Chuva de críticas a Arcanjo

09-06-2001
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Chuva de Críticas a Arcanjo

Sexta-feira, 1 de Junho de 2001

Manuela Arcanjo parte para esta reforma com uma posição fraca, segundo as palavras da oposição. "A ministra está numa posição política completamente desvantajosa para poder liderar uma reforma da saúde, que é uma matéria que obriga a vários consensos prévios", disse ao PÚBLICO o deputado social-democrata Patinha Antão, que, questionado sobre se acredita que a reforma será feita, responde claramente: "Sinceramente acho que não."

Para suportar as suas afirmações, dá logo como exemplo o recuo da ministra nos artigos sobre incompatibilidades dos médicos. Segundo a proposta do Governo, os profissionais de saúde com relação jurídica de emprego público carecem de autorização do Ministério da Saúde para exercerem funções privadas. Mas anteontem, depois de uma reunião com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e com a Ordem dos Médicos, Arcanjo admitiu abdicar do artigo do anteprojecto de Lei de Bases da Saúde que exige aos médicos essa autorização e procurar uma redacção que assegure a não colisão dos sectores. Para Patinha Antão, tinha de ter havido um trabalho prévio de discussão antes da apresentação da anteproposta. Já o gabinete da ministra responde que, se há um período de debate público, é precisamente para isso.

Também Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, considera que não há condições para avançar com esta reforma. "Não sei sequer se isto é alguma reforma", diz o dirigente bloquista, acrescentando que "as condições políticas são difíceis", pelo que lhe parece que a proposta do Governo não oferece qualquer alternativa e não "irá a lado nenhum". Já Bernardino Soares, do PCP, considera que este não é um caso de ministra, mas de Governo, pois, afirma, "não é possível o Governo fazer uma proposta de Lei de Bases da Saúde sem estar comprometido com ela". De qualquer forma, o que os comunistas esperam é que "ela ou qualquer outro titular não tenham condições para avançar com esta lei de bases".

Só mesmo o CDS-PP considera a reforma possível. "Estou a ver uma reacção muito grande, mas sabemos muito bem que as reformas não se fazem sem reacções", afirma Basílio Horta, garantindo que pelo menos pela parte do seu partido há disponibilidade para fazer uma reforma "tranquila".

E.L.

Chuva de Críticas a Arcanjo

Sexta-feira, 1 de Junho de 2001

Manuela Arcanjo parte para esta reforma com uma posição fraca, segundo as palavras da oposição. "A ministra está numa posição política completamente desvantajosa para poder liderar uma reforma da saúde, que é uma matéria que obriga a vários consensos prévios", disse ao PÚBLICO o deputado social-democrata Patinha Antão, que, questionado sobre se acredita que a reforma será feita, responde claramente: "Sinceramente acho que não."

Para suportar as suas afirmações, dá logo como exemplo o recuo da ministra nos artigos sobre incompatibilidades dos médicos. Segundo a proposta do Governo, os profissionais de saúde com relação jurídica de emprego público carecem de autorização do Ministério da Saúde para exercerem funções privadas. Mas anteontem, depois de uma reunião com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e com a Ordem dos Médicos, Arcanjo admitiu abdicar do artigo do anteprojecto de Lei de Bases da Saúde que exige aos médicos essa autorização e procurar uma redacção que assegure a não colisão dos sectores. Para Patinha Antão, tinha de ter havido um trabalho prévio de discussão antes da apresentação da anteproposta. Já o gabinete da ministra responde que, se há um período de debate público, é precisamente para isso.

Também Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, considera que não há condições para avançar com esta reforma. "Não sei sequer se isto é alguma reforma", diz o dirigente bloquista, acrescentando que "as condições políticas são difíceis", pelo que lhe parece que a proposta do Governo não oferece qualquer alternativa e não "irá a lado nenhum". Já Bernardino Soares, do PCP, considera que este não é um caso de ministra, mas de Governo, pois, afirma, "não é possível o Governo fazer uma proposta de Lei de Bases da Saúde sem estar comprometido com ela". De qualquer forma, o que os comunistas esperam é que "ela ou qualquer outro titular não tenham condições para avançar com esta lei de bases".

Só mesmo o CDS-PP considera a reforma possível. "Estou a ver uma reacção muito grande, mas sabemos muito bem que as reformas não se fazem sem reacções", afirma Basílio Horta, garantindo que pelo menos pela parte do seu partido há disponibilidade para fazer uma reforma "tranquila".

E.L.

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