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30-10-2000
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Parlamento preocupado com o futuro Quem esperasse grandes discursos laudatórios na Assembleia da República no dia do encerramento da Expo estava redondamente enganado. Nos discursos dos partidos o tom dominante foi de preocupação com o futuro e as finanças da exposição e até houve discussão por causa de Cardoso e Cunha. No seu discurso, o vice-presidente do PSD e ex-ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral, atacou a "infeliz decisão de substituição" do primeiro comissário da Expo, considerando que se tratou de um "acto gratuito e injusto" e que Cardoso e Cunha foi vítima da "mesquinhez da politiquice barata". Uma intervenção que mereceu resposta do PS, com Nuno Baltazar Mendes a lembrar que "Cardoso e Cunha não foi demitido, demitiu-se". Mas não foi só de Cardoso e Cunha que Ferreira do Amaral se lembrou ontem no plenário. Também Cavaco Silva mereceu o seu elogio. "Portugal era um antes de Cavaco Silva e ficou outro depois de Cavaco Silva. Quem não tiver memória disto não tem memória de nada", afirmou o ex-ministro. De resto, Ferreira do Amaral reconheceu que a "Expo configurou um verdadeiro consenso nacional" e manifestou a sua preocupação com o futuro da zona de intervenção. Preocupação semelhante manifestou Isabel Castro, do Partido Ecologista "Os Verdes". Para esta deputada o que se trata agora é de impedir que uma barreira de betão "se possa vir a interpor entre a cidade e o rio que a Expo conquistou". Já o PP e o PCP preferiram manifestar as suas preocupações com as contas da exposição. "Exigimos o total apuramento de contas, a análise detalhada de todos os gastos, a investigação da sua conformidade com as regras legais", afirmou o deputado comunista João Amaral, já depois de Moura e Silva, pelo PP, ter atacado a "Expo dos negócios e das negociatas". O deputado popular exigiu que "se apure tudo e de uma vez pondo fim a esta onda de suspeição, penalizando quem prevaricou e se isente quem não o fez". Acabou por ser do presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, o grande discurso de exaltação da Expo. "Caramba! Fomos capazes", exclamou Almeida Santos, que recordou toda a História de Portugal, da Reconquista ao 25 de Abril, para concluir que que Expo constitui um grande momento de "coesão nacional" e uma "rutilante negação do Portugal de há vinte cinco anos apenas". E.L. (c) Copyright PÚBLICO Comunicação Social, SA Email: publico@publico.pt

Parlamento preocupado com o futuro Quem esperasse grandes discursos laudatórios na Assembleia da República no dia do encerramento da Expo estava redondamente enganado. Nos discursos dos partidos o tom dominante foi de preocupação com o futuro e as finanças da exposição e até houve discussão por causa de Cardoso e Cunha. No seu discurso, o vice-presidente do PSD e ex-ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral, atacou a "infeliz decisão de substituição" do primeiro comissário da Expo, considerando que se tratou de um "acto gratuito e injusto" e que Cardoso e Cunha foi vítima da "mesquinhez da politiquice barata". Uma intervenção que mereceu resposta do PS, com Nuno Baltazar Mendes a lembrar que "Cardoso e Cunha não foi demitido, demitiu-se". Mas não foi só de Cardoso e Cunha que Ferreira do Amaral se lembrou ontem no plenário. Também Cavaco Silva mereceu o seu elogio. "Portugal era um antes de Cavaco Silva e ficou outro depois de Cavaco Silva. Quem não tiver memória disto não tem memória de nada", afirmou o ex-ministro. De resto, Ferreira do Amaral reconheceu que a "Expo configurou um verdadeiro consenso nacional" e manifestou a sua preocupação com o futuro da zona de intervenção. Preocupação semelhante manifestou Isabel Castro, do Partido Ecologista "Os Verdes". Para esta deputada o que se trata agora é de impedir que uma barreira de betão "se possa vir a interpor entre a cidade e o rio que a Expo conquistou". Já o PP e o PCP preferiram manifestar as suas preocupações com as contas da exposição. "Exigimos o total apuramento de contas, a análise detalhada de todos os gastos, a investigação da sua conformidade com as regras legais", afirmou o deputado comunista João Amaral, já depois de Moura e Silva, pelo PP, ter atacado a "Expo dos negócios e das negociatas". O deputado popular exigiu que "se apure tudo e de uma vez pondo fim a esta onda de suspeição, penalizando quem prevaricou e se isente quem não o fez". Acabou por ser do presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, o grande discurso de exaltação da Expo. "Caramba! Fomos capazes", exclamou Almeida Santos, que recordou toda a História de Portugal, da Reconquista ao 25 de Abril, para concluir que que Expo constitui um grande momento de "coesão nacional" e uma "rutilante negação do Portugal de há vinte cinco anos apenas". E.L. (c) Copyright PÚBLICO Comunicação Social, SA Email: publico@publico.pt

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