EXPRESSO: Economia

27-05-2001
marcar artigo

28/4/2001

MARL com prejuízos de 1,2 milhões A indefinição do Governo penaliza o mercado abastecedor José Pedro Tomaz A indefinição do Governo quanto ao encerramento da Docapesca compromete o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa, segundo o seu presidente, Nuno Baltazar Mendes MAIS de 1,2 milhões de contos é a factura a pagar pelo Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL) pelo não encerramento do mercado de segunda venda da Docapesca - venda de pescado depois da lota, na sua maioria importado. A estimativa é do presidente do MARL, Nuno Baltazar Mendes, para quem a coexistência do mercado de segunda venda da Docapesca com o pavilhão do pescado do MARL compromete o empreendimento localizado em S. Julião do Tojal, Loures. A concorrência de mercados situados num raio de 30 quilómetros que não cumprem a legislação como os da Malveira e de Castanheira do Ribatejo são outros factores críticos para o funcionamento do MARL. MAIS de 1,2 milhões de contos é a factura a pagar pelo Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL) pelo não encerramento do mercado de segunda venda da Docapesca - venda de pescado depois da lota, na sua maioria importado. A estimativa é do presidente do MARL, Nuno Baltazar Mendes, para quem a coexistência do mercado de segunda venda da Docapesca com o pavilhão do pescado do MARL compromete o empreendimento localizado em S. Julião do Tojal, Loures. A concorrência de mercados situados num raio de 30 quilómetros que não cumprem a legislação como os da Malveira e de Castanheira do Ribatejo são outros factores críticos para o funcionamento do MARL. «A indefinição do Ministério da Agricultura em relação ao encerramento do mercado de segunda da venda tem um custo directo para o MARL da ordem dos 1,2 milhões de contos de taxas de acesso que não são cobradas», afirmou Baltazar Mendes. Àquele valor devem ser acrescidos cerca de 15 mil contos mensais, não estando incluídas as receitas próprias provenientes da comercialização do gelo da fábrica do pescado. «Os custos acrescidos do contrato de empreitada associados à não entrada em funcionamento do pavilhão do pescado deram origem a um passivo de 17,4 milhões de contos», salientou. Com um área de influência de Leiria a Sines, cobrindo quatro distritos com uma população total de cerca de 3,8 milhões de habitantes, o MARL teve um custo global, após sucessivas derrapagens, da ordem dos 32 milhões de contos. Para Baltazar Mendes, o pavilhão do pescado foi sempre considerado «âncora» no funcionamento do MARL, tendo desde sempre sido aceite que a manutenção de duas estruturas de comercialização do pescado em mercado grossista de segunda venda num raio de 30 quilómetros «inviabilizaria o processo». Baltazar Mendes afasta-se assim das posições assumidas pelo secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, que exerce a tutela da Docapesca. «O que sempre foi encarado como possível foi o encerramento do mercado de segunda venda da Docapesca sob pena do investimento na construção do pavilhão do pescado e do projecto global do MARL ser completamente posto em xeque», enfatizou, acrescentando ser «completamente impossível a coexistência das duas estruturas». O responsável salientou também que o MARL fez um investimento muito significativo na obtenção do número de controlo veterinário e da licença sanitária, requisito obrigatório para o exercício de comércio de segunda venda. «O que fizemos em nome da prossecução do interesse público e de salvaguarda da segurança alimentar». Para Baltazar Mendes, o que está em causa «não é a questão dos operadores irem ou não para o MARL em detrimento da Docapesca, mas sim a criação das condições para o exercício desta actividade comercial na única estrutura que está qualificada para o fazer». Aliás a quase totalidade dos operadores do segundo mercado de venda da Docapesca já se encontram inscritos no MARL. Fecho da Docapesca pedido por operadores A falta de cumprimento da legislação em matéria sanitária da Docapesca, nomeadamente a ausência de número de controlo veterinário e de licença sanitária levou cerca de 200 empresas reunidas na Associação de Comerciantes de Pescado a requerem em tribunal o seu encerramento. Na providência cautelar requerida junto do Tribunal Cível de Lisboa, entretanto enviada para o Tribunal Administrativo, os operadores da Docapesca - inscritos no MARL - salientam que a falta de cumprimento da legislação poderá levar a Comissão Europeia a aplicar pesadas multas a Portugal. Inaugurado em Julho de 2000, o pavilhão do pescado do MARL tem associada uma fábrica de gelo e uma de produção de água salgada, num investimento total de cerca de 3 milhões de contos. «A confiança da iniciativa privada no projecto e no pavilhão do pescado é atestado pelo maior investimento privado em curso no MARL que é o entreposto frigorífico no valor de 1,8 milhões de contos», acrescentou Baltazar Mendes. O responsável adiantou que o MARL está a negociar a instalação no local das operações logísticas do grupo Auchan. Quanto à concorrência de mercados como Malveira e Castanheira do Ribatejo, o responsável salientou não poder «aceitar que a 20 ou 30 quilómetros de distância funcionem mercado grossistas sem condições higienico-sanitárias, sem fiscalização e sem a garantia de respeito das normas tributárias em completa concorrência desleal». Baltazar Mendes não defendo o encerramento dos mercados «concorrentes». «O que exijo é que as regras e a fiscalização a que estamos sujeitos no MARL, sejam igualmente observadas nas mesmas condições em Castanheira do Ribatejo e Malveira», afirmou. Em relação ao endividamento, o MARL negociou já um financiamento no valor de 10 milhões de contos com o Banco Europeu de Investimento e está a negociar a reestruturação financeira da dívida com o BCP, BES e BPI. O responsável recorda que o MARL financia-se com receitas próprias não recebendo verbas do Orçamento do Estado - via SIMAB que detém 44,56% do capital - nem dos outros accionistas, as câmaras municipais de Lisboa (44,4%) Loures (3,33%) e Santa Casa da Misericórdia (6,67%). HELDER C. MARTINS

