EXPRESSO: País

12-02-2002
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Portas arrasa Monteiro

Na eleição de delegados, o líder leva esmagadora vantagem sobre o pretendente... como já se esperava

Jorge Simão Manuel Monteiro de regresso ao Caldas: exemplos passados permitem-lhe manter a esperança

SE os delegados ao XVIII congresso do CDS/PP, eleitos ontem e anteontem, se mantiverem fiéis aos candidatos com que partem conotados, Paulo Portas já reconquistou a liderança do partido com esmagadora vantagem sobre Manuel Monteiro. Mas o ex-líder dos populares relembra a sua experiência partidária para rejeitar a derrota anunciada:, disse Monteiro esta semana.

Os seus apoiantes - que, ainda assim, esperam conseguir eleger 35% dos delegados - reforçam que não podem ser feitas leituras tão imediatas, uma vez que não existem listas de candidatos a delegados afectos a um ou outro candidato, mas apenas candidaturas uninominais cuja ligação a este ou aquele pode não ser garantida. Uma tese que a direcção portista reconhece como válida.

De qualquer forma, na esmagadora maioria das concelhias apenas houve candidaturas únicas (ou seja, não havia mais candidatos do que o número de delegados). Quanto a resultados, e a título de exemplo, Portas ganhou no Porto 39 delegados, tendo Monteiro vencido na bem menos representativa concelhia de Castelo Branco.

António Pedro Ferreira Paulo Portas na Câmara de Lisboa: o presidente do CDS/PP volta a falar de aliança com o PSD

As AD de Portas e de Monteiro

Na moção que levará ao congresso - intitulada «Portugal quer mudar: unir para vencer» -, Paulo Portas propõe «uma clara maioria parlamentar do PSD e do CDS/PP» para fazer «reformas urgentes em áreas cruciais».

O presidente do CDS/PP aproveita também para fazer o mea culpa em relação ao passado recente e para salientar que «de todos os possíveis erros quanto à AD, o maior - e o único verdadeiramente importante - foi não a ter feito ainda; e a única forma de vencer e corrigir esse erro é fazer a AD».

«Uma coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS/PP tem inúmeras vantagens», reforça o texto, sublinhando, porém, que «a iniciativa para o efeito deve partir do maior partido, ou seja, do PSD». Mas, se a AD não se concretizar, «porque o PSD entenda não convergir no mesmo sentido», Portas assegura que o CDS/PP se «apresentará com listas próprias ao próximo acto eleitoral» e «manter-se-á disponível para celebrar um acordo político, designadamente, uma coligação pós-eleitoral com o PSD».

Já Manuel Monteiro, que desde cedo se apresentou como o candidato da AD, pretende introduzir reformas dentro e fora do partido. Na sua moção, intitulada «Por Portugal», Monteiro propõe uma «maioria nova» que seja «uma alternativa e que não se limite a querer ser uma alternância». Como condição para alcançar essa «maioria nova», Monteiro propõe «uma união de esforços feita por partidos e forças políticas do centro, da direita democrática e por pessoas das empresas, das universidades, das profissões liberais (...)» e aposta «numa Constituição diferente para um início de século também diferente».

No plano interno, Monteiro afirma a necessidade de o partido avançar com um processo de refiliação geral, considera que devem ser introduzidos limites aos mandatos dos titulares de todos os órgãos partidários e defende a análise rigorosa da viabilidade de algumas das sedes do CDS/PP, incluindo a sede nacional. O ex-líder defende ainda a convocação de uma convenção para discutir a «direita democrática» e a realização de um congresso para refazer o programa do CDS/PP e aprovar novos estatutos «curtos e simples».

Determinado a protagonizar «um saudável e mobilizador entendimento» com o PSD, o ex-líder do CDS/PP remata que «as opções de liderança e direcção para o partido não devem ser diferentes das opções que o partido queira apresentar para o país».

Ou seja, Manuel Monteiro continua a fazer ponto de honra de que só consigo, e não com Portas, o CDS/PP poderá chegar a um entendimento com o PSD, mas reorienta o seu discurso para a necessidade de o partido mudar de rumo, sob pena de ficar condenado a uma demasiado residual franja de eleitorado. O CDS/PP «caiu fundo em termos eleitorais e é preciso recuperá-lo para que seja desejado numa coligação eleitoral e num acordo de governo. O CDS/PP é necessário, mas para que essa necessidade lhe seja reconhecida é fundamental que recupere o fôlego de crescimento», argumenta.

