EXPRESSO: Artigo

16-11-2001
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PSD diz-se vítima de retaliação política

DURÃO Barroso invoca o facto de já se saber «que este Orçamento do Estado era uma farsa negociada pelo Governo com um deputado avulso», para justificar a decisão do seu partido de não fazer substituir o deputado Duarte Lima que, por motivos de saúde, faltou ontem à votação. O Orçamento do Estado acabou por ser viabilizado na Assembleia da República (AR) com 115 deputados a favor, 113 contra e uma abstenção (de Daniel Campelo).

O facto foi de imediato criticado pelo primeiro-ministro, que acusou o PSD de ter sido a primeira vítima da quebra do consenso em torno das votações parlamentares. E Daniel Campelo disse que os sociais-democratas deram, afinal, um «golpe de teatro»: «Pelos vistos, quem viabilizou o orçamento foi o PSD. Eu apenas me abstive».

Em declarações ao EXPRESSO, o líder do PSD devolve as acusações e desvaloriza o sucedido. Na sua opinião, tudo não passou de «uma peripécia», com a qual «o primeiro-ministro pretende esconder ao país o modo censurável como fez passar o OE». E lembra que «os votos do PSD não poderiam nunca inviabilizar» a aprovação.

Além disso, o líder do PSD diz que o seu partido está a ser vítima de «uma autêntica retaliação política» - referindo-se aos outros incidentes registados com deputados do seu partido, na votação das Grandes Opções do Plano (GOP), efectuada antes da votação do OE. Na votação das GOP, o presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, não aceitou o voto de três deputados do PSD: o de Maria do Céu Ramos, que está grávida, teve de se ausentar momentaneamente, e de outros dois, Carlos Martins e Patinha Antão, que não estavam sentados no seu lugar e colocaram-se de pé, na última fila. Apesar de ter feito uma segunda contagem dos votos, a pedido do PSD, Almeida Santos voltou a não incluir os três deputados - uma decisão cuja legalidade foi já contestada pelos visados.

«O presidente da AR não quis aceitar como válidos votos de deputados que estavam na sala, a alguns metros das suas cadeiras, quando ainda há dias, na Lei de Programação Militar, aceitou o voto de deputados que estavam a quilómetros da AR», afirma Durão Barroso. O presidente dos sociais-democratas desafia mesmo Almeida Santos: «Se os deputados fossem do PS, alguém pensa que o presidente da AR teria tomado a mesma atitude?»

Para Durão Barroso o que se passou só prova a justeza da posição do seu partido em apressar «a reforma do Regimento do Parlamento», que tem contado com a «obstrução do PS».

PSD diz-se vítima de retaliação política

DURÃO Barroso invoca o facto de já se saber «que este Orçamento do Estado era uma farsa negociada pelo Governo com um deputado avulso», para justificar a decisão do seu partido de não fazer substituir o deputado Duarte Lima que, por motivos de saúde, faltou ontem à votação. O Orçamento do Estado acabou por ser viabilizado na Assembleia da República (AR) com 115 deputados a favor, 113 contra e uma abstenção (de Daniel Campelo).

O facto foi de imediato criticado pelo primeiro-ministro, que acusou o PSD de ter sido a primeira vítima da quebra do consenso em torno das votações parlamentares. E Daniel Campelo disse que os sociais-democratas deram, afinal, um «golpe de teatro»: «Pelos vistos, quem viabilizou o orçamento foi o PSD. Eu apenas me abstive».

Em declarações ao EXPRESSO, o líder do PSD devolve as acusações e desvaloriza o sucedido. Na sua opinião, tudo não passou de «uma peripécia», com a qual «o primeiro-ministro pretende esconder ao país o modo censurável como fez passar o OE». E lembra que «os votos do PSD não poderiam nunca inviabilizar» a aprovação.

Além disso, o líder do PSD diz que o seu partido está a ser vítima de «uma autêntica retaliação política» - referindo-se aos outros incidentes registados com deputados do seu partido, na votação das Grandes Opções do Plano (GOP), efectuada antes da votação do OE. Na votação das GOP, o presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, não aceitou o voto de três deputados do PSD: o de Maria do Céu Ramos, que está grávida, teve de se ausentar momentaneamente, e de outros dois, Carlos Martins e Patinha Antão, que não estavam sentados no seu lugar e colocaram-se de pé, na última fila. Apesar de ter feito uma segunda contagem dos votos, a pedido do PSD, Almeida Santos voltou a não incluir os três deputados - uma decisão cuja legalidade foi já contestada pelos visados.

«O presidente da AR não quis aceitar como válidos votos de deputados que estavam na sala, a alguns metros das suas cadeiras, quando ainda há dias, na Lei de Programação Militar, aceitou o voto de deputados que estavam a quilómetros da AR», afirma Durão Barroso. O presidente dos sociais-democratas desafia mesmo Almeida Santos: «Se os deputados fossem do PS, alguém pensa que o presidente da AR teria tomado a mesma atitude?»

Para Durão Barroso o que se passou só prova a justeza da posição do seu partido em apressar «a reforma do Regimento do Parlamento», que tem contado com a «obstrução do PS».

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