Suplemento Pública

10-02-2001
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25 de Novembro

Segunda-feira, 27 de Novembro de 2000

Texto: Adelino Gomes

Foto: Alfredo Cunha

Dinis de Almeida, segundo comandante do RALIS e figura que emergira no 11 de Março como um dos símbolos da esquerda militar, durante as movimentações de 25 de Novembro de 1975

[A guerra civil seria desencadeada pelo MDLP] em 30 de Novembro. Houve [no dia 25] uma antecipação prudente, inteligente e valiosa a um golpe que ia avançar.

Cónego Melo, diocese de Braga

A saída dos pára-quedistas é com o apoio do PCP.

Raimundo Narciso, ex-ARA (braço armado do PCP)

O 25 de Novembro interessava bestialmente ao PCP. (...) Se o COPCON desaparecesse, o PCP ficava aliviado.

Otelo Saraiva de Carvalho (ex-comandante do COPCON)

O 25 de Novembro que está ligado ao grupo dos Nove e que teve o seu comando na Amadora pretendia dizer à população que os militares respeitam a sua palavra, que são dignos de ter as armas que a população lhes entrega, e que restituir o poder à sociedade civil era de alguma maneira retomar o programa do MFA no 25 de Abril.

António Ramalho Eanes (ex-presidente da República)

Cada vez me convenço mais de que o que se passou de facto foi o que Otelo me contou e ao capitão Marques Júnior [dizendo que foi ele quem levou os páras à ocupação das bases para provocar a reacção militar dos Nove] passados oito ou dez dias e que veio posteriormente a desmentir.

Vasco Lourenço, ex-comandante do Governo Militar de Lisboa

O 25 de Novembro deve-se fundamentalmente ao esforço dos militares da Região Militar do Norte, ao Regimento de comandos de Jaime Neves e à Força Aérea.

Dizem que o Eanes foi o comandante, mas eu continuo da minha - ele não comandou nada. (...) Fomos nós que colocámos no ar 20 aviões T6.

Pires Veloso, ex-comandante da Região Militar do Norte

Reivindico que não foi por falta de força que não tomámos o poder, foi por não haver condições internacionais para sustentar um projecto independente de Moscovo e de Washington.

Carlos Antunes, ex-líder do PRP/BR

Quem desencadeou o 25 de Novembro? Quem deu ordem aos páras para ocuparem quatro bases aéreas? Otelo traiu os seus homens ou evitou a guerra civil ? O PCP de que lado(s) esteve? Até onde chegavam as ligação ao MDLP? Quantos grupos funcionaram dentro do Grupo dos Nove? Qual foi a mais decisiva: a Região Militar do Norte (RMN) ou a Região Militar de Lisboa (RML)?; o Posto Avançado da Amadora, comandado pelo então tenente-coronel Ramalho Eanes, ou o Posto de Comando Principal, montado em Belém, e onde ficaram o Presidente Costa Gomes e o comandante da RML e Conselheiro da Revolução, Vasco Lourenço? Quantos 25 de Novembro houve naquele dia?

O 25 de Novembro existiu?

25 de Novembro

Segunda-feira, 27 de Novembro de 2000

Texto: Adelino Gomes

Foto: Alfredo Cunha

Dinis de Almeida, segundo comandante do RALIS e figura que emergira no 11 de Março como um dos símbolos da esquerda militar, durante as movimentações de 25 de Novembro de 1975

[A guerra civil seria desencadeada pelo MDLP] em 30 de Novembro. Houve [no dia 25] uma antecipação prudente, inteligente e valiosa a um golpe que ia avançar.

Cónego Melo, diocese de Braga

A saída dos pára-quedistas é com o apoio do PCP.

Raimundo Narciso, ex-ARA (braço armado do PCP)

O 25 de Novembro interessava bestialmente ao PCP. (...) Se o COPCON desaparecesse, o PCP ficava aliviado.

Otelo Saraiva de Carvalho (ex-comandante do COPCON)

O 25 de Novembro que está ligado ao grupo dos Nove e que teve o seu comando na Amadora pretendia dizer à população que os militares respeitam a sua palavra, que são dignos de ter as armas que a população lhes entrega, e que restituir o poder à sociedade civil era de alguma maneira retomar o programa do MFA no 25 de Abril.

António Ramalho Eanes (ex-presidente da República)

Cada vez me convenço mais de que o que se passou de facto foi o que Otelo me contou e ao capitão Marques Júnior [dizendo que foi ele quem levou os páras à ocupação das bases para provocar a reacção militar dos Nove] passados oito ou dez dias e que veio posteriormente a desmentir.

Vasco Lourenço, ex-comandante do Governo Militar de Lisboa

O 25 de Novembro deve-se fundamentalmente ao esforço dos militares da Região Militar do Norte, ao Regimento de comandos de Jaime Neves e à Força Aérea.

Dizem que o Eanes foi o comandante, mas eu continuo da minha - ele não comandou nada. (...) Fomos nós que colocámos no ar 20 aviões T6.

Pires Veloso, ex-comandante da Região Militar do Norte

Reivindico que não foi por falta de força que não tomámos o poder, foi por não haver condições internacionais para sustentar um projecto independente de Moscovo e de Washington.

Carlos Antunes, ex-líder do PRP/BR

Quem desencadeou o 25 de Novembro? Quem deu ordem aos páras para ocuparem quatro bases aéreas? Otelo traiu os seus homens ou evitou a guerra civil ? O PCP de que lado(s) esteve? Até onde chegavam as ligação ao MDLP? Quantos grupos funcionaram dentro do Grupo dos Nove? Qual foi a mais decisiva: a Região Militar do Norte (RMN) ou a Região Militar de Lisboa (RML)?; o Posto Avançado da Amadora, comandado pelo então tenente-coronel Ramalho Eanes, ou o Posto de Comando Principal, montado em Belém, e onde ficaram o Presidente Costa Gomes e o comandante da RML e Conselheiro da Revolução, Vasco Lourenço? Quantos 25 de Novembro houve naquele dia?

O 25 de Novembro existiu?

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