Portas arrasa Monteiro

Na eleição de delegados, o líder leva esmagadora vantagem sobre o pretendente... como já se esperava

Jorge Simão Manuel Monteiro de regresso ao Caldas: exemplos passados permitem-lhe manter a esperança

SE os delegados ao XVIII congresso do CDS/PP, eleitos ontem e anteontem, se mantiverem fiéis aos candidatos com que partem conotados, Paulo Portas já reconquistou a liderança do partido com esmagadora vantagem sobre Manuel Monteiro. Mas o ex-líder dos populares relembra a sua experiência partidária para rejeitar a derrota anunciada:, disse Monteiro esta semana.

Os seus apoiantes - que, ainda assim, esperam conseguir eleger 35% dos delegados - reforçam que não podem ser feitas leituras tão imediatas, uma vez que não existem listas de candidatos a delegados afectos a um ou outro candidato, mas apenas candidaturas uninominais cuja ligação a este ou aquele pode não ser garantida. Uma tese que a direcção portista reconhece como válida.

De qualquer forma, na esmagadora maioria das concelhias apenas houve candidaturas únicas (ou seja, não havia mais candidatos do que o número de delegados). Quanto a resultados, e a título de exemplo, Portas ganhou no Porto 39 delegados, tendo Monteiro vencido na bem menos representativa concelhia de Castelo Branco.

António Pedro Ferreira Paulo Portas na Câmara de Lisboa: o presidente do CDS/PP volta a falar de aliança com o PSD

As AD de Portas e de Monteiro

Na moção que levará ao congresso - intitulada «Portugal quer mudar: unir para vencer» -, Paulo Portas propõe «uma clara maioria parlamentar do PSD e do CDS/PP» para fazer «reformas urgentes em áreas cruciais».

O presidente do CDS/PP aproveita também para fazer o mea culpa em relação ao passado recente e para salientar que «de todos os possíveis erros quanto à AD, o maior - e o único verdadeiramente importante - foi não a ter feito ainda; e a única forma de vencer e corrigir esse erro é fazer a AD».

«Uma coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS/PP tem inúmeras vantagens», reforça o texto, sublinhando, porém, que «a iniciativa para o efeito deve partir do maior partido, ou seja, do PSD». Mas, se a AD não se concretizar, «porque o PSD entenda não convergir no mesmo sentido», Portas assegura que o CDS/PP se «apresentará com listas próprias ao próximo acto eleitoral» e «manter-se-á disponível para celebrar um acordo político, designadamente, uma coligação pós-eleitoral com o PSD».

Já Manuel Monteiro, que desde cedo se apresentou como o candidato da AD, pretende introduzir reformas dentro e fora do partido. Na sua moção, intitulada «Por Portugal», Monteiro propõe uma «maioria nova» que seja «uma alternativa e que não se limite a querer ser uma alternância». Como condição para alcançar essa «maioria nova», Monteiro propõe «uma união de esforços feita por partidos e forças políticas do centro, da direita democrática e por pessoas das empresas, das universidades, das profissões liberais (...)» e aposta «numa Constituição diferente para um início de século também diferente».

No plano interno, Monteiro afirma a necessidade de o partido avançar com um processo de refiliação geral, considera que devem ser introduzidos limites aos mandatos dos titulares de todos os órgãos partidários e defende a análise rigorosa da viabilidade de algumas das sedes do CDS/PP, incluindo a sede nacional. O ex-líder defende ainda a convocação de uma convenção para discutir a «direita democrática» e a realização de um congresso para refazer o programa do CDS/PP e aprovar novos estatutos «curtos e simples».

Determinado a protagonizar «um saudável e mobilizador entendimento» com o PSD, o ex-líder do CDS/PP remata que «as opções de liderança e direcção para o partido não devem ser diferentes das opções que o partido queira apresentar para o país».

Ou seja, Manuel Monteiro continua a fazer ponto de honra de que só consigo, e não com Portas, o CDS/PP poderá chegar a um entendimento com o PSD, mas reorienta o seu discurso para a necessidade de o partido mudar de rumo, sob pena de ficar condenado a uma demasiado residual franja de eleitorado. O CDS/PP «caiu fundo em termos eleitorais e é preciso recuperá-lo para que seja desejado numa coligação eleitoral e num acordo de governo. O CDS/PP é necessário, mas para que essa necessidade lhe seja reconhecida é fundamental que recupere o fôlego de crescimento», argumenta.

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