ARTIGOS RELACIONADOS MARL perde 1,2 milhões

MARL com prejuízos de 1,2 milhões

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

1 comentário 1 a 1

29 Abril 2001 às 13:17

fernandes ( anonimo@pt. )

deve ficar tambem informado que a administração da docapesca de predrouços esta a importar pescado de marrocos por camião e a efectuar a sua venda em primeira venda tendo este pescado vindo de marrocos isto nao é primeira venda mas sim segunda venda o seja a docapesca esta a fazer a funcao dos comerciantes com a agravante ,de que chegando as sete da madrugada paga o produto da venda ao marroquino e os comerciantes tem de dar credito para vender e uma vez mais salientando que quem compra em primeira venda ou tem garantia bancaria ou paga a pronto , conclusao isto e um escandalo, qual a vocação da docapesca 1ª ou 2ª venda , que quantidade de pescado e descarregado em lisboa por barco .sao nessecarios mais artigos destes forca

O SEU COMENTÁRIO

Nome:

E-mail:

Comentário:

Os comentários constituem um espaço aberto à participação dos leitores. EXPRESSO On-Line reserva-se, no entanto, o direito de não publicar opiniões ofensivas da dignidade dos visados ou que contenham expressões obscenas.

ANTERIOR TOPO

28/4/2001

MARL com prejuízos de 1,2 milhões A indefinição do Governo penaliza o mercado abastecedor José Pedro Tomaz A indefinição do Governo quanto ao encerramento da Docapesca compromete o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa, segundo o seu presidente, Nuno Baltazar Mendes MAIS de 1,2 milhões de contos é a factura a pagar pelo Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL) pelo não encerramento do mercado de segunda venda da Docapesca - venda de pescado depois da lota, na sua maioria importado. A estimativa é do presidente do MARL, Nuno Baltazar Mendes, para quem a coexistência do mercado de segunda venda da Docapesca com o pavilhão do pescado do MARL compromete o empreendimento localizado em S. Julião do Tojal, Loures. A concorrência de mercados situados num raio de 30 quilómetros que não cumprem a legislação como os da Malveira e de Castanheira do Ribatejo são outros factores críticos para o funcionamento do MARL. MAIS de 1,2 milhões de contos é a factura a pagar pelo Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL) pelo não encerramento do mercado de segunda venda da Docapesca - venda de pescado depois da lota, na sua maioria importado. A estimativa é do presidente do MARL, Nuno Baltazar Mendes, para quem a coexistência do mercado de segunda venda da Docapesca com o pavilhão do pescado do MARL compromete o empreendimento localizado em S. Julião do Tojal, Loures. A concorrência de mercados situados num raio de 30 quilómetros que não cumprem a legislação como os da Malveira e de Castanheira do Ribatejo são outros factores críticos para o funcionamento do MARL. «A indefinição do Ministério da Agricultura em relação ao encerramento do mercado de segunda da venda tem um custo directo para o MARL da ordem dos 1,2 milhões de contos de taxas de acesso que não são cobradas», afirmou Baltazar Mendes. Àquele valor devem ser acrescidos cerca de 15 mil contos mensais, não estando incluídas as receitas próprias provenientes da comercialização do gelo da fábrica do pescado. «Os custos acrescidos do contrato de empreitada associados à não entrada em funcionamento do pavilhão do pescado deram origem a um passivo de 17,4 milhões de contos», salientou. Com um área de influência de Leiria a Sines, cobrindo quatro distritos com uma população total de cerca de 3,8 milhões de habitantes, o MARL teve um custo global, após sucessivas derrapagens, da ordem dos 32 milhões de contos. Para Baltazar Mendes, o pavilhão do pescado foi sempre considerado «âncora» no funcionamento do MARL, tendo desde sempre sido aceite que a manutenção de duas estruturas de comercialização do pescado em mercado grossista de segunda venda num raio de 30 quilómetros «inviabilizaria o processo». Baltazar Mendes afasta-se assim das posições assumidas pelo secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, que exerce a tutela da Docapesca. «O que sempre foi encarado como possível foi o encerramento do mercado de segunda venda da Docapesca sob pena do investimento na construção do pavilhão do pescado e do projecto