Mota Torres deixa PS-Madeira dividido

04-02-2001
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Mota Torres Deixa PS-Madeira Dividido

Por TOLENTINO DE NÓBREGA

Domingo, 4 de Fevereiro de 2001 CONGRESSO SOCIALISTA TERMINA HOJE O futuro da liderança do PS-Madeira era ontem uma incógnita Na hora da despedida Mota Torres viu um único militante aplaudi-lo de pé, no congresso do PS-Madeira que, em ambiente de profunda divisão, hoje elege o novo presidente Mota Torres deixou ontem a liderança do PS-Madeira de que efectivamente se afastou depois de indiciado no caso das viagens-fantasma e de, apesar do mau resultado nas eleições regionais, ter conseguido substituir todo o grupo parlamentar por dirigentes que o acompanharam na direcção cessante. No mandato que disse terminar "sem ressentimentos", Torres conclui ter exercitado "uma postura política civilizada, interveniente, afirmativa das diferenças, mas cooperante e de rigor institucional", convicto de que "a democracia não é, nem nunca será, inspiradora de unanimismos". "Não sendo natural da Madeira", lembrou, acha ainda que fez uma "oposição selectiva" ao poder regional, "no respeito integral pelas instituições democráticas" e pelo seu papel político, económico e social. Com um relatório de balanço em tom rosa - em que omite os maus resultados eleitorais, o distanciamento da sociedade madeirense e a situação financeira do partido - o presidente cessante propôs que do congresso nasça uma solução de liderança e de direcção que "sem se deixar prender pelas sempre pequenas mágoas do passado, entenda com generosidade as poderosas exigências do devir". Também o presidente do congresso, Duarte Caldeira, desejou que as tortuosas veredas que o PS trilha "se transformem em caminhos e que estes dêm lugar a vias rápidas" que levem os socialistas ao poder na Madeira, desde sempre governada por Jardim a quem Jorge Sampaio infringiu a primeira derrota nas últimas eleições presidenciais. As clivagens e crispações passadas e recentes do PS-Madeira estiveram bem presentes nas intervenções seguintes, nomeadamente por parte do líder da JS, Vitor Freitas, autor da moção que surge com maior apoio no congresso a que ontem compareceu metade dos delegados eleitos e por inerência. Freitas acusou a direcção de Torres de ditar "a decapitação política da JS" ao impedir que um representante da Juventude Socialista integrasse a actual bancada parlamentar. De "crime" classificou a exclusão da JS das lista de deputados, recordando que a anterior liderança sempre assegurou tal presença nas sucessivas legislaturas. O longo debate em que se esgrimiram argumentos a favor e contra a eleição de João Carlos Gouveia ou de José António Cardoso, permitem antever que o apelo à unidade feito pelo antigo líder Emanuel Jardim Fernandes não encontrará eco no partido da Rua do Surdo. Também excluído das listas de deputados, o "histórico" antecessor de Torres e primeiro vice-presidente da Assembleia Regional eleito pelo PS, enalteceu a coragem dos principais subscritores ds moções em confronto e convidou os congressistas a surpreenderem os madeirenses fazendo sair desta reunião uma solução de unidade. "Esquecer o passado e olhar o futuro" foi, em síntese, a mensagem deixada por Jardim Fernandes ao congresso que, frisou, "não se deve transformar num campo de batalha entre os que saem e os que entram". Propôs por isso a constituição de uma lista única para a comissão regional que, sem deixar de reflectir o pluralismo interno, transmita uma "imagem clara de unidade que surpreenda os madeirense e aproxime o PS da sociedade civil à espera de uma alternativa" ao jardinismo. OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Munições de urânio empobrecido "são armas de guerra química"

Militares querem saber mais sobre as mortes no Depósito de Munições

A propósito

O número

Mota Torres deixa PS-Madeira dividido

Portas quer "surpreender" eleitorado do interior

Ferro Rodrigues "satisfeito" com requerimento de Barros Moura

"O futuro passa pela administração pública electrónica"

Morreu Marcelo Curto

Reacções

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