... e do PSD ter apresentado a candidatura de Ferreira do Amaral três dias antes do Congresso do PP, o que levou o partido a avançar e a depois recuar com Basílio Horta. O resto da história, cujo final não é feliz, teve ontem o seu epílogo.

A.S.L.

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