Leonor Beleza está disponível para a Câmara de Coimbra

15-07-2001
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Leonor Beleza Está Disponível para a Câmara de Coimbra

Por GRAÇA BARBOSA RIBEIRO

Quarta-feira, 16 de Maio de 2001

O líder distrital do PSD colocou a decisão nas mãos da concelhia - avançar com Jaime Ramos ou aguardar que Leonor Beleza resolva "alguns problemas"?

O presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra do PSD, Paulo Pereira Coelho, voltou a lançar a confusão no seio do partido ao revelar, pela primeira vez e perante cerca de quatro dezenas de pessoas, que a ex-ministra da Saúde Leonor Beleza pode vir a ser candidata à Câmara de Coimbra, desde que o partido saiba esperar (pela evolução do processo relacionado com o chamado caso dos hemofílicos) e a concelhia a apoie.

O anúncio da disponibilidade da ex-ministra - que já foi revelada e desmentida várias vezes na comunicação social, mas nunca confirmada pelo partido ou pela própria - , na noite de anteontem, funcionou como um trunfo no braço-de-ferro que Pereira Coelho tem vindo a manter com a concelhia, que aprovou já o nome de Jaime Ramos e ameaçou demitir-se caso este seja vetado.

Perante membros da concelhia, da distrital e outras personalidades sociais-democratas não ligadas a qualquer estrutura, Pereira Coelho garantiu que o dirigente da concelhia, Maló de Abreu, não só tem estado a par de todo o processo como se deslocou a Lisboa para participar numa reunião com Leonor Beleza, o que o próprio negou sempre, até à noite de anteontem. E, numa intervenção de quase duas horas, colocou nas mãos da concelhia a escolha entre Jaime Ramos, ex-governador civil de Coimbra, e Leonor Beleza, uma candidata "ganhadora" que, salientou, garantiria meios financeiros e uma campanha forte e "seguramente mediática", graças à presença de ex-líderes como Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, para além do próprio Durão Barroso e outras personalidades com peso no partido.

Pereira Coelho terá ainda argumentado que, para quem já esperou tanto tempo, não fará diferença, face ao peso da personalidade, aguardar que Leonor Beleza resolva "alguns problemas" relacionados com o chamado caso dos hemofílicos.

Os membros da concelhia, que até agora fugiam a tomar posição alegando que a disponibilidade de Beleza não passava de boato, tinham marcada para a noite de ontem duas reuniões - uma da comissão política e outra do respectivo Conselho de Opinião. Tanto quanto o PÚBLICO apurou, era provável que viessem a insistir no nome de Jaime Ramos, remetendo para as comissões políticas distrital e nacional a responsabilidade de vetar ou não aquele nome e de eventualmente o substituir pelo de Leonor Beleza. Pelo menos, era isto que o dirigente Maló de Abreu defendia num documento que tencionava levar à reunião e no qual sublinhava que respeitaria a decisão que viesse a ser tomada.

Sendo cetro que Jaime Ramos se encontra já muito fragilizado por esta polémica, havia, no entanto, membros da concelhia que se preocupavam com o resultado, a longo prazo, deste pingue-pongue de responsabilidades. Ou seja, que temiam terem de vir a assumir sozinhos o ónus de uma derrota, no dia das eleições autárquicas. Até porque Pereira Coelho deixou claro que, se for caso disso, as comissões políticas distrital e nacional limitar-se-ão a "solidarizar-se" com a escolha de Jaime Ramos, o que é diferente de apoiá-la.

Leonor Beleza Está Disponível para a Câmara de Coimbra

Por GRAÇA BARBOSA RIBEIRO

Quarta-feira, 16 de Maio de 2001

O líder distrital do PSD colocou a decisão nas mãos da concelhia - avançar com Jaime Ramos ou aguardar que Leonor Beleza resolva "alguns problemas"?

O presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra do PSD, Paulo Pereira Coelho, voltou a lançar a confusão no seio do partido ao revelar, pela primeira vez e perante cerca de quatro dezenas de pessoas, que a ex-ministra da Saúde Leonor Beleza pode vir a ser candidata à Câmara de Coimbra, desde que o partido saiba esperar (pela evolução do processo relacionado com o chamado caso dos hemofílicos) e a concelhia a apoie.

O anúncio da disponibilidade da ex-ministra - que já foi revelada e desmentida várias vezes na comunicação social, mas nunca confirmada pelo partido ou pela própria - , na noite de anteontem, funcionou como um trunfo no braço-de-ferro que Pereira Coelho tem vindo a manter com a concelhia, que aprovou já o nome de Jaime Ramos e ameaçou demitir-se caso este seja vetado.

Perante membros da concelhia, da distrital e outras personalidades sociais-democratas não ligadas a qualquer estrutura, Pereira Coelho garantiu que o dirigente da concelhia, Maló de Abreu, não só tem estado a par de todo o processo como se deslocou a Lisboa para participar numa reunião com Leonor Beleza, o que o próprio negou sempre, até à noite de anteontem. E, numa intervenção de quase duas horas, colocou nas mãos da concelhia a escolha entre Jaime Ramos, ex-governador civil de Coimbra, e Leonor Beleza, uma candidata "ganhadora" que, salientou, garantiria meios financeiros e uma campanha forte e "seguramente mediática", graças à presença de ex-líderes como Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, para além do próprio Durão Barroso e outras personalidades com peso no partido.

Pereira Coelho terá ainda argumentado que, para quem já esperou tanto tempo, não fará diferença, face ao peso da personalidade, aguardar que Leonor Beleza resolva "alguns problemas" relacionados com o chamado caso dos hemofílicos.

Os membros da concelhia, que até agora fugiam a tomar posição alegando que a disponibilidade de Beleza não passava de boato, tinham marcada para a noite de ontem duas reuniões - uma da comissão política e outra do respectivo Conselho de Opinião. Tanto quanto o PÚBLICO apurou, era provável que viessem a insistir no nome de Jaime Ramos, remetendo para as comissões políticas distrital e nacional a responsabilidade de vetar ou não aquele nome e de eventualmente o substituir pelo de Leonor Beleza. Pelo menos, era isto que o dirigente Maló de Abreu defendia num documento que tencionava levar à reunião e no qual sublinhava que respeitaria a decisão que viesse a ser tomada.

Sendo cetro que Jaime Ramos se encontra já muito fragilizado por esta polémica, havia, no entanto, membros da concelhia que se preocupavam com o resultado, a longo prazo, deste pingue-pongue de responsabilidades. Ou seja, que temiam terem de vir a assumir sozinhos o ónus de uma derrota, no dia das eleições autárquicas. Até porque Pereira Coelho deixou claro que, se for caso disso, as comissões políticas distrital e nacional limitar-se-ão a "solidarizar-se" com a escolha de Jaime Ramos, o que é diferente de apoiá-la.

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