As preocupações das multinacionais

06-12-2001
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As Preocupações das Multinacionais

Por J.R.A.

Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2001

As preocupações dos investidores estrangeiros, como as multinacionais, face à realidade laboral nacional são de três tipos. Os despedimentos são difíceis, o absentismo é elevado e os horários são pouco adaptados aos picos de produção. Esta é a síntese feita pelo próprio ministro do Trabalho e da Solidariedade, Paulo Pedroso, sobre o pensamento dos responsáveis dessas empresas.

Não há um caderno reivindicativo, frisa o ministro. Mas são "preocupações" sentidas e que, no entender de Paulo Pedroso, podem fazer a diferença entre Portugal ser ou não ser atractivo ao investimento estrangeiro. Mas as opiniões oficiais não são necessariamente coincidentes.

Quanto ao absentismo, o Governo tem adoptado um conjunto de medidas para o reduzir. O combate às baixas fraudulentas tem sido anunciado como um sucesso da política seguida desde o tempo em que Eduardo Ferro Rodrigues era ministro do Trabalho.

No tocante aos despedimentos. não parece haver acordo. O ministro do Trabalho tem frisado que a actual lei dos despedimentos é "razoável" e que não faz tensões de a modificar. O mesmo não se passa quanto aos horários de trabalho.

Paulo Pedroso considera que haverá necessidade de algumas alterações na legislação, das quais beneficiarão os sectores mais tradicionais nacionais, como o de têxtil e vestuário, além dos sectores mais participados por multinacionais, como o sector automóvel. As actuais regras encarecem demasiado a produção e podem prejudicar a comparação com outras zonas do globo. O ministro sustenta que é possível proceder a mudanças na legislação que adequem o horário ao ciclo de produção, mas - claro está, sublinha - com as devidas compensações em termos de tempo de lazer ou de redução do tempo de trabalho.

O assunto deverá ser objecto de análise com vista à apresentação de projectos para apreciação na concertação social. O ano de 2002 deverá ser palco de discussões vivas sobre essas matérias, pois a Confederação-Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) já fez saber ao ministro que alterações à organização do tempo de trabalho podem desencadear uma forte contestação laboral.

J.R.A.

As Preocupações das Multinacionais

Por J.R.A.

Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2001

As preocupações dos investidores estrangeiros, como as multinacionais, face à realidade laboral nacional são de três tipos. Os despedimentos são difíceis, o absentismo é elevado e os horários são pouco adaptados aos picos de produção. Esta é a síntese feita pelo próprio ministro do Trabalho e da Solidariedade, Paulo Pedroso, sobre o pensamento dos responsáveis dessas empresas.

Não há um caderno reivindicativo, frisa o ministro. Mas são "preocupações" sentidas e que, no entender de Paulo Pedroso, podem fazer a diferença entre Portugal ser ou não ser atractivo ao investimento estrangeiro. Mas as opiniões oficiais não são necessariamente coincidentes.

Quanto ao absentismo, o Governo tem adoptado um conjunto de medidas para o reduzir. O combate às baixas fraudulentas tem sido anunciado como um sucesso da política seguida desde o tempo em que Eduardo Ferro Rodrigues era ministro do Trabalho.

No tocante aos despedimentos. não parece haver acordo. O ministro do Trabalho tem frisado que a actual lei dos despedimentos é "razoável" e que não faz tensões de a modificar. O mesmo não se passa quanto aos horários de trabalho.

Paulo Pedroso considera que haverá necessidade de algumas alterações na legislação, das quais beneficiarão os sectores mais tradicionais nacionais, como o de têxtil e vestuário, além dos sectores mais participados por multinacionais, como o sector automóvel. As actuais regras encarecem demasiado a produção e podem prejudicar a comparação com outras zonas do globo. O ministro sustenta que é possível proceder a mudanças na legislação que adequem o horário ao ciclo de produção, mas - claro está, sublinha - com as devidas compensações em termos de tempo de lazer ou de redução do tempo de trabalho.

O assunto deverá ser objecto de análise com vista à apresentação de projectos para apreciação na concertação social. O ano de 2002 deverá ser palco de discussões vivas sobre essas matérias, pois a Confederação-Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) já fez saber ao ministro que alterações à organização do tempo de trabalho podem desencadear uma forte contestação laboral.

J.R.A.

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