global do MARL ser completamente posto em xeque», enfatizou, acrescentando ser «completamente impossível a coexistência das duas estruturas». O responsável salientou também que o MARL fez um investimento muito significativo na obtenção do número de controlo veterinário e da licença sanitária, requisito obrigatório para o exercício de comércio de segunda venda. «O que fizemos em nome da prossecução do interesse público e de salvaguarda da segurança alimentar». Para Baltazar Mendes, o que está em causa «não é a questão dos operadores irem ou não para o MARL em detrimento da Docapesca, mas sim a criação das condições para o exercício desta actividade comercial na única estrutura que está qualificada para o fazer». Aliás a quase totalidade dos operadores do segundo mercado de venda da Docapesca já se encontram inscritos no MARL. Fecho da Docapesca pedido por operadores A falta de cumprimento da legislação em matéria sanitária da Docapesca, nomeadamente a ausência de número de controlo veterinário e de licença sanitária levou cerca de 200 empresas reunidas na Associação de Comerciantes de Pescado a requerem em tribunal o seu encerramento. Na providência cautelar requerida junto do Tribunal Cível de Lisboa, entretanto enviada para o Tribunal Administrativo, os operadores da Docapesca - inscritos no MARL - salientam que a falta de cumprimento da legislação poderá levar a Comissão Europeia a aplicar pesadas multas a Portugal. Inaugurado em Julho de 2000, o pavilhão do pescado do MARL tem associada uma fábrica de gelo e uma de produção de água salgada, num investimento total de cerca de 3 milhões de contos. «A confiança da iniciativa privada no projecto e no pavilhão do pescado é atestado pelo maior investimento privado em curso no MARL que é o entreposto frigorífico no valor de 1,8 milhões de contos», acrescentou Baltazar Mendes. O responsável adiantou que o MARL está a negociar a instalação no local das operações logísticas do grupo Auchan. Quanto à concorrência de mercados como Malveira e Castanheira do Ribatejo, o responsável salientou não poder «aceitar que a 20 ou 30 quilómetros de distância funcionem mercado grossistas sem condições higienico-sanitárias, sem fiscalização e sem a garantia de respeito das normas tributárias em completa concorrência desleal». Baltazar Mendes não defendo o encerramento dos mercados «concorrentes». «O que exijo é que as regras e a fiscalização a que estamos sujeitos no MARL, sejam igualmente observadas nas mesmas condições em Castanheira do Ribatejo e Malveira», afirmou. Em relação ao endividamento, o MARL negociou já um financiamento no valor de 10 milhões de contos com o Banco Europeu de Investimento e está a negociar a reestruturação financeira da dívida com o BCP, BES e BPI. O responsável recorda que o MARL financia-se com receitas próprias não recebendo verbas do Orçamento do Estado - via SIMAB que detém 44,56% do capital - nem dos outros accionistas, as câmaras municipais de Lisboa (44,4%) Loures (3,33%) e Santa Casa da Misericórdia (6,67%). HELDER C. MARTINS

ARTIGOS RELACIONADOS MARL perde 1,2 milhões

MARL com prejuízos de 1,2 milhões

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

1 comentário 1 a 1

29 Abril 2001 às 13:17

fernandes ( anonimo@pt. )

deve ficar tambem informado que a administração da docapesca de predrouços esta a importar pescado de marrocos por camião e a efectuar a sua venda em primeira venda tendo este pescado vindo de marrocos isto nao é primeira venda mas sim segunda venda o seja a docapesca esta a fazer a funcao dos comerciantes com a agravante ,de que chegando as sete da madrugada paga o produto da venda ao marroquino e os comerciantes tem de dar credito para vender e uma vez mais salientando que quem compra em primeira venda ou tem garantia bancaria ou paga a pronto , conclusao isto e um escandalo, qual a vocação da docapesca 1ª ou 2ª venda , que quantidade de pescado e descarregado em lisboa por barco .sao nessecarios mais artigos destes forca

O SEU COMENTÁRIO

Nome:

E-mail:

Comentário:

Os comentários constituem um espaço aberto à participação dos leitores. EXPRESSO On-Line reserva-se, no entanto, o direito de não publicar opiniões ofensivas da dignidade dos visados ou que contenham expressões obscenas.

ANTERIOR TOPO

marcar artigo