Comité central do PCP responde a renovadores

26-02-2002
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Comité Central do PCP Responde a Renovadores

Por HELENA PEREIRA

Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2002

Reunião marcada por causa do abaixo-assinado a pedir congresso extraordinário é amanhã. Exclusão de subscritores das listas de deputados promete ser polémica

O comité central do PCP reúne-se amanhã para responder ao pedido de um congresso extraordinário formulado por um abaixo-assinado de cerca de sete centenas de militantes. A resposta prevísivel é um não, depois de a comissão política do PCP, um dia após a entrega do documento, ter considerado tal iniciativa "reprovável".

Uma questão que promete ser polémica é a exclusão dos subscritores do abaixo-assinado da lista de deputados. É o caso de João Amaral e de Natália Filipe. A direcção da organização regional do Porto - que propôs Amaral como cabeça de lista pelo círculo do Porto - está dividida. Vários dirigentes querem que seja antes indicado Honório Novo. Natália Filipe tem ao seu lado o sector da saúde, de onde partiram muitos apoios à proposta de realização de um congresso extraordinário.

Embora possa haver dirigentes nacionais que defendam o afastamento destes dois deputados, militantes do PCP contactados pelo PÚBLICO consideram que o comité central não deverá aprovar uma orientação clara nesse sentido.

O assunto, contudo, deverá ser debatido. E nada impede que venham de facto a ser afastados das listas ou despromovidos nas mesmas algumas figuras por acção de dirigentes máximos no momento da sua elaboração, sob o pretexto de que são os militantes de base e as organizações locais que o exigem.

Também não é de esperar que os membros do comité central cheguem a acordo no que diz respeito a sanções aos subscritores do documento.

Alguns dos renovadores que agora pedem um congresso foram os mesmos que em 2000 defenderam o adiamento do XVI congresso, alegando ser necessário mais tempo para preparar o conclave. Este pedido pode ser recordado por membros da direcção, que tem insistido na tecla de que o calendário eleitoral com legislativas marcadas para 17 de Março não permite a realização de um novo congresso.

O comité central poderá lembrar ainda que se realiza no final deste mês uma conferência nacional para preparar as legislativas e que, quem quiser, tem aí uma oportunidade para expor os seus pontos de vista. Em vez, por exemplo, de utilizar os órgãos de comunicação social. Ontem, o jornal "Avante!" criticava os militantes que falam da vida interna do PCP nos jornais. O editorial, por seu lado, sublinhava que, desde as eleições autárquicas, estão a realizar-se "centenas de reuniões, plenários e encontros" para "proceder a um amplo debate em torno não só dos resultados das autárquicas, cujo aprofundamento importa prosseguir, mas igualmente das eleições legislativas de 17 de Março".

Comité Central do PCP Responde a Renovadores

Por HELENA PEREIRA

Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2002

Reunião marcada por causa do abaixo-assinado a pedir congresso extraordinário é amanhã. Exclusão de subscritores das listas de deputados promete ser polémica

O comité central do PCP reúne-se amanhã para responder ao pedido de um congresso extraordinário formulado por um abaixo-assinado de cerca de sete centenas de militantes. A resposta prevísivel é um não, depois de a comissão política do PCP, um dia após a entrega do documento, ter considerado tal iniciativa "reprovável".

Uma questão que promete ser polémica é a exclusão dos subscritores do abaixo-assinado da lista de deputados. É o caso de João Amaral e de Natália Filipe. A direcção da organização regional do Porto - que propôs Amaral como cabeça de lista pelo círculo do Porto - está dividida. Vários dirigentes querem que seja antes indicado Honório Novo. Natália Filipe tem ao seu lado o sector da saúde, de onde partiram muitos apoios à proposta de realização de um congresso extraordinário.

Embora possa haver dirigentes nacionais que defendam o afastamento destes dois deputados, militantes do PCP contactados pelo PÚBLICO consideram que o comité central não deverá aprovar uma orientação clara nesse sentido.

O assunto, contudo, deverá ser debatido. E nada impede que venham de facto a ser afastados das listas ou despromovidos nas mesmas algumas figuras por acção de dirigentes máximos no momento da sua elaboração, sob o pretexto de que são os militantes de base e as organizações locais que o exigem.

Também não é de esperar que os membros do comité central cheguem a acordo no que diz respeito a sanções aos subscritores do documento.

Alguns dos renovadores que agora pedem um congresso foram os mesmos que em 2000 defenderam o adiamento do XVI congresso, alegando ser necessário mais tempo para preparar o conclave. Este pedido pode ser recordado por membros da direcção, que tem insistido na tecla de que o calendário eleitoral com legislativas marcadas para 17 de Março não permite a realização de um novo congresso.

O comité central poderá lembrar ainda que se realiza no final deste mês uma conferência nacional para preparar as legislativas e que, quem quiser, tem aí uma oportunidade para expor os seus pontos de vista. Em vez, por exemplo, de utilizar os órgãos de comunicação social. Ontem, o jornal "Avante!" criticava os militantes que falam da vida interna do PCP nos jornais. O editorial, por seu lado, sublinhava que, desde as eleições autárquicas, estão a realizar-se "centenas de reuniões, plenários e encontros" para "proceder a um amplo debate em torno não só dos resultados das autárquicas, cujo aprofundamento importa prosseguir, mas igualmente das eleições legislativas de 17 de Março".

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