Masters Servido ao Almoço
Por JORGE MIGUEL MATIAS
Terça-feira, 28 de Novembro de 2000 Esta é mais uma daquelas histórias que confirma a influência positiva que os almoços têm quando se trata de tomar decisões. Não se sabe qual foi a ementa da refeição, nem tão pouco os "licores" que a acompanharam, mas a verdade é que a realização do Masters do ATP Tour em Lisboa foi decidida num almoço que decorreu no dia da final do Estoril Open de 1999. O repasto reuniu João Lagos, organizador do Estoril Open, Miranda Calha, então secretário de Estado do Desporto, e Carneiro Jacinto, administrador do ICEP, entre outras personalidades. Falava-se do Euro 2004 e da importância que o evento poderia proporcionar ao país, no caso de Portugal vencer a candidatura. E foi então que João Lagos confidenciou aos responsáveis governamentais que estava a pensar na desculpa mais airosa que poderia dar aos elementos do ATP Tour para sair da corrida pela realização do Masters. "Apercebi-me que a nossa candidatura estava muito bem colocada e comecei a ficar preocupado porque não podíamos ganhar." A frase foi o rastilho que despertou a sonolência estatal. Ao fim de vários anos a organizar o Estoril Open sem receber qualquer apoio do Estado, João Lagos conseguiu, naquele almoço, agitar consciências. "Não pensei que fossem pensar seriamente na questão, até porque não houve qualquer pedido formal de apoio. Tratou-se apenas de uma conversa..." Só que, dois dias depois, João Lagos recebia um telefonema do ministério da Economia, que tutelava também o Turismo, através do qual o ministro Pina Moura manifestava o desejo de apoiar o evento. A realização do Masters em Lisboa passava a ter pernas para andar. Dos dez milhões de contos que eram necessários para trazer o evento para Lisboa, metade foi assegurado por diversos organismos governamentais, nomeadamente através do ICEP, pois considerou-se que o Masters do ATP Tour era mais um dos grandes eventos desportivos que escolhiam Portugal como palco, quando já se sabia que Barcelona e Valência também apostavam forte na obtenção da competição. A qualidade das instalações proporcionadas pelo Pavilhão Atlântico foi fundamental para a vitória da candidatura portuguesa. Mas João Lagos não se esqueceu de defender a sua dama, sublinhando a importância que a competência demonstrada pela sua equipa ao longo dos últimos anos na realização do Estoril Open também foi reconhecida: "Infelizmente, é sempre assim. Primeiro somos reconhecidos no estrangeiro, e só mais tarde em Portugal." Jorge Miguel Matias OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Ténis ao nível de grande "mestre"
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Terça-feira, 28 de Novembro de 2000 Esta é mais uma daquelas histórias que confirma a influência positiva que os almoços têm quando se trata de tomar decisões. Não se sabe qual foi a ementa da refeição, nem tão pouco os "licores" que a acompanharam, mas a verdade é que a realização do Masters do ATP Tour em Lisboa foi decidida num almoço que decorreu no dia da final do Estoril Open de 1999. O repasto reuniu João Lagos, organizador do Estoril Open, Miranda Calha, então secretário de Estado do Desporto, e Carneiro Jacinto, administrador do ICEP, entre outras personalidades. Falava-se do Euro 2004 e da importância que o evento poderia proporcionar ao país, no caso de Portugal vencer a candidatura. E foi então que João Lagos confidenciou aos responsáveis governamentais que estava a pensar na desculpa mais airosa que poderia dar aos elementos do ATP Tour para sair da corrida pela realização do Masters. "Apercebi-me que a nossa candidatura estava muito bem colocada e comecei a ficar preocupado porque não podíamos ganhar." A frase foi o rastilho que despertou a sonolência estatal. Ao fim de vários anos a organizar o Estoril Open sem receber qualquer apoio do Estado, João Lagos conseguiu, naquele almoço, agitar consciências. "Não pensei que fossem pensar seriamente na questão, até porque não houve qualquer pedido formal de apoio. Tratou-se apenas de uma conversa..." Só que, dois dias depois, João Lagos recebia um telefonema do ministério da Economia, que tutelava também o Turismo, através do qual o ministro Pina Moura manifestava o desejo de apoiar o evento. A realização do Masters em Lisboa passava a ter pernas para andar. Dos dez milhões de contos que eram necessários para trazer o evento para Lisboa, metade foi assegurado por diversos organismos governamentais, nomeadamente através do ICEP, pois considerou-se que o Masters do ATP Tour era mais um dos grandes eventos desportivos que escolhiam Portugal como palco, quando já se sabia que Barcelona e Valência também apostavam forte na obtenção da competição. A qualidade das instalações proporcionadas pelo Pavilhão Atlântico foi fundamental para a vitória da candidatura portuguesa. Mas João Lagos não se esqueceu de defender a sua dama, sublinhando a importância que a competência demonstrada pela sua equipa ao longo dos últimos anos na realização do Estoril Open também foi reconhecida: "Infelizmente, é sempre assim. Primeiro somos reconhecidos no estrangeiro, e só mais tarde em Portugal." Jorge Miguel Matias OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Ténis ao nível de grande "mestre"
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