Octávio Teixeira à pesca de votos

13-01-2001
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No porto de Sines, o candidato do PCP por Setúbal solidarizou-se com os lamentos dos pescadores

Octávio Teixeira respondeu-lhe com a «lei do trabalho a bordo» que o PCP apresentou no Parlamento e que «o PS inviabilizou» mas não convenceu o interlocutor. «Isso no arrasto, na pesca da sardinha, se calhar é possível. Agora na pesca artesanal como é que se faz? Como é que se garante o mínimo? Quando o barco não sai não se pesca...», assegura, acrescentando as suas preocupações com a escassez das espécies.

Pouco para pescar

A volta continuou pelo porto deserto, facto que o delegado da Docapesca, aparentemente o único que ainda permanecia no edifício, acabou por explicar. «Então só vieram a esta hora? Chegaram tarde: os pescadores têm pouco para pescar e vão cedo para casa».

Octávio Teixeira voltou a inteirar-se do estado das coisas em Sines. E ficou a saber que se não fossem os três grandes barcos que se dedicam à sardinha - «os que mais pescam em aguas portuguesas», segundo o delegado -, o porto de pesca «tinha de fechar». Porque quanto à pesca artesanal, «quando os que cá estão acabarem, acaba».

Avisado por um problema que ameaça Sesimbra, outro porto do distrito por onde tem sido cabeça-de-lista, Octávio Teixeira quer saber se há espanhóis a vender peixe antes da lota abrir, prejudicando os portugueses. A resposta do delegado é esclarecedora: «Os espanhóis só cá vêm vender carapau e peixe espada, que em Espanha não têm o valor de cá». Talvez por isso ainda abundem nas águas de «nuestros hermanos» o que não acontece em Portugal. Assim, a venda «não é concorrencial».

Feitas as despedidas, vem à baila a simpatia do delegado pelo PSD, que todavia lamenta que os sociais-democratas não se «orientem». O candidato não perde a deixa: «Então, enquanto não se orientam, experimente votar na CDU!».

Recuperar influência

A paragem seguinte é na Associação dos Amadores. Há tempos, convidaram todos os partidos mas nem todos compareceram. Os homens lamentam sobretudo que não tenha ido «o partido que apoia a Câmara que nos tem apoiado tanto». O presidente da Câmara - eleito pela CDU, tal como a maioria dos seus congéneres neste distrito - volta a reiterar o seu apoio à Associação e Octávio Teixeira, em nome do grupo parlamentar do PCP, secunda-o. Na despedida fica a promessa de um encontro para depois das eleições, «para ver o que se pode fazer» em termos de iniciativas legislativas. «Se até ao final do ano não viermos cá ponha um anúncio no rádio a dizer 'Aquele senhor mentiu-me'» - desafia o candidato.

As iniciativas legislativas são um dos pontos fulcrais na campanha da CDU em Setúbal, que frisa que «das 186 propostas apresentadas pelo PCP, 84 têm influência directa na vida das populações do distrito». A coligação está apostada em recuperar o terreno perdido em 1995, neste distrito tão díspar - que reúne as zonas mais industrializadas com as mais rurais - apesar de Octávio Teixeira apenas avançar expectativas e não números. Porque, além de mais, explica, «Jorge Coelho não tem muito para mostrar. Só o comboio e este precisava do Metro Sul do Tejo, que ainda falta fazer».

TERESA OLIVEIRA

No porto de Sines, o candidato do PCP por Setúbal solidarizou-se com os lamentos dos pescadores

Octávio Teixeira respondeu-lhe com a «lei do trabalho a bordo» que o PCP apresentou no Parlamento e que «o PS inviabilizou» mas não convenceu o interlocutor. «Isso no arrasto, na pesca da sardinha, se calhar é possível. Agora na pesca artesanal como é que se faz? Como é que se garante o mínimo? Quando o barco não sai não se pesca...», assegura, acrescentando as suas preocupações com a escassez das espécies.

Pouco para pescar

A volta continuou pelo porto deserto, facto que o delegado da Docapesca, aparentemente o único que ainda permanecia no edifício, acabou por explicar. «Então só vieram a esta hora? Chegaram tarde: os pescadores têm pouco para pescar e vão cedo para casa».

Octávio Teixeira voltou a inteirar-se do estado das coisas em Sines. E ficou a saber que se não fossem os três grandes barcos que se dedicam à sardinha - «os que mais pescam em aguas portuguesas», segundo o delegado -, o porto de pesca «tinha de fechar». Porque quanto à pesca artesanal, «quando os que cá estão acabarem, acaba».

Avisado por um problema que ameaça Sesimbra, outro porto do distrito por onde tem sido cabeça-de-lista, Octávio Teixeira quer saber se há espanhóis a vender peixe antes da lota abrir, prejudicando os portugueses. A resposta do delegado é esclarecedora: «Os espanhóis só cá vêm vender carapau e peixe espada, que em Espanha não têm o valor de cá». Talvez por isso ainda abundem nas águas de «nuestros hermanos» o que não acontece em Portugal. Assim, a venda «não é concorrencial».

Feitas as despedidas, vem à baila a simpatia do delegado pelo PSD, que todavia lamenta que os sociais-democratas não se «orientem». O candidato não perde a deixa: «Então, enquanto não se orientam, experimente votar na CDU!».

Recuperar influência

A paragem seguinte é na Associação dos Amadores. Há tempos, convidaram todos os partidos mas nem todos compareceram. Os homens lamentam sobretudo que não tenha ido «o partido que apoia a Câmara que nos tem apoiado tanto». O presidente da Câmara - eleito pela CDU, tal como a maioria dos seus congéneres neste distrito - volta a reiterar o seu apoio à Associação e Octávio Teixeira, em nome do grupo parlamentar do PCP, secunda-o. Na despedida fica a promessa de um encontro para depois das eleições, «para ver o que se pode fazer» em termos de iniciativas legislativas. «Se até ao final do ano não viermos cá ponha um anúncio no rádio a dizer 'Aquele senhor mentiu-me'» - desafia o candidato.

As iniciativas legislativas são um dos pontos fulcrais na campanha da CDU em Setúbal, que frisa que «das 186 propostas apresentadas pelo PCP, 84 têm influência directa na vida das populações do distrito». A coligação está apostada em recuperar o terreno perdido em 1995, neste distrito tão díspar - que reúne as zonas mais industrializadas com as mais rurais - apesar de Octávio Teixeira apenas avançar expectativas e não números. Porque, além de mais, explica, «Jorge Coelho não tem muito para mostrar. Só o comboio e este precisava do Metro Sul do Tejo, que ainda falta fazer».

TERESA OLIVEIRA

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