Medidas Sobre Gravidez na Adolescência Chumbadas
Quinta-feira, 15 de Março de 2001
PS não vai apresentar alternativa ao projecto do PSD que previa apoio social e escolar
O PS não vai apresentar qualquer proposta sobre prevenção e apoio para a gravidez na adolescência, embora considera que o assunto é meritório. Na semana passada, os socialistas chumbaram na especialidade o projecto de lei do PSD que pretendia criar centros de atendimento e medidas de apoio social e escolar para as adolescentes grávidas.
"Quem recusa tem a obrigação ética e política de se justificar depois de ter viabilizado na especialidade", exige Nuno Freitas, o autor do projecto social-democrata. E o PS justificou-se numa declaração de voto no qual se lê que "as preocupações expressas no projecto-lei do PSD sobre a gravidez na adolescência merece discussão, mas noutra altura e noutras circunstâncias". Contudo, não está prevista a apresentação de quaisquer propostas socialistas neste campo.
Para o PS, como alega o seu deputado Paulo Pisco, o que neste momento estava em causa era a contracepção de emergência e não a gravidez na adolescência, pelo que não fazia sentido misturar as coisas. Pisco acrescenta que o PS ainda manifestou abertura para que o PSD reformulasse o seu projecto para posterior discussão, mas os sociais-democratas consideram que tais argumentos não fazem sentido porque os projectos até foram discutidos juntos na generalidade e todos eles aprovados.
Na especialidade, o PS chumbou todos os artigos do projecto social-democrata, enquanto o PCP se absteve em alguns pontos. "Eram coisas perfeitamente justas e até deviam ser desenvolvidas. Embora houvesse questões a considerar devia ter merecido mesmo da parte dos proponentes outra abertura", disse ao PÚBLICO o comunista Bernardino Soares.
Já Helena Neves, do BE, questiona quais são de facto as preocupações do PSD com a gravidez na adolescência quando este partido até propôs que a pílula do dia seguinte não pudesse ser disponibilizada a menores de 18 anos.
Portugal é o segundo país da União Europeia com maior taxa de gravidez na adolescência, a seguir à Inglaterra.
E.L.
Categorias
Entidades
Medidas Sobre Gravidez na Adolescência Chumbadas
Quinta-feira, 15 de Março de 2001
PS não vai apresentar alternativa ao projecto do PSD que previa apoio social e escolar
O PS não vai apresentar qualquer proposta sobre prevenção e apoio para a gravidez na adolescência, embora considera que o assunto é meritório. Na semana passada, os socialistas chumbaram na especialidade o projecto de lei do PSD que pretendia criar centros de atendimento e medidas de apoio social e escolar para as adolescentes grávidas.
"Quem recusa tem a obrigação ética e política de se justificar depois de ter viabilizado na especialidade", exige Nuno Freitas, o autor do projecto social-democrata. E o PS justificou-se numa declaração de voto no qual se lê que "as preocupações expressas no projecto-lei do PSD sobre a gravidez na adolescência merece discussão, mas noutra altura e noutras circunstâncias". Contudo, não está prevista a apresentação de quaisquer propostas socialistas neste campo.
Para o PS, como alega o seu deputado Paulo Pisco, o que neste momento estava em causa era a contracepção de emergência e não a gravidez na adolescência, pelo que não fazia sentido misturar as coisas. Pisco acrescenta que o PS ainda manifestou abertura para que o PSD reformulasse o seu projecto para posterior discussão, mas os sociais-democratas consideram que tais argumentos não fazem sentido porque os projectos até foram discutidos juntos na generalidade e todos eles aprovados.
Na especialidade, o PS chumbou todos os artigos do projecto social-democrata, enquanto o PCP se absteve em alguns pontos. "Eram coisas perfeitamente justas e até deviam ser desenvolvidas. Embora houvesse questões a considerar devia ter merecido mesmo da parte dos proponentes outra abertura", disse ao PÚBLICO o comunista Bernardino Soares.
Já Helena Neves, do BE, questiona quais são de facto as preocupações do PSD com a gravidez na adolescência quando este partido até propôs que a pílula do dia seguinte não pudesse ser disponibilizada a menores de 18 anos.
Portugal é o segundo país da União Europeia com maior taxa de gravidez na adolescência, a seguir à Inglaterra.
E.L.