Ferro sucede a Coelho

09-03-2001
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Ferro Sucede a Coelho

Quarta-feira, 7 de Março de 2001

Paulo Pedroso é o novo ministro da Solidariedade

A ala sampaísta do PS e Jorge Coelho sairam vencedores da remodelação desencadeada com a demissão deste último do Ministério do Equipamento Social. José Sócrates perdeu em toda a linha

Jorge Coelho ganhou a guerra da sua própria sucessão no Ministério do Equipamento Social.

José Sócrates colocou-se na corrida mas quem a ganhou foi o sampaísta Eduardo Ferro Rodrigues, titular da Segurança Social - e o dirigente do PS que Coelho já lançou para a sucessão de Guterres. O sampaísmo, aliás, sai também vencedor da guerra. Em ministro do Emprego e da Solidariedade vai ficar um político da estrita confiança de Ferro Rodrigues, o muito jovem (35 anos) secretário de Estado do Trabalho e Formação, Paulo Pedroso, também ele há muito afecto ao Presidente da República - e antes dele a Vítor Constâncio.

O "forcing" de José Sócrates foi tal que, ontem à noite, o telejornal da RTP divulgou que o ministro do Ambiente fora convidado para o Equipamento Social, e ponderava a resposta. Nessa altura já a edição "on line" do PÚBLICO tinha divulgado que o escolhido para suceder a Jorge Coelho fora Ferro Rodrigues. Ao longo de todo o dia, tornou-se bastante claro que Jorge Coelho via com maus olhos ser sucedido por José Sócrates, um ministro cuja ascensão meteórica dos últimos tempos - sobretudo a partir do caso co-incineração - não era do agrado do chefe do aparelho socialista. Jorge Coelho deixa preparado até final da legislatura um suculento calendário de inagurações - mais de cinquenta - e tem-se mostrado optimista quando ao desfecho próximo do caso da TAP, cujo futuro está a ser negociado com um grupo económico português que quer ficar maioritário no capital social. Nestas condições, não estaria disposto a deixar este património à mercê da ambição de Sócrates.

A intriga fervilhou intensamente ao longo do dia. A certa altura, o jornal digital "PortugalDiário" noticiou, em tom categórico, que a pasta do Equipamento Social tinha sido entregue a Maranha das Neves, que foi secretário de Estado das Obras Públicas com João Cravinho - e saiu bastante chamuscado do caso JAE.

Na dança das secretarias de Estado, sabe-se que Rui Cunha, actual secretário de Estado adjunto de Ferro na Segurança Social, vai transitar para o Equipamento Social, ficando com a tutela dos Transportes, até agora a cargo de Guilhermino Rodrigues. Ferro Rodrigues também deverá levar consigo para o Ministério do Equipamento um outro dos seus actuais secretários de Estado, José António Vieira da Silva.

Dos quatro secretários de Estado de Jorge Coelho no Equipamento Social - Guilhermino Rodrigues, Luís Parreirão, Leonor Coutinho e José Junqueiro - só estes dois últimos deverão permanecer no ministério. E com as pastas que actualmente detém - Junqueiro a administração portuária e Leonor Coutinho a da habitação. Parreirão vai para a Assembleia da República e Guilhermino Fonseca deixa a política activa. Sobra ainda, nesta dança, Fausto Correia, que era secretário de Estado adjunto de Coelho (enquanto ministro de Estado). A edição "on-line" do "Expresso" noticiava ontem a possibilidade de Fausto transitar para o Equipamento Social, como secretário de Estado das Obras Públicas. Não foi possível confirmar esta informação até à hora do fecho desta edição.

Jorge Coelho prepara-se, enquanto isto, para assumir o seu lugar de deputado, o que implicará a saída de Matos Leitão. O PS de Setúbal - círculo eleitoral pelo qual o todo-poderoso chefe do aparelho socialista foi eleito - preparava-se para lhe promover uma homenagem, mas Coelho travou-a. Segundo a Lusa, Jorge Coelho rejeitou os vários convites que lhe foram feitos para homenagens.

