Santana Lopes não privilegiará Portas na Câmara de Lisboa

30-12-2001
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Santana Lopes Não Privilegiará Portas na Câmara de Lisboa

Sexta-feira, 21 de Dezembro de 2001

Pedro Santana Lopes não vai privilegiar qualquer vereador na Câmara de Lisboa. O recém-eleito presidente da autarquia pretende governar com todas as forças políticas e rejeitou, anteontem à noite, à entrada para o Conselho Nacional do PSD, a disponibilidade de Paulo Portas para um acordo de governação na Câmara de Lisboa. "Sempre o ouvi dizer que o PSD e o PS eram iguais, um laranja e o outro rosa", disse aos jornalistas, explicando que quer levar a efeito na autarquia um modelo de governação inovador.

"Não sou preconceituoso", assegurou Santana Lopes, acrescentando: "Não vivo num mundo onde só existe uma possibilidade de coligações. Estamos há muito tempo fechados sobre as mesmas hipóteses de alianças."

Santana afirmou ainda que "se o dr. Paulo Portas sonhasse que ia haver eleições antecipadas agora, de certeza que tinha feito um acordo para Lisboa". "São erros de cálculo que se pagam caro", acrescentou.

Nos últimos dias de campanha eleitoral, Santana já tinha avisado que, se ganhasse, não tencionava fazer nenhum acordo permanente com Portas. E enumerou, nessa altura, as áreas que o aproximam do CDS-PP, segurança e solidariedade social, e as em que preferiria trabalhar com Miguel Portas, do Bloco de Esquerda: planeamento urbanístico e reabilitação de bairros históricos.

Entre os sociais-democratas, a aposta é fazer a ponte com o PCP para isolar ainda mais Portas. Acreditam que o PCP vai querer distanciar-se do PS e que por isso devem estar receptivos a alguma aproximação de Santana, seja na negociação de pelouros, seja a negociar medida a medida. Segundo uma fonte do PCP, este partido não tem por princípio obrigatório recusar pelouros: a situação é analisada em cada autarquia e cabe à direcção concelhia a decisão final. Na Amadora, por exemplo, há quatro anos quando passou para a oposição, o PCP aceitou pelouros, embora mais tarde os vereadores tenham vindo a desentender-se.

No CDS-PP, já se dá como certo que, pelo menos nos primeiros seis meses, Santana irá fazer o possível por ignorar Paulo Portas. Mas o líder do partido não se cansa de repetir que ficará no lugar de vereador para o qual for eleito. Anteontem à noite, defendeu que a Câmara de Lisboa só é governável consigo, mostrando mais uma vez a sua disponibilidade para fazer parte dessa governação.

H.P./E.L.

Santana Lopes Não Privilegiará Portas na Câmara de Lisboa

Sexta-feira, 21 de Dezembro de 2001

Pedro Santana Lopes não vai privilegiar qualquer vereador na Câmara de Lisboa. O recém-eleito presidente da autarquia pretende governar com todas as forças políticas e rejeitou, anteontem à noite, à entrada para o Conselho Nacional do PSD, a disponibilidade de Paulo Portas para um acordo de governação na Câmara de Lisboa. "Sempre o ouvi dizer que o PSD e o PS eram iguais, um laranja e o outro rosa", disse aos jornalistas, explicando que quer levar a efeito na autarquia um modelo de governação inovador.

"Não sou preconceituoso", assegurou Santana Lopes, acrescentando: "Não vivo num mundo onde só existe uma possibilidade de coligações. Estamos há muito tempo fechados sobre as mesmas hipóteses de alianças."

Santana afirmou ainda que "se o dr. Paulo Portas sonhasse que ia haver eleições antecipadas agora, de certeza que tinha feito um acordo para Lisboa". "São erros de cálculo que se pagam caro", acrescentou.

Nos últimos dias de campanha eleitoral, Santana já tinha avisado que, se ganhasse, não tencionava fazer nenhum acordo permanente com Portas. E enumerou, nessa altura, as áreas que o aproximam do CDS-PP, segurança e solidariedade social, e as em que preferiria trabalhar com Miguel Portas, do Bloco de Esquerda: planeamento urbanístico e reabilitação de bairros históricos.

Entre os sociais-democratas, a aposta é fazer a ponte com o PCP para isolar ainda mais Portas. Acreditam que o PCP vai querer distanciar-se do PS e que por isso devem estar receptivos a alguma aproximação de Santana, seja na negociação de pelouros, seja a negociar medida a medida. Segundo uma fonte do PCP, este partido não tem por princípio obrigatório recusar pelouros: a situação é analisada em cada autarquia e cabe à direcção concelhia a decisão final. Na Amadora, por exemplo, há quatro anos quando passou para a oposição, o PCP aceitou pelouros, embora mais tarde os vereadores tenham vindo a desentender-se.

No CDS-PP, já se dá como certo que, pelo menos nos primeiros seis meses, Santana irá fazer o possível por ignorar Paulo Portas. Mas o líder do partido não se cansa de repetir que ficará no lugar de vereador para o qual for eleito. Anteontem à noite, defendeu que a Câmara de Lisboa só é governável consigo, mostrando mais uma vez a sua disponibilidade para fazer parte dessa governação.

H.P./E.L.

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