Viagem ao centro da terra

20-02-2002
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Viagem da Minha Vida

Viagem ao Centro da Terra

Sábado, 1 de Dezembro de 2001

Um sorriso, aquele brilho no olhar e a toda a expressividade possível reunida nos gestos que devolvem à memória os momentos inesquecíveis - não pode ser mais preciso o retrato de uma experiência única, mesmo quando foi vivida há muitas páginas no calendário. Como a viagem da vida do ministro do Trabalho e da Solidariedade, Paulo Pedroso. Ao Equador, por centenas de quilómetros percorridos entre a serra e o mar. Onde, segundo contou a patrícia Coelho Moreira, viu baleias, dormiu em redes, e conquistou uma família. Há cinco anos, como se tivesse sido ontem.

"Não foi a viagem, foram as férias da minha vida!" exclama Paulo Pedroso quando recorda a ida ao Equador. Já lá vão cinco anos, que passou duas semanas no país que divide o Mundo, mas as memórias - que admite marcantes e inesquecíveis - são recordadas com a lucidez e o entusiasmo da actualidade. "Atravessei o Equador de carro, da serra à costa, o que me permitiu a oportunidade de apreciar a mudança da vegetação e de constatar que dentro de um país há algo que é tão diverso e tão diferente da nossa realidade, o que me marcou bastante", conta.

"Éramos quatro pessoas, duas portuguesas e duas equatorianas, o que tornou a experiência muito mais humana", salienta o ministro, recordando o povo que considera detentor de "um calor humano único", ainda que em diferentes meios, origens e contextos. Das paisagens em altitude, pelas plantações de café, até à costa, o filme "Equador" tem paragem obrigatória no encontro com a população índia. "Foi uma experiência fortíssima. A maior parte das pessoas não sabe que o artesanato vendido pelos equatorianos na Europa é quase todo oriundo da mesma aldeia, Otavalo, onde existe um mercado em que podemos encontrar os produtos que vemos nas nossas ruas", resume.

O ministro do Trabalho não tem dúvidas: "As aldeias são um mundo à parte, os índios têm um modo de vida separado, e as tipicidades são procuradas por turistas de todo o mundo". Impressionado com os contextos sociais que apreciou fora dos centros urbanos, Paulo Pedroso esclarece, no entanto, que as diversidades sociais equatorianas se caracterizam por uma convivência saudável e integrada. Já as cidades, por outro lado, espelham contextos "do que há de pior em alguns países da América Latina", considera.

Peregrinação de baleias

Do pior para o melhor, Pedroso não esquece a primeira vez que viu baleias. "Fiquei muito impressionado com a costa do Pacífico, e foi a primeira vez que vi baleias - o que tentei várias vezes nos Açores, mas sem sucesso devido ao mau tempo - de uma traineirazinha de pescadores que pura e simplesmente parava o motor e ficava a deixar passar as baleias na sua peregrinação... ", relata, garantindo mesmo que "é inesquecível a primeira vez que se vê uma baleia a emergir ou a mergulhar, é uma experiência visual que fica para sempre!"

No país que tinha curiosidade em conhecer, com as suas tradições fortíssimas, a costa pacífica, a diversidade da altitude à praia, a companhia dos amigos nativos... A viagem de Paulo Pedroso ao Equador só poderia mesmo revelar-se num "momento muito especial", como o próprio assinala quando é chamado a falar sobre "as férias" da sua vida! Quando sentiu um "calor humano único" e onde entrou em determinados sítios "como se fosse de casa", o ministro do Trabalho reconhece a inequívoca "marca ibérica" da hospitalidade local. "Nota-se em muitas coisas, nomeadamente numa enorme abertura ao estrangeiro", sustenta.

Grandes cidades muito desordenadas, entre o império do betão, a falta de planeamento urbanístico e o choque da convivência entre as urbanizações luxo e os bairros degradados, foram algumas das marcas perturbadoras que o viajante registou no Equador. "A capital, Quito é bastante poluída", comenta Paulo Pedroso a propósito do meio em que sentiu o peso da "desigualdade" e o seu reflexo "no quotidiano das pessoas e na própria organização do espaço".