Ferro Sucede a Coelho

Quarta-feira, 7 de Março de 2001

Paulo Pedroso é o novo ministro da Solidariedade

A ala sampaísta do PS e Jorge Coelho sairam vencedores da remodelação desencadeada com a demissão deste último do Ministério do Equipamento Social. José Sócrates perdeu em toda a linha

Jorge Coelho ganhou a guerra da sua própria sucessão no Ministério do Equipamento Social.

José Sócrates colocou-se na corrida mas quem a ganhou foi o sampaísta Eduardo Ferro Rodrigues, titular da Segurança Social - e o dirigente do PS que Coelho já lançou para a sucessão de Guterres. O sampaísmo, aliás, sai também vencedor da guerra. Em ministro do Emprego e da Solidariedade vai ficar um político da estrita confiança de Ferro Rodrigues, o muito jovem (35 anos) secretário de Estado do Trabalho e Formação, Paulo Pedroso, também ele há muito afecto ao Presidente da República - e antes dele a Vítor Constâncio.

O "forcing" de José Sócrates foi tal que, ontem à noite, o telejornal da RTP divulgou que o ministro do Ambiente fora convidado para o Equipamento Social, e ponderava a resposta. Nessa altura já a edição "on line" do PÚBLICO tinha divulgado que o escolhido para suceder a Jorge Coelho fora Ferro Rodrigues. Ao longo de todo o dia, tornou-se bastante claro que Jorge Coelho via com maus olhos ser sucedido por José Sócrates, um ministro cuja ascensão meteórica dos últimos tempos - sobretudo a partir do caso co-incineração - não era do agrado do chefe do aparelho socialista. Jorge Coelho deixa preparado até final da legislatura um suculento calendário de inagurações - mais de cinquenta - e tem-se mostrado optimista quando ao desfecho próximo do caso da TAP, cujo futuro está a ser negociado com um grupo económico português que quer ficar maioritário no capital social. Nestas condições, não estaria disposto a deixar este património à mercê da ambição de Sócrates.

A intriga fervilhou intensamente ao longo do dia. A certa altura, o jornal digital "PortugalDiário" noticiou, em tom categórico, que a pasta do Equipamento Social tinha sido entregue a Maranha das Neves, que foi secretário de Estado das Obras Públicas com João Cravinho - e saiu bastante chamuscado do caso JAE.

Na dança das secretarias de Estado, sabe-se que Rui Cunha, actual secretário de Estado adjunto de Ferro na Segurança Social, vai transitar para o Equipamento Social, ficando com a tutela dos Transportes, até agora a cargo de Guilhermino Rodrigues. Ferro Rodrigues também deverá levar consigo para o Ministério do Equipamento um outro dos seus actuais secretários de Estado, José António Vieira da Silva.

Dos quatro secretários de Estado de Jorge Coelho no Equipamento Social - Guilhermino Rodrigues, Luís Parreirão, Leonor Coutinho e José Junqueiro - só estes dois últimos deverão permanecer no ministério. E com as pastas que actualmente detém - Junqueiro a administração portuária e Leonor Coutinho a da habitação. Parreirão vai para a Assembleia da República e Guilhermino Fonseca deixa a política activa. Sobra ainda, nesta dança, Fausto Correia, que era secretário de Estado adjunto de Coelho (enquanto ministro de Estado). A edição "on-line" do "Expresso" noticiava ontem a possibilidade de Fausto transitar para o Equipamento Social, como secretário de Estado das Obras Públicas. Não foi possível confirmar esta informação até à hora do fecho desta edição.

Jorge Coelho prepara-se, enquanto isto, para assumir o seu lugar de deputado, o que implicará a saída de Matos Leitão. O PS de Setúbal - círculo eleitoral pelo qual o todo-poderoso chefe do aparelho socialista foi eleito - preparava-se para lhe promover uma homenagem, mas Coelho travou-a. Segundo a Lusa, Jorge Coelho rejeitou os vários convites que lhe foram feitos para homenagens.

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