Já um entusiástico "excelente!" merece a gastronomia do país que divide o Mundo. "A gastronomia é a prova do sincretismo", defende ao recordar as receitas em que encontrou "vários elementos que parecem ser muito autóctones, nomeadamente o uso da fruta, não como sobremesa, mas como ingrediente integrante do prato". Isto para não falar "na quantidade e a variedade de sucos que as pessoas bebem por tudo e por nada e que são oferecidos cumprindo uma função social equivalente à do chá e do café", acrescenta. Convidado a experimentar as delícias dos sabores tropicais, este português de passagem pelo Equador assinala "uma grande diversidade gastronómica entre a costa e a serra". Junto ao mar, Pedroso recorda "o marisco e os pratos frios".

Pela estrada fora

De automóvel a galgar estradas pelo Equador fora, o actual governante confessa ter passado pelas mais interessantes situações, e conta que a hotelaria foi um dos episódios mais singulares. "De casas de pessoas conhecidas às pensões de menor conforto, até um hotel inesquecível, num aldeamento ecológico nas dunas do Pacífico, onde havia cabanas construídas sobre estacas, e em que tudo, mas tudo, funcionava segundo o princípio da reciclagem". "Passei por tudo, como casas com aranhas gigantes, dormi várias vezes em redes, e conheci este paraíso alternativo!"

De resto, "inesquecível" é o denominador comum apontado pelo próprio ministro a todas as experiências vividas nas férias de sua vida. Por isso, em cinco anos ainda não regressou ao Equador, apenas porque não voltou a ter um período tão longo de tempo livre. "As viagens para fora da Europa exigem tempo. Se queremos apreciar algo diferente não vamos passar 20 horas fechados dentro de um avião, três dias a apanhar sol e voltar para casa", justifica. Pelos amigos, pelo país, pelo que ficou por ver, Paulo Pedroso não tem qualquer dúvida quando pensa em revisitar o Equador, até porque tem "uma família do lado de lá..."

Viagem da Minha Vida

Viagem ao Centro da Terra

Sábado, 1 de Dezembro de 2001

Um sorriso, aquele brilho no olhar e a toda a expressividade possível reunida nos gestos que devolvem à memória os momentos inesquecíveis - não pode ser mais preciso o retrato de uma experiência única, mesmo quando foi vivida há muitas páginas no calendário. Como a viagem da vida do ministro do Trabalho e da Solidariedade, Paulo Pedroso. Ao Equador, por centenas de quilómetros percorridos entre a serra e o mar. Onde, segundo contou a patrícia Coelho Moreira, viu baleias, dormiu em redes, e conquistou uma família. Há cinco anos, como se tivesse sido ontem.

"Não foi a viagem, foram as férias da minha vida!" exclama Paulo Pedroso quando recorda a ida ao Equador. Já lá vão cinco anos, que passou duas semanas no país que divide o Mundo, mas as memórias - que admite marcantes e inesquecíveis - são recordadas com a lucidez e o entusiasmo da actualidade. "Atravessei o Equador de carro, da serra à costa, o que me permitiu a oportunidade de apreciar a mudança da vegetação e de constatar que dentro de um país há algo que é tão diverso e tão diferente da nossa realidade, o que me marcou bastante", conta.

"Éramos quatro pessoas, duas portuguesas e duas equatorianas, o que tornou a experiência muito mais humana", salienta o ministro, recordando o povo que considera detentor de "um calor humano único", ainda que em diferentes meios, origens e contextos. Das paisagens em altitude, pelas plantações de café, até à costa, o filme "Equador" tem paragem obrigatória no encontro com a população índia. "Foi uma experiência fortíssima. A maior parte das pessoas não sabe que o artesanato vendido pelos equatorianos na Europa é quase todo oriundo da mesma aldeia, Otavalo, onde existe um mercado em que podemos encontrar os produtos que vemos nas nossas ruas", resume.

O ministro do Trabalho não tem dúvidas: "As aldeias são um mundo à parte, os índios têm um modo de vida separado, e as tipicidades são procuradas por turistas de todo o mundo". Impressionado com os contextos sociais que apreciou fora dos centros urbanos, Paulo Pedroso esclarece, no entanto, que as diversidades sociais equatorianas se caracterizam por uma convivência saudável e integrada. Já as cidades, por outro lado, espelham contextos "do que há de pior em alguns países da América Latina", considera.

Peregrinação de baleias

Do pior para o melhor, Pedroso não esquece a primeira vez que viu baleias. "Fiquei muito impressionado com a costa do Pacífico, e foi a primeira vez que vi baleias - o que tentei várias vezes nos Açores, mas sem sucesso devido ao mau tempo - de uma traineirazinha de pescadores que pura e simplesmente parava o motor e ficava a deixar passar as baleias na sua peregrinação... ", relata, garantindo mesmo que "é inesquecível a primeira vez que se vê uma baleia a emergir ou a mergulhar, é uma experiência visual que fica para sempre!"

No país que tinha curiosidade em conhecer, com as suas tradições fortíssimas, a costa pacífica, a diversidade da altitude à praia, a companhia dos amigos nativos... A viagem de Paulo Pedroso ao Equador só poderia mesmo revelar-se num "momento muito especial", como o próprio assinala quando é chamado a falar sobre "as férias" da sua vida! Quando sentiu um "calor humano único" e onde entrou em determinados sítios "como se fosse de casa", o ministro do Trabalho reconhece a inequívoca "marca ibérica" da hospitalidade local. "Nota-se em muitas coisas, nomeadamente numa enorme abertura ao estrangeiro", sustenta.

Grandes cidades muito desordenadas, entre o império do betão, a falta de planeamento urbanístico e o choque da convivência entre as urbanizações luxo e os bairros degradados, foram algumas das marcas perturbadoras que o viajante registou no Equador. "A capital, Quito é bastante poluída", comenta Paulo Pedroso a propósito do meio em que sentiu o peso da "desigualdade" e o seu reflexo "no quotidiano das pessoas e na própria organização do espaço".

Já um entusiástico "excelente!" merece a gastronomia do país que divide o Mundo. "A gastronomia é a prova do sincretismo", defende ao recordar as receitas em que encontrou "vários elementos que parecem ser muito autóctones, nomeadamente o uso da fruta, não como sobremesa, mas como ingrediente integrante do prato". Isto para não falar "na quantidade e a variedade de sucos que as pessoas bebem por tudo e por nada e que são oferecidos cumprindo uma função social equivalente à do chá e do café", acrescenta. Convidado a experimentar as delícias dos sabores tropicais, este português de passagem pelo Equador assinala "uma grande diversidade gastronómica entre a costa e a serra". Junto ao mar, Pedroso recorda "o marisco e os pratos frios".

Pela estrada fora

De automóvel a galgar estradas pelo Equador fora, o actual governante confessa ter passado pelas mais interessantes situações, e conta que a hotelaria foi um dos episódios mais singulares. "De casas de pessoas conhecidas às pensões de menor conforto, até um hotel inesquecível, num aldeamento ecológico nas dunas do Pacífico, onde havia cabanas construídas sobre estacas, e em que tudo, mas tudo, funcionava segundo o princípio da reciclagem". "Passei por tudo, como casas com aranhas gigantes, dormi várias vezes em redes, e conheci este paraíso alternativo!"

De resto, "inesquecível" é o denominador comum apontado pelo próprio ministro a todas as experiências vividas nas férias de sua vida. Por isso, em cinco anos ainda não regressou ao Equador, apenas porque não voltou a ter um período tão longo de tempo livre. "As viagens para fora da Europa exigem tempo. Se queremos apreciar algo diferente não vamos passar 20 horas fechados dentro de um avião, três dias a apanhar sol e voltar para casa", justifica. Pelos amigos, pelo país, pelo que ficou por ver, Paulo Pedroso não tem qualquer dúvida quando pensa em revisitar o Equador, até porque tem "uma família do lado de lá